o conceito do amor » joseph quinn

07 starbucks

• Narrativa de Mariana •

Apesar de todo o assunto de negócios, o jantar foi muito legal. O bom desse ramo é que quase não havia competição, pelo contrário, a maioria dos tradutores eram sempre bons amigos e muitas das vezes se ajudam. O contrato que eu havia fechado dessa vez era um pouco maior do que eu esperava. Estava ansiosa por aquilo e apesar da exaustão mental não podia dormir tão cedo.

"Tô acabando agora a reunião. Você ainda tá acordado?"

Enviei a mensagem a Joseph assim que tive um tempo dentro das finalizações dos assuntos. Joseph havia me dito que no dia seguinte tinha que acordar cedo para fazer uma bateria de entrevistas então supus que ele já estava em descanso, mas pra minha supresa logo em seguida o celular tilintou.

"Tô sim. Estudando algumas perguntas padrões pra amanhã não ser pego de surpresa haha 😜"

Era engraçado como ele havia se adaptado muito bem e rapidamente ao whatsapp. Já havia até achado como funcionava as figurinhas e havia salvado algumas. Eu prossegui com a conversa virtual.

"Aquele jantar pode se tornar em um café?"

Enviei sem muita esperanças já que o rapaz tinha muitos afazeres e também já não era horário para aquilo. Mas para a minha surpresa a resposta foi bem positiva.

"Me diz em que restaurante você tá. Eu passo te buscar!"

Enviei a localização a ele e assim dei mais uma função do aplicativo para que ele aprendesse e se divertisse. Aproveitei o tempo para ir ao banheiro retocar a maquiagem já que a exaustão da reunião  estava praticamente estampada na minha cara.

O tempo de espera na porta do restaurante foi breve. Logo pude ver Joseph através do vidro escuro do carro alugado encostando ali. Me apressei a entrar com medo de paparazzis mas quando pude perceber Joe já estava do lado de fora, encostado no carro. Uma mão estava em seu bolso, em uma postura tímida e na outra uma única rosa. Sorri ao perceber aquilo.

- Não é porque não é um jantar que não vai ser especial, né? - Estendeu a rosa para que eu pegasse apenas observando a minha reação sem muito mover-se. - Mas a verdade é que eu roubei do saguão do hotel. - Ele riu coçando a testa timidamente com a relevação. Sabia que eu gostaria de saber aquilo e que isso deixaria o gesto mais valioso.

- Além de stalker é ladrão de flores, quem diria! - Eu disse tímida com a rosa segura firme em minha mão. Ele riu novamente, era como a nossa piada interna já e então o acompanhei. - É melhor a gente ir não? - Disse mudando o tom da conversa. - Deus me livre ser clicada nessa situação assim contigo! - Fiz uma breve careta enquanto já me dirigia ao outro lado do carro sem esperar a resposta do rapaz. Esse que por sua vez me acompanhou e abriu a porta para mim.

- Você tem medo dos paparazzis? - Riu tentando entender a minha fala já se ajeitando no banco do carro enquanto vestia o cinto. Parou e olhou para mim por alguns segundos aguardando minha resposta.

- Não é medo, só não quero ser capa de nenhum portal de fofoca. - Joguei uma das mãos pro ar de forma descontraída para dar ênfase a ironia da coisa.  Franzi o cenho pensando na hipótese de ter minha vida escancarada pelo mundo da internet. Isso me apavorava em níveis colossais.

Ele entendeu a minha parte mas por outro lado infelizmente sabia que aquilo já não podia controlar muito em sua vida então acabava levando numa boa, se pensasse muito nisso enlouqueceria.

Joseph havia sugerido um bom café bar para nós dois, recomendação de sua assessora mas ao passarmos na porta notamos o nível do lugar e ali sim havia os temidos fotógrafos sedentos por uma foto exclusiva.