Capítulo 13 - UMA GRANDE SURPRESA

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 Berenice, que ainda estava em seu quarto, pensa alto:

- Eu não mereço o que ele faz comigo. Definitivamente não. Ele pensa que eu sou saco de pancadas ou então um brinquedinho que ele liga e desliga quando quer. Não, eu não sou. Agora, Berenice, enxuga esse rosto e sai desse quarto. O que você não pode é ficar desse jeito.

Ela sai e vai à copa tomar um copo de água. Vai até o armário, pega o copo e quando fecha a porta do armário, vê algo inusitado. Uma pessoa entrando pela janela. É a mesma pessoa que fez o telefonema para que João Alves fosse embora no início do velório. Então ela liga os fatos e chega a uma conclusão:

- Então foi você! – diz ela.

- Eu o quê? – responde a pessoa misteriosa.

- Você que a matou!

- Eu? – ironiza a pessoa.

- É! Você!

- Sinto lhe informar, mas você está enganada.

- Não estou não! Agora tudo se encaixa! E agora eu vou direto ao delegado contar o que eu sei.

- Mas não vai mesmo – diz a pessoa pegando um rolo de massas.

Antes que Berenice pudesse gritar, a pessoa acerta o rolo em sua cabeça. Conceição que está próxima, na sala de jantar, escuta ruídos e avisa:

- Aconteceu alguma coisa na copa.

- Vamos lá – grita Antônio.

Ao escutar o grito de Antônio, a pessoa misteriosa coloca Berenice no ombro e desce as longas e estreitas escadas que levam ao porão. Chegando lá, Berenice é amarrada e levada à adega que fica ao lado do porão. Lá a pessoa esconde Berenice atrás de uma estante cheia de vinhos.

Enquanto isso, na copa os empregados discutem:

- Você não estava sonhando, Conceição? – pergunta Antônio.

- Não. Eu ouvi algo vindo daqui.

- Tem certeza? – insiste Mário.

- Tenho sim, Mário. A não ser que eu esteja ficando louca com tudo isso que está acontecendo.

Embora ela estivesse dizendo, ninguém realmente estava acreditando nela. Pouco a pouco, os outros chegam atraídos pelos chamados de Mário. Então, o delegado pergunta:

- Mas o que está acontecendo aqui?

Conceição responde:

- Eu escutei barulhos que pareciam ter vindo daqui, seu delegado – diz ela muito nervosa.

- Exatamente o que ouviu? – pergunta o delegado.

- Apenas ruídos. Não saberia dizer do que eram.

- E não viu nada?

- Não. Apenas ouvi mesmo.

- Ninguém mais escutou?

Não houve resposta. Logo depois chegam ao local Guto e Rogério seguidos de perto por James.

- Estão todos aqui? – pergunta João Alves.

- Acho que sim – diz Aninha.

- Não! Falta Berenice! – espanta-se Antônio.

O tempo passa e Berenice não aparece. O relógio aponta meia-noite. O delegado pede que todos se dirijam à sala de jantar. E quando todos chegam lá, ele diz:

- Senhores, agora eu tenho certeza! O assassino está aqui. Ele é um de nós!

- Como??? Não pode ser! – assusta-se Thais.

O delegado continua:

- Eu aconselho a você, seja lá quem for, a se entregar agora. Senão, depois será pior para você – diz João Alves olhando vagarosamente o rosto de cada um dos presentes.

Passam-se longos instantes.

- Delegado? – diz Hélio.

- É o senhor? – pergunta surpreso João Alves.

- Não! Mas eu estava pensando que poderíamos tentar encontrar Berenice.

- Boa ideia, Hélio. Mas antes eu quero fazer um pedido a todos. Não fiquem sozinhos nem por um segundo. Eu já vi esse filme. O assassino irá nos pegar um por um.

Todos parecem muito temerosos.

- Agora teremos que organizar um ou dois grupos de busca – completa o delegado – Chicão, Hélio e Guto vão para o andar superior. Eu, Dr. Jairo e Luiz procuraremos por aqui mesmo. Os demais não saiam daqui. E isso é uma ordem – termina ele.

O primeiro grupo sobe e começa a procurar pelo quarto de Laura. A busca está muito prejudicada pela falta de luz. Mesmo assim, eles procuram dentro do armário, embaixo da cama, no banheiro, no terraço e nada. Não a encontram. Depois vão ao estúdio e nada novamente. Percorrem todos os outros cômodos e voltam para a sala sem conseguir encontrá-la.

Já o segundo grupo inicia pelo quarto de Berenice. Ela não está lá. Depois seguem para a cozinha e finalmente vão para todas as salas. Preparam-se para voltar quando Luiz, um grande admirador de vinhos, se lembra da adega. Chegando ao porão, como a vela estava no fim, fazem uma rápida vistoria e se viram novamente para a escada. Nesse momento, o delegado diz:

- Vamos voltar, pessoal.

- Espere! – diz Luiz – Acho que eu ouvi algo!

- O quê, senhor Luiz?

- Silêncio – insiste o cineasta.

Eles ficam um tempo em silêncio e Luiz conclui:

- Nada. Acho que não foi nada.

- Vamos voltar. A vela está acabando – diz o doutor Jairo.

- Mas eu me lembro que Guto veio buscar mais velas aqui. Vamos procurar mais velas – fala o delegado.

Nesse momento a chama se apaga.

- Esqueça, nessa escuridão não se acha nada. Vamos subir e depois a gente volta – conclui o médico.

O delegado ainda pisa em uma coisa que parecia ter uma forma cilíndrica, mas não se preocupa. Ao chegar na sala novamente.

- Acharam? - pergunta Conceição.

- Não – responde o delegado.

- Meu Deus! Onde será que Berenice está??? – pergunta Thais.

- Sugiro procurarmos lá fora assim que essa chuva melhorar – diz João Alves.


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