capítulo 15

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Bruna

Estou dando um tempo a Gabriel e continuo trabalhando normalmente. Esta semana virou rotina almoçar com Yasmim, Eric e eu juntos. Só pensava que ele poderia estar conosco hoje, mesmo com a combinação de ficarmos os três no apartamento, pensei em convidá-lo para ficar conosco, mas desisti.

Precipitei-me em beijá-lo, por mais que eu quisesse e ele também, mas agora nossa amizade não é a mesma, e quero poder ajudá-lo a enfrentar seus medos. Hoje vou para o trabalho e decido ligar para ele. Chego ao hospital e já percebo que o dia vai ser cheio.

_Dr Bruna! Ainda bem que você chegou, tem um menino precisando de um médico, diz a enfermeira, afobada.

_Atendo o garotinho, graças a Deus é só uma virose, penso. Chega o horário do meu almoço e nem percebo, de tanta correria. Pego meu celular e ligo para Gabriel, antes que me arrependa. Quando estou quase desligando, escuto a respiração dele.

_Oi, como você está?

_Estou bem, e você?

_Estou bem também.

_Que bom, diz ele, ficando quieto.

_Ei, a gente podia marcar algo amanhã.

_Acho melhor não.

_Eu não aceito 'não' como resposta. Se você não for, vou atrás de você.

Escuto ele rir.

_Está bem então.

_Pode ser naquele parque ou você quer ir para outro lugar?

_Pode ser no parque, concorda ele.

Termino de atender meu paciente e saio indo me encontrar com Gabriel. Chego e vejo que ele já está sentado, mexendo nas plantas. Parece uma criança perdida. Queria tanto saber o que se passa com ele, o motivo dele ter reagido da forma que reagiu ao beijo.

_Oi Gabriel, tudo bem?

_Tudo sim, Bruna, ele me olha.

Me aproximo e me sento ao lado dele.

_Como foi o seu dia hoje?

_Foi bem, e o seu?

_Até que foi tranquilo, às vezes o hospital fica uma loucura.

_Minha mãe sempre fala isso, diz ele.

_Gabriel, desculpa por ontem, sinto que ele fica tenso.

_Tudo bem, não deveria ter te sujado, responde ele.

_Como assim sujar você?

_Eu não quero falar sobre isso.

_Ok, podemos ser amigos?

_Sim, podemos.

_então, nada de sumir sem falar comigo, alerto.

Ele concorda e ficamos ali por um tempo. Depois, ele me leva para casa e vai para a dele. Resolvo ir com calma com ele, sei que ele sofreu algo e quero muito ajudar.

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