Capítulo 16 - PRÉ-CONCLUSÕES

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- Senhoras e senhores - inicia o delegado em pé - Acredito que tenho em minhas mãos algo próximo à verdade. Vamos aos fatos. Temos alguns possíveis motivos para o crime. Se fosse por dinheiro, os incluídos no testamento seriam os mais suspeitos. Eles são: Guto, Aninha, Hélio, Rogério, o doutor e sua esposa. Caso fosse por amor, sem dúvida nenhuma, Luiz e Nylza teriam razões para o assassinato. Além disso, Mário, que brigou com Laura na manhã do crime poderia querer se vingar. Antônio, que mal chegou nesta casa, poderia ter algum envolvimento. E James, que não explicou direito o ocorrido naquela noite. E já que ele foi o primeiro a ver o corpo, podemos supor que ele possa estar mentindo.

- Não estou! - irrita-se ele.

- Calma, James. Qual é o motivo dessa irritação? - ironiza o delegado - Continuando... Thais e Renata também são suspeitas. Elas tinham uma grande inveja de Laura. Conforme for o motivo real desta inveja, elas podem se tornar grandes suspeitas.

- Como??? - pergunta Renata.

O delegado segue:

- Faltam ainda Conceição e Berenice. Berenice, tendo em vista o caso com Guto...

- Eu já falei que não tenho nada com ela! - exclama Guto.

- Como não? E o que o senhor foi fazer com ela na sala de música?

- O quê? O senhor está blefando, delegado!

- Nós sabemos muito bem que não estou. Então falta Conceição, que aparentemente não tinha nenhum motivo, mas nunca se sabe.

Dr. Jairo, sempre muito ponderado, diz:

- Senhor delegado, sugiro que termine as investigações para depois dizer suas conclusões.

- Não posso, doutor. Vocês não podem ficar sem saber de nada. Enquanto estivermos presos na casa, é muito perigoso não saber de nada. Assim como Mário e Berenice, vocês poderão ser surpreendidos pelo assassino a qualquer momento. Ou talvez eles mesmos sejam são os próprios assassinos. Berenice poderia ter feito o atentado contra mim, não acha Guto?

- Porque eu deveria achar algo, delegado? - responde Guto.

- Só você pode saber. Mas voltando ao assunto, fazendo-se uma somatória de motivos é você mesmo, Guto. Você mesmo que ganha entre os mais suspeitos.

- Oh! Foi você, Guto?

- Não, Aninha! Lógico que não fui eu.

O delegado segue:

- Começaremos pelo senhor Guto. Você, como uma pessoa com problemas de infância com seus pais, poderia tentar descontar toda essa problemática agora. Além da herança, é claro!

- Ele não seria capaz - fala Hélio.

- Porque não? - insiste João Alves.

- Não foi ele - replica Hélio.

- Então foi o senhor?

- Não! - responde Hélio.

- Observo que o senhor delegado está querendo finalizar este caso o mais rápido possível - comenta Luiz.

- Eu pretendo mesmo.

- Isso é uma farsa! Um bom detetive não tem pressa! - grita Luiz.

- Luiz, por acaso, acha que eu não estou investigando como deveria?

- O senhor é que está dizendo, delegado. Eu não disse nada.

- E quantos anos de polícia o ilustre senhor Luiz tem? - pergunta o delegado.

Simplesmente uma morte?Onde histórias criam vida. Descubra agora