031 corredor II

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• Narrativa de Mariana •

Eu não havia dormido muito, mas o suficiente para levantar e ainda aproveitar o dia. Eu estava nas nuvens apesar de tudo. Dessa vez estava determinada a fazer o certo com Joseph e queria cumprir o que havia prometido a ele. Naquela noite eu seria só dele, ou melhor dizendo, ele seria só meu. Fiz algumas ligações, a primeira para Charlotte claro, dava para ouvir os gritos de alegria dela do outro lado de Nova York quando contei meus planos.

- Meu Deus do céu finalmente Joseana veio ai e você nem ouse me mandar parar com esse nome porque hoje eu vou usar sim e muito! - Dizia do outro lado da linha afobada, mal achava tempo para respirar entre as palavras, como sempre. Eu podia vê-la gesticulando no ar enquanto tramava as coisas comigo. Ao final concluiu com a mesma empolgação do começo. - Então tá bom, eu já vou ligando aqui para o pessoal. Ai estou tão empolgada! Joseana acontece finalmente! - Apenas grunhi revirando os olhos e desliguei o telefone após me despedir.

"As 19, dessa vez, eu que passo pra te pegar 😉"

Enviei a mensagem e decidi não respondê-lo mais. Sabia de como era tão ansioso e curioso, não demorou muito ele bateu em minha porta. Gritava ali do lado de fora para que eu escutasse.

- Isso é injusto! Você só diz isso e me deixa assim? Mariana! - A ultima silaba em meu nome soou tão brasileira quanto na vez de Charlotte. Eu ria daquilo sentada em meu sofá, curtia sua curiosidade com uma boa taça de vinho nas mãos. - Mari, qual é! Você prometeu que ia ser só minha hoje, mas olha ai o que tá fazendo. Eu sei qu... - Antes que pudesse continuar sua voz foi interrompida e se tornou em abafada. Escutei mais vozes ali.

- Vamos embora você já ta pagando mico assim! - Reconheci a voz mais grossa de Wesley, me surpreendi por reconhecer tão fácil mesmo o conhecendo só brevemente. Levei um de meus dedos em minha boca para cutucar a unha com os dentes, eu realmente estava nervosa, havia deixado aquele habito horrível há anos.

- Me põe no chão Wes, que cacete! Ela disse... você viu a mensagem? Como é que ela passa me pegar? - A voz de Joseph já estava soando ao longe e de repente ouvi a porta de seu apartamento bater. Eu ri mais uma vez daquilo tudo, mas para a minha surpresa a minha também recebeu batidas. Abri tentando me esgueirar da possibilidade de ainda ser Joe, mas na verdade era Olly. Aquilo me assustou por um instante. Ele tinha o braço acima de sua cabeça, apoiado no batente, seu olhar era intimidador.

- Oi Olly, aconteceu alguma coisa além daquele show todo? - Gesticulei com o indicador para lá e para cá demonstrando o espaço em nossa volta rindo, mas ele seguia sério. Isso me fez ficar também, tive receio.

- Só me diz que não é mais jogo, por favor! - Finalmente desencostou dali, mas sua postura ainda era rígida. Entendi o seu lado, queria proteger o amigo, neguei com a cabeça com toda seriedade do mundo.

- Nunca foi Olly, eu confesso que estava confusa, mas jogo, nunca foi. - Gesticulei mais uma vez, eu tinha essa mania quando ficava nervosa. Dessa vez espalmei minhas mãos no ar em negação, queria enfatizar o quanto aquilo foi ruim para mim também.

- E agora não tá mais? - Arqueou uma sobrancelha enquanto me observava, finalmente havia descontraído um pouco. Eu fiz o mesmo ainda que a ansiedade me consumia por dentro.

- Não, tenho completa e total certeza absoluta! - A maneira com que eu disse aquilo fez o rapaz rir e sinceramente não sei porque.

Conversamos mais um pouco, contava sobre os meus planos e um pouco da história toda pelo meu lado. Assim que houve a possibilidade de Joseph conseguir nos ver ali, Olly se afundou de volta para o apartamento dele se despedindo em voz baixa e me desejando boa sorte. Era o que eu mais ia precisar naquela noite.

A tarde passou tão lentamente, eu já não me aguentava de ansiedade. Me aprontei até antes do que o horário mas logo Steve me mandou uma mensagem dizendo que estava lá na porta. Era hora, finalmente! Eu já tinha tudo ali em minhas mãos e pronto, eu iria levar Joseph Quinn para um encontro de verdade. Sim, eu finalmente ia dizer o que estava sentindo, ia por fim me permitir entender o que era amor.

o conceito do amor »  joseph quinnOnde histórias criam vida. Descubra agora