O delegado está sentado no escritório quando a janela atrás dele se quebra. Ele, mais do que rapidamente, salta para a frente se protegendo com a mesa. Quando tudo acaba, ele já de revólver em punho, observa que era apenas um galho que se soltou. Ou teria sido solto?
- Chicão, corra até a sala de jantar e veja se alguém não está lá – grita ele – Eu irei em seguida.
João Alves vai até a janela e não vê nada, nem mesmo um vento que pudesse explicar a suspeita queda do galho. A chuva está mais fraca. Depois de examinar a janela, vira-se e segue para a sala de jantar.
- Chicão, todos estavam aqui? - pergunta o delegado ao chegar na sala.
- Sim, chefe. Menos Berenice, é óbvio.
- Vocês não viram nada? – pergunta João Alves.
- Aqui nada aconteceu – responde James.
- Eu não sei porque, mas sinto que alguém esta querendo me matar – ironiza o delegado de polícia.
João Alves continua falando:
- Como a chuva já diminuiu, eu suponho que possamos procurar Berenice lá fora. Chicão, Mário e James, vocês podem ir?
- Sem problemas – eles respondem.
Eles vão e João Alves transfere o interrogatório para a lareira, chamando Antônio.
- Há quanto tempo o senhor trabalha para Laura?
- Pouco tempo. Alguns meses.
- Notou alguma pessoa estranha na casa no dia do crime?
- Não. Ninguém que fosse de fora da casa.
- E algum acontecimento diferente?
- Sim. Dona Laura tinha recebido um telefonema e estava muito nervosa. Depois ela me pediu que eu ficasse preparado, pois ela iria precisar de mim.
- E precisou?
- Não.
- Ela não falou nada de quem era no telefonema?
- Não.
- Nem a causa do nervosismo?
- Também não.
- Por esse pouco tempo nesse emprego, você não poderia ter sido contratado pelo futuro assassino para ajudá-lo no serviço?
- Não. Isso é impossível. Mesmo porque foi a própria Dona Laura que me contratou.
- Está certo. Qualquer coisa a mais, eu chamarei. Pode ir. Obrigado, Antônio.
Enquanto isso, no jardim, Chicão, James e Mário continuam as buscas por Berenice.
- Mário, será que ela não poderia estar aqui? – pergunta James olhando para um lado do jardim.
- Mário?? – estranha Chicão.
Mário não tinha respondido e os dois notam que ele havia sumido.
- Onde será que ele está? – pergunta James.
- Mário! Mário! – chamam os dois.
Como realmente não foram respondidos, decidem voltar e comunicar ao delegado. Antes disso, um pingo d'água cai e apaga a chama da vela. Ao entrar no casarão, eles já informam:
- O Mário sumiu!
- Outro! – exclama Nylza.
- Como? – pergunta Hélio.
- Não sabemos. Nós andávamos pelo jardim e ele nos seguia. Depois ele simplesmente desapareceu – responde James.
- Delegado... – se antecipa Chicão.
- Eu já ouvi – interrompe João Alves chegando na sala – Eu tinha falado para vocês não se separarem muito. Agora é tarde demais.
- Mas...
- Sem explicações, Chicão. Já aconteceu.
- Será que não foi ele que fez o atentado na janela com o senhor?
- Como Chicão! Ele não estava aqui com todos no momento?
- É. Tinha me esquecido.
- Não esqueça. Pense. Antes de continuarmos o interrogatório, eu quero explicar algumas coisas aos senhores. Assim todos saberão em quem podem confiar daqui para frente.
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Simplesmente uma morte?
Mystery / ThrillerInspirado nos livros da Agatha Christie. Uma morte em um casarão isolado em Campos do Jordão. Vários suspeitos. Um romance policial instigante feito com um toque de humor. Quem irá descobrir o assassino primeiro??