- Senhoras e senhores - inicia o delegado em pé - Acredito que tenho em minhas mãos algo próximo à verdade. Vamos aos fatos. Temos alguns possíveis motivos para o crime. Se fosse por dinheiro, os incluídos no testamento seriam os mais suspeitos. Eles são: Guto, Aninha, Hélio, Rogério, o doutor e sua esposa. Caso fosse por amor, sem dúvida nenhuma, Luiz e Nylza teriam razões para o assassinato. Além disso, Mário, que brigou com Laura na manhã do crime poderia querer se vingar. Antônio, que mal chegou nesta casa, poderia ter algum envolvimento. E James, que não explicou direito o ocorrido naquela noite. E já que ele foi o primeiro a ver o corpo, podemos supor que ele possa estar mentindo.
- Não estou! - irrita-se ele.
- Calma, James. Qual é o motivo dessa irritação? - ironiza o delegado - Continuando... Thais e Renata também são suspeitas. Elas tinham uma grande inveja de Laura. Conforme for o motivo real desta inveja, elas podem se tornar grandes suspeitas.
- Como??? - pergunta Renata.
O delegado segue:
- Faltam ainda Conceição e Berenice. Berenice, tendo em vista o caso com Guto...
- Eu já falei que não tenho nada com ela! - exclama Guto.
- Como não? E o que o senhor foi fazer com ela na sala de música?
- O quê? O senhor está blefando, delegado!
- Nós sabemos muito bem que não estou. Então falta Conceição, que aparentemente não tinha nenhum motivo, mas nunca se sabe.
Dr. Jairo, sempre muito ponderado, diz:
- Senhor delegado, sugiro que termine as investigações para depois dizer suas conclusões.
- Não posso, doutor. Vocês não podem ficar sem saber de nada. Enquanto estivermos presos na casa, é muito perigoso não saber de nada. Assim como Mário e Berenice, vocês poderão ser surpreendidos pelo assassino a qualquer momento. Ou talvez eles mesmos sejam são os próprios assassinos. Berenice poderia ter feito o atentado contra mim, não acha Guto?
- Porque eu deveria achar algo, delegado? - responde Guto.
- Só você pode saber. Mas voltando ao assunto, fazendo-se uma somatória de motivos é você mesmo, Guto. Você mesmo que ganha entre os mais suspeitos.
- Oh! Foi você, Guto?
- Não, Aninha! Lógico que não fui eu.
O delegado segue:
- Começaremos pelo senhor Guto. Você, como uma pessoa com problemas de infância com seus pais, poderia tentar descontar toda essa problemática agora. Além da herança, é claro!
- Ele não seria capaz - fala Hélio.
- Porque não? - insiste João Alves.
- Não foi ele - replica Hélio.
- Então foi o senhor?
- Não! - responde Hélio.
- Observo que o senhor delegado está querendo finalizar este caso o mais rápido possível - comenta Luiz.
- Eu pretendo mesmo.
- Isso é uma farsa! Um bom detetive não tem pressa! - grita Luiz.
- Luiz, por acaso, acha que eu não estou investigando como deveria?
- O senhor é que está dizendo, delegado. Eu não disse nada.
- E quantos anos de polícia o ilustre senhor Luiz tem? - pergunta o delegado.
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Simplesmente uma morte?
Mystery / ThrillerInspirado nos livros da Agatha Christie. Uma morte em um casarão isolado em Campos do Jordão. Vários suspeitos. Um romance policial instigante feito com um toque de humor. Quem irá descobrir o assassino primeiro??