012 quarto de hotel II

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• Narrativa de Joseph•

Abri os olhos ainda pesados e respirei fundo. Ao sentir o cheiro do cabelo de Mariana me lembrei de tudo o que havia acontecido. Era como um sonho e eu sabia como iria despertar daquilo uma hora. Repassei a conversa sobre o amor na noite anterior me certificando que não esquecesse nenhuma palavra do que ela havia dito. A descrença no amor era palpável em suas palavras e olhares.

Tentei me levantar sem incomoda-la e caminhei até o banheiro jogando água fria em meu rosto para poder acordar. Como um presságio ou uma ironia da vida o dia acordou chuvoso e nublado no meio de um verão exaustivo, mas ainda sim se fazia bonito ao horizonte. Pedi café da manhã quase sussurrando ao interfone para não acordar a adormecida. Sabia que a ela agradava só café e biscoitos salgados. Com o bater da porta ela despertou.

- Joseph? - Sua voz ainda era falha, fazia meu coração trepidar quando escutava ela assim. Levantou a cabeça um tanto bruscamente me procurando e foi quando achou os meus olhos nos seus.

- Tá tudo bem? Eu tô aqui! - Me assustei por um segundo com sua reação. Nessas alturas eu já não sabia muito o que esperar de nós dois. Querendo ou não, por culpa do álcool ou não, eu tinha praticamente me declarado na noite anterior e eu sabia que disso ela não tinha gostado muito. Para a minha surpresa ela se espreguiçou sorrindo.

- Tá sim, só... - Mariana suspirou brevemente e se perdeu em seus pensamentos por alguns segundos observando o dia chuvoso lá fora. - O que tá fazendo aí? - Notei a mudança de assunto mas agi naturalmente.

- Te esperando pra tomar café da manhã! - Deslizei as mãos no ar em modo de apresentação mostrando a mesa tão pequena ajeitada com as coisas que o serviço de quarto trouxe. - Vem cá, vem. - Acenei com os dedos para que ela viesse até mim com um sorriso um tanto safado.

- Tô cheia de fome. - Disse levantando dos lençóis com a minha camisa e de cabelo todo bagunçado. Ver aquela cena me fazia sentir coisas irracionais. Sentou em minhas pernas, agarrou um biscoito salgado, jogou na boca e me deu um selinho demorado. Atitude toda a qual me surpreendeu mas não deixei de agir naturalmente. - Que ironia acordarmos com chuva no dia de hoje. - Ela soltou um riso abafado, pensava como eu afinal de contas.

- Pois é, mas ainda sim continua lindo, não? - Engoli um pouco do meu suco de laranja e segurei em sua coxa com uma das mãos apertando levemente. - O mar lá tão calmo, você e eu aqui... - Disse sussurrando perto de seu pescoço enquanto passeava os lábios ali. Sabia provocá-la, já tinha entendido algumas coisas e também já havia concluído que iríamos seguir como se a conversa de ontem fosse só uma coisa banal. Ela suspirava fundo tentando se controlar.

- Você não tem compromisso hoje? - Ela dizia em um tom baixo, rouco, tentando procurar o fôlego entre os visíveis arrepios que meus lábios na pele dela causavam. Passou a mão em meu cabelo os acariciando com tanto carinho mas conforme nos ajeitávamos ali na cadeira mesmo com ela sentando de frente para mim ainda em meu colo, eu sentia alguns puxões nos fios conforme eu sabia que havia a feito estremecer.

- Só com você... - Eu disse com os lábios grudados na pele de seu colo, olhei brevemente para assistir sua reação que já estava toda entregue a mim.

Minha língua passeavam por seu colo sentindo cada arrepio que eu provocava. Agora suas duas mãos estavam em meus cabelos e as vezes ela me apertava contra seu corpo. Fui abrindo o resto dos botões com cuidado e quanto pude agarrei seu seio com a mão direita com vontade enquanto ainda passeava com beijos pelo mesmo lugar. Eu sabia onde aquilo ia chegar de novo. Ela gemia baixo, espremia os olhos tentando controlar o enorme tesao que já era evidente. Dessa vez a transa foi calma, diferente da anterior não tinha pressa ou tamanha urgência. Foi lenta e passiva, aproveitávamos de cada milímetro de nossos corpos encaixados. Como se a minha pele quente quase grudasse na dela.

O dia foi basicamente assim: comemos, transamos e conversamos bastante. Por incrível que pareça sempre tínhamos assuntos. Era como se não só nos conhecêssemos há anos como também ensinávamos coisas um aos outros. Ela me contava sobre sua obsessão pelo Egito antigo e eu contava das minhas manias e paixões gastronômicas. Nenhum assunto era entediante, éramos o entusiasta um do outro. Era perfeito. Só havia um assunto proibido entre nós. E vocês já sabem o qual.

O dia já ia indo embora e logo teríamos que voltar para a nossa breve realidade, fiz questão de deixar registrado o dia maravilhoso que tivemos. Perguntei se havia problema em eu ficar postando as coisas assim no instagram, já que gostava e era super particular e ela negou, estava tudo bem. Não tinha o que esconder, não por ali.

jqpng2 minutos atrás

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jqpng é irônico, eu sei!
20 de julho

o conceito do amor »  joseph quinnOnde histórias criam vida. Descubra agora