Capítulo 21 - COLUNAS SOCIAIS OU POLICIAIS?

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Já é tarde e ninguém mais aguenta ficar na sala de jantar.

- Vamos todos para a saleta da piscina. Lá tem lugar para todos - sugere Guto.

- Vamos então - completa Aninha.

As pessoas se levantam e seguem pelo corredor até a saleta da piscina. Entram e se acomodam. Lá ficavam guardados os jornais da casa num cesto. Com a correria dos acontecimentos, ninguém teve tempo de ler os jornais do dia. Estes já noticiavam a morte de Laura na noite anterior. Laura gostava de se manter informada por meio de diferentes fontes. Várias velas são trazidas para possibilitar a leitura por todos. Por ironia, Nylza, sempre séria, pega um jornal popular cuja manchete é: "Perua leva dois pipocos e jorra sangue". Hélio, mais despreocupado, lê outro jornal: "Dama da sociedade falece".

- Que horror! - exclama Nylza - Olhe essa manchete, Tereza.

- É verdade. Neste tipo de jornal é sempre assim.

Hélio, percebendo a situação, sugere trocar de jornal com Nylza, que agradece muito. No cesto também haviam notícias de dias passados. Chicão pega um jornal e fala:

- Leia isto, delegado.

- Onde, Chicão?

- Aqui nesta nota. Veja: "Laura Salles planeja uma grande festa para comemorar os quinze anos de sua filha. Ela pretende fazer a maior festa que Campos do Jordão já viu".

- Aninha, suponho que sabia desta festa - pergunta o delegado.

- Não sabia.

Conceição entra na conversa:

- Eu saiba. Ela planejava fazer uma festa surpresa no final do mês, mas alguém da imprensa descobriu também e a notícia vazou.

- Mas essa minha mãe, hein - fala Aninha num tom nostálgico.

- Esse fato pode ser muito importante para se descobrir a verdade.

- Eu não vejo porque, delegado.

- Talvez sim, talvez não - conclui ele.

- Uau!!! - grita Thais.

- O que foi, senhora Thais? - pergunta João Alves.

- Veja só o destaque da minha pessoa aqui nesta coluna!

- Logo imaginei, senhora Thais - diz o delegado - Chicão, procure mais notas sobre essa festa, por favor. Mas estou aqui pensando. Será que essa grande ocasião não seria a despedida de Laura da vida?

- O senhor já está especulando, não - conclui Guto.

- Não. Raciocine comigo. Se ela iria fazer uma festa deste porte, ela queria no mínimo aproveitar os últimos dias de vida. Que o doutor me desculpe, mas é possível que ela tenha descoberto que possuía uma doença fatal e tinha pouco tempo de vida.

- Mas onde é que o assassinato se encaixa aí? - Renata faz uma pergunta perspicaz.

- Bem... ela pede que alguém a mate. É, talvez eu esteja enganado.

- Eu acho que sim - insinua o doutor.

- Ou então alguém estava a ameaçando de morte.

- Isso é possível - concorda o doutor.

- Bom, senhores - diz o delegado - A conversa está muito boa, mas eu preciso voltar ao trabalho. Guto e Berenice, me acompanhem, por favor.

Os três vão para a sala de música.

- O que o delegado pretende fazer agora? - pergunta Tereza para o doutor.

- Não sei.

- Eu acho que ele vai fazer uma acareação entre Guto e Berenice - responde Chicão.

Simplesmente uma morte?Onde histórias criam vida. Descubra agora