"Ninguém sabe do tamanho da profundeza do que é o amor até o encararmos dentro de outros olhos. Joseph levava uma vida calma até ter o estouro de sua carreira atuando em Stranger Things vendo seu mundo virar um turbilhão de emoções. A contra ponto...
O sol queimava em meu olhos e a cabeça pesava toneladas. O álcool da noite passada ainda estava presente no meu corpo, assim como os flashs das memórias. Eu não tinha bebido o suficiente para ter amnésia sobre as coisas e muito menos para perder o controle de minhas atitudes, mas ainda sim havia perdido a cabeça com Joseph. Suspirei ao lembrar de nosso beijo, revirei na cama e me perdi ao me questionar a atitude do rapaz depois disso. Verifiquei o celular atrás de mensagens mas só haviam as que não me interessava.
Já era quase a hora do almoço e também não era por menos. A pequena festinha havia se extendido mais do que o previsto na noite anterior. Lembrei que era domingo e que eu ainda não tinha nada na geladeira para comer. Grunhi baixinho cheia de preguiça mas resolvi levantar, me aprontar e sair para comprar algo pronto para enganar o estômago.
Estava trancando a porta do apartamento pelo lado de fora quando Joseph passou atrás de mim, completamente em silêncio, carregando dois sacos de papel. Seu olhar estava baixo e tentava fazer o mínimo de barulho possível. Suspirei fortemente lembrando que dessa vez ele estava certo e até foi extremamente educado ao fazer o que tinha feito. Quer dizer, mesmo sem álcool eu iria querer aquilo mas talvez não daquela maneira também. Mordisquei meu lábio superior e observei o rapaz abrir a porta dele concentrado.
- Sério que você não vai falar comigo? - Eu disse jogando meus braços para baixo tal qual uma criança mimada. Joseph me olhou curioso e assustado.
- Quem tá brava aqui é você! - Deu de ombros um tanto indignado com a minha pergunta.
- Ninguém tá brava aqui. - Tentei não parecer grosseira mas já era tarde demais, eu não conseguia controlar aquilo. Eu e Joseph nos olhávamos confusos e um tanto envergonhados. Ele suspirou e abriu a porta de seu apartamento, fez um gesto para que eu entrasse ali.
- Vem, vamos inaugurar a minha cozinha. - Seu tom era sério mas não neguei e acabei entrando enquanto ele me esperava ali de pé na porta. Sorri rapidamente um tanto tímida enquanto passava por ele, que me retribuiu. Negou com a cabeça em silêncio e riu. - Você um dia vai me deixar louco Mariana! - Eu apenas ri enquanto observava o interior de seu apartamento, ainda não havia estado ali.
Era tudo muito igual, mas ao mesmo tempo bem diferente para ser sincera. As mesmas mobílias em outra direção pareciam estranhas ao meu olhar mas ainda sim era como o lar que eu havia escolhido. Talvez essa seria a definição perfeita para que eu e Joseph éramos.
- A sua vista não é tão ruim assim vai! - Disse em um tom um tanto alto para que ele escutasse da cozinha em meio a arrumação das compras. Me olhou através do balcão tentando entender do que eu estava falando e quando compreendeu riu e apontou para mim brevemente.
- Mas a sua ainda é bem melhor! É o Central Park poxa! - Aquilo me fez rir junto dele. Observei mais alguns segundos a vista e caminhei até a cozinha. Encostei o balcão e fiquei lá assistindo Joe começar a separar as panelas e ingredientes todo concentrado com a ponta de sua língua espremendo seu lábio superior, eu realmente amava aquela sua mania, lembrei de quando o vi pela primeira vez. Logo ele percebeu e me olhou pelo ombro. - Vai ficar só assistindo agora? - Me fez rir mais uma vez e fui ajudar resmungando. - Carbonara hein? - Apontou para mim em um gesto de aviso me informando o menu do dia.
mariwentz • 1 hora atrás
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Curtido por @stevefyork, @alebitwas, @garystelous e outras 457 pessoas. mariwentz ainda bem que o vizinho é bom de cozinha 🤌🏻🤌🏻 23 de agosto
- Você tá me assumindo demais nesse seu instagram viu? - Joseph disse rindo enquanto via a minha publicação em seu celular. Engolia sua última garfada.
- Ih, tá achando ruim pros seus negócios eu deleto! - Eu disse pegando o meu celular em tom de ironia esperando sua reação. Ele segurou minha mão rindo.
- Não! Para com isso! - Tirou o aparelho de minha mão e colocou de volta em cima da mesa. Ficou um tanto sério de repente. - E a de ontem? - Pigarreou tímido ao perceber que havia mencionado o dia em que nos beijamos. Me olhava com certa vergonha e eu também mas deixei que ele prosseguisse. - Minhas fãs acharam ela?
- Alguns perfis estranhos me seguiram. - Dei de ombros rapidamente e observei a vista da janela enorme que pegava quase todo o apartamento. Olhei para Joseph que tinha um olhar aflito e sorri. - Tá tudo bem Joe, eu juro! Não me importo em trancar o perfil se for preciso. De verdade, quero compartilhar os nossos momentos bons com quem não está aqui comigo para ver a minha felicidade pessoalmente. - Meu Deus, da onde eu tinha tirado essa meiguice toda? Segurava a mão de Joseph carinhosamente enquanto dizia isso com um sorriso nos olhos. Ele pareceu confuso por um instante, não sei se com a minha meiguice absurdamente estranha ou com o fato de que eu já não me importava tanto assim com esse lance de se esconder. Quer dizer, claro que eu me importava mas estava cansada de ser tão rígida comigo mesma. Quando eu digo que Charlotte vinha mudando certas visões minhas sobre a vida, essa era uma delas.
- Tem certeza? - Joseph passou a mão por cima da minha e agora quem segurava era ele. - Você sabe que eu não me importo com essas coisas mas tá tudo bem você se importar. - Seu olhar ainda era um pouco aflito mesmo comigo o acalmando sobre o assunto. Mais uma vez sorri tímida e concordei com a cabeça.
- Tenho sim! - Analisei sua expressão que agora era de mais alívio. Sorriu levemente enquanto me olhava de volta. - Então! - Interrompi o silêncio breve que pairou no ar. - A gente vai falar sobre aquela outra coisa que aconteceu ontem ou prefere que não? - Seu olhar agora era assustado e riu logo em seguida negando com a cabeça.
- Melhor não né? Se não a gente já começa brigar de novo e ih, tô afim de discussão contigo hoje não! - Ele gargalhava e eu também, no fundo eu agradecia demais por aquilo não ter se tornado mais um porém entre nós. Foi levantando recolhendo os pratos enquanto eu o assistia agir. - E no mais, já que essa nova você não se importa em ser vista comigo, como amigo! - Levantou o dedo no ar enfatizando a última parte com um tom de ironia imitando o que eu havia dito na noite anterior. Já dizia em um tom mais alto da cozinha enquanto enfiava a louça na pia. Me olhou pelo balcão. - Queria dar um passeio, aproveitar meu dia de folga porque amanhã eu já começo com as gravações. - Fez uma careta ao lembrar de tanto trabalho que tinha para o outro dia. - O que você acha? - Me analisou enquanto limpava as mãos em um guardanapo.
- Eu topo! - Me levantei e enquanto o observava vir até mim. Agarrou seu celular e procurou a carteira e chaves pela sala enquanto o aguardava. Me olhou assim que encontrou e sorriu.
