029 house party

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• Narrativa de Mariana •

A luz fazia a minha cabeça latejar. Aquilo era uma conclusão que eu precisava parar de beber daquele modo. Forcei meus olhos a abrirem e pude notar Petter jogado ao meu lado. Ainda de roupa, nós dois, por sorte. Tentei lembrar das coisas mas tudo o que me vinha na cabeça eram flashs confusos e borrados. Mas a minha cabeça não esqueceu de esquecer o olhar de Joseph, esse não, esse estava lá intacto. Aquilo fez meu estômago revirar. Corri para o banheiro, droga eu estava numa ressaca fodida e eu ainda precisava trabalhar.

Tomei um banho tentando achar forcas. Petter saiu comigo atrasado também. Dizia que no almoço se virava de ir até sua casa. Claro que aquilo foi embaraçoso o suficiente. Não havíamos feito nada e sinceramente nem queríamos mais.

- Eu te ligo então. - Ele disse enquanto alisava seu cabelo para trás com a mão. Era alto, meu Deus como era alto. E extremamente atraente. Pensei por um segundo que eu realmente queria que ele ligasse afinal as coisas com Joseph não tinham mais chances.

- Liga sim! Dessa vez sem drinks! - Aquilo fez o estômago dos dois revirarem, fizemos uma careta juntos mas depois rimos. Tive medo de encontrar Joe ali pelo corredor mas só havia silêncio e calma.

E assim foi pelo resto da tarde. Nenhuma mensagem se quer, nenhuma demonstração de raiva ao menos. Só havia a calmaria, uma calmaria que estava me enlouquecendo. Eu me torturava a cada segundo, me culpava, sentia vontade de ligar. O que estava acontecendo comigo? Quer dizer, aquilo tinha sido para o meu bem, para que eu acabasse com tudo aquilo antes que virasse algo maior, algo pior. Meu coração acabou com tudo antes que Joseph o quebrasse. Mas por que ele estava se partindo sozinho então?

Cheguei em casa mais tarde do que o previsto. As revisões e traduções se estenderam até tarde da noite. Era quase dez horas quando cheguei, exausta e não só da carga de trabalho, mas também de escutar meus pensamentos ansiosos o dia todo. Os passos de Joseph vieram se arrastando atrás de mim. Mais uma vez carregava sacolas de papéis cheias de compras. Eram garrafas, dava para perceber pelo tilintar delas batendo uma na outra.

- Dia difícil é? - O tom animado e sossegado de Joe me fez estranhar a sua atitude. O analisei confusa antes de responder qualquer coisa mas ele prosseguiu. - Parece que a noite também! - Arqueou as sobrancelhas e estava lá de volta o seu tom debochado. Apenas suspirei e mais uma vez antes que eu pudesse pensar em qualquer resposta ele continuou. - Bom, espero que descanse hoje. Amanhã meu amigo vai vir pra cá e bom, vai rolar uma festinha. As coisas podem ficar barulhentas demais. - Sorriu da maneira mais cínica possível. Não esperou minha resposta de novo e apenas entrou para dentro batendo a porta em minha cara.

Eu estava sendo punida? Era isso? O que? Ele ia esfregar uma festinha barata com amigos e mulheres na minha cara para se vingar de uma transa que se quer aconteceu? Bom, dessa parte ele não sabia mas e daí? Eu estava cansada demais para pensar e sinceramente se ele achava que aquilo me atingia estava enganado demais. Dos males o menor. Se queria fazer da minha vida um inferno era porque ainda se preocupava com o que era nosso.

O dia seguinte foi pesado igual ao anterior. Era sexta feira mas para mim não haveria descanso. Eu tinha tanta coisa para revisar e analisar que a madrugada ia ser muito longa naquele dia. Cheguei ao meu prédio e pude notar uma movimentação no corredor. Dois rapazes arrastavam uma caixa de som pesada por ele. Franzi o cenho imaginando a zona que ia ser aquilo. Eu ainda tinha que aturar essa festinha para que talvez tudo ficasse bem. Espera, eu queria que tudo ficasse bem? Pelo visto sim. Eu realmente sentia falta de Joseph.

- Ei, oi! Você deve ser a Mariana! - Um dos rapazes largou a função e veio me cumprimentar um tanto alegre demais. Como ele sabia quem eu era é que eu não sabia. Estendeu a mão gentilmente e eu a agarrei do mesmo modo. 

o conceito do amor »  joseph quinnOnde histórias criam vida. Descubra agora