capítulo 5

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Bruna

Não acredito, até agora, que gritei com o filho da minha chefe. Agora estou contando para a Yasmim, e ela só quer me matar.

_Você está maluca! Como você faz isso?

_Amiga, naquela hora não pensei em nada.

_Você é doida, cara, ela diz, rindo.

_Poxa, me sinto mal. Quando a Dra. Camila explicou que ele tinha um trauma...

Ele foi adotado, talvez tenha sofrido algum trauma.

_Obrigada por me fazer sentir melhor.

_ Amiga, não fica assim, não.

_ Aff, só faço merda.

_ Nisso temos que concordar.

_Vai se fude, Yasmim.

Falo, jogando o travesseiro nela, e ela sai rindo.

_ Adianta, garota, vamos nos atrasar!"

Grito com ela.

_ Já vou."

Saímos para o trabalho, e estou apreensiva, esperando que a Dra. Camila não reclame comigo por causa do que aconteceu ontem.

Vejo uma das enfermeiras me chamando.

_Dra. Bruna, vai chegar um paciente para você.

_ Ok, vou me trocar.

Vou rapidamente me trocar, pois sei que, quando é assim, a situação é séria.

Vejo a criança chegar toda ralada e quieta. A mãe dela está pálida e chorando. Eles são conduzidos para uma das salas, e entro, pego o prontuário e dou uma olhada rápida.

Tenho que respirar fundo e conter o choro ao ver que ela foi estuprada pelo padrasto. Sinto tanto ódio desse desgraçado. Aproximo-me dela com calma para que ela não se assuste.

Vejo que o nome dela é Rafaela.

_ Oi, Rafaela. Sou a doutora Bruna. Vou te examinar, tudo bem?

Ela balança a cabeça, concordando. Percebo que ela olha para a enfermeira, apreensiva, e peço para todas saírem e me deixarem sozinha com ela e a mãe.

Examinei-a e peguei os materiais para a polícia. Ela chora baixinho, e eu seguro o choro. Ela tem apenas 14 anos e está passando por tudo isso. É tão triste.

_ Aqui estão os remédios que você precisa tomar.

_ Obrigada.

Ela fala comigo pela primeira vez desde que comecei a examiná-la.

_ De nada.

_ Você está com pena de mim?

_ Pena não. Para falar a verdade, estou com ódio do monstro que fez isso com você.

_ Sinto nojo de mim.

Ela desabafa, chorando. Vejo a mãe dela se aproximar e abraçá-la.

_ Não precisa sentir. Com o tempo e a ajuda, você vai perceber que é vítima. É uma guerreira, uma garota tão forte por enfrentar tudo isso.

A mãe da garota me agradece, e saio da sala depois de dizer um tchau para Rafaela. Ela tem um longo caminho pela frente, e espero que consiga seguir a vida sem se culpar. Vejo o filho da Dra. Camila.

Passo por ele, fingindo que não sei quem é, mas não dá certo.

_podemos conversar.

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