024 apartamento 75A

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• Narrativa de Joseph •

Mariana poderia voar em meu pescoço a qualquer momento da noite e não era do jeito que eu gostaria que fosse. Charlotte ainda estava acanhada por ser pega em seu plano tão cedo mas ainda sim se divertia entre nós. Steve também estava por lá, o chamei assim que Mari parou de revirar os olhos e finalmente aceitou tomar uma cerveja comigo. Para mim não era nada demais morar perto dela, pelo contrário. Minha amiga realmente tinha razão sobre a parte complicada da privacidade, ali não haveriam câmeras ou coisa assim. E nem digo por namorar de fato a loira, mas também para nos conhecermos melhor antes disso, do jeito que eu tenho certeza que ela também desejava.

- A vista daqui é insana! - Steve murmurou para mim enquanto observava a cidade lá fora. Tinha os braços cruzados e uma garrafa de cerveja na mão. Estava maravilhado.

- É. - Dei mais uma golada na minha quinta garrafa. - Ela ficou com a melhor vista, da pra ver todo o Central Park daqui! - Analisei também maravilhado com as luzes de Nova York. - Sabemos quem é a preferida da Charlotte com isso! - Disse em tom alto, me virando para observar a reação das duas garotas. Mariana apenas espremeu os olhos para mim, ainda estava furiosa.

- Óbvio que é ela! - Charlotte apontou para a loira em sua frente. - Sabe por que? Mariana complete: - A ruiva ajeitou a postura, deu um gole em sua cerveja e gesticulou como se abrisse caminho de algo com a outra mão livre. - "De três coisas eu estava convicta. Primeira, Edward era um vampiro. Segunda, havia uma parte dele - e eu não sabia que poder essa parte teria - que tinha sede do meu sangue." - Esperou que Mariana continuasse, ela suspirou e finalmente completou.

- "E terceira, eu estava incondicional e irrevogavelmente apaixonada por ele." - Nesse instante virou-se para trás e me olhou nos olhos por alguns segundos. Aquilo fez a minha cabeça girar, não sabia se era mais pela bebida ou por escutar aquilo dela imaginando que poderia ser para mim um dia.

- Viu?! - Charlotte estapeou sua coxa animada com aquilo. - Ela leu Crepúsculo, ela entende as minhas referências, enquanto vocês só me julgam quando eu só quero ser feliz e citar meu livro favorito de adolescência as vezes. - Apontava para nós dois chacoalhando a garrafa no ar, já estava mais bêbada que todos nós, não costumava beber muito, na verdade nem sair direito para se divertir saía. Eu ainda estava concentrado em Mariana que agora observava a ruiva com carinho e engolia o resto de sua cerveja.

Assim que a vi levantar para pegar outra percebi o momento perfeito para ficar um pouco mais perto e checar se, apesar de tudo naquela noite, ainda estávamos bem como antes. Não queria arriscar o distanciamento de novo.

- Então... - Disse encostando ao lado da geladeira aberta, onde ela estava enfiada procurando por mais cerveja. - você acha que pode perdoar a Charlotte por isso? - Analisei sua ação por um segundo, esperando mais um de seus olhares mortais que eu havia conhecido naquela noite. Ela apenas suspirou, fechou a porta da geladeira, encostou suas costas na mesma e abriu sua cerveja em um movimento brusco com a mão. Aquilo me deu medo, mas também era tão sexy de assistir. Meu Deus eu estava de quatro por ela.

- Eu prefiro acreditar que ela não fez por maldade. - Seu tom era calmo e surpreendente doce. Assistia dali com muita ternura Charlotte e Steve rindo juntos sentados em seu sofá. Deu de ombros rapidamente e bebeu de sua cerveja. - Charlotte deve ser a pessoa mais pura que já conheci, o que me impressiona muito porque caramba, olha o ramo que ela tá! - Ela riu e eu também. A escutava atento.

- Ela é pura sim, uma das melhores pessoas que já conheci na vida. - Apontei rapidamente para a ruiva com a mão que segurava a cerveja, enfiei a outra livre no bolso do jeans e analisei o rosto de Mariana ali de perto, com calma e tranquilidade. - Mas não se engane, ninguém leva ela no papo seja com o que for! - Gesticulei negando enquanto Mariana ria da maneira com que eu dizia aquilo. - Ela tem muita garra, admiro demais ela. - Observei rapidamente a mesma cena que a loira, beberiquei mais um pouco de minha cerveja e finalmente encontrei os olhos de Mari nos meus. - Prometo ser um bom vizinho. - Disse em um tom baixo e calmo cedendo a qualquer coisa que representasse aquele clima. Pude ver um sorriso invadir os olhos da garota.

o conceito do amor »  joseph quinnOnde histórias criam vida. Descubra agora