Cecília •
Nosso almoço é perfeito. Aquele silêncio de sempre é tão gostoso que me fez soltar alguns suspiros no meio do almoço. Ao acabarmos de comer, como prometido, o Gustavo pede uma sobremesa que faz eu revirar os olhos várias vezes enquanto como . É tão bom comer besteiras. Eu adoro, mas às vezes tenho descontrole, então evito comer muitas besteiras.
Após Gustavo pagar a conta saímos dali e o frio congela todo meu corpo. Não está mais chovendo; apenas caindo flocos de neve, bem de fininho. Ainda bem, os trovões me assustam!
Assim que estamos praticamente perto de casa, sugiro ao Gustavo fazer outro passeio pela cidade. Não me importo de passar nos mesmos lugares de ontem, é tudo tão perfeito e encantador que poderia ver mais de mil vezes, mas jamais me cansaria. Ele estaciona o carro na garagem e eu subo correndo para pegar uma touca amarela que eu trouxe. Não quero que o frio entre nos meus ouvidos.
***
"Amor, olha meu boneco de neve." Me levanto do chão e limpo meus joelhos sujos pela neve. Gustavo está de costas, tirando fotos e eu o cutuco para que ele olhe minha "obra-prima"
Ele cai na gargalhada "Meu Deus, Cecília."
"Do que cê tá rindo? Ficou lin... Já sei." Vejo um graveto no chão e corro até ele para pegar. Assim que pego, o parto no meio para fazer de bracinhos. Faço dois furinhos com o dedo indicador para fazer de olhinhos e encaixo os "bracinhos". Gustavo ri novamente, mas dessa vez mais alto que da primeira vez. "Para de rir!" Esbravejo num tom brincalhão. É tão gostoso ver a risada do Gustavo que o acompanho nas gargalhadas.
"Como ele vai se chamar?" Ele me puxa pela cintura e beija minha testa.
"..." Suspiro "Tavinho." Sorrio ao escolher o nome.
"O quê?" Não consigo controlar a risada. Gustavo está indignado e é engraçado ver sua reação incrédula. "Você está batizando a neve com meu nome?"
"Não é neve... Quer dizer, é neve; mas é um 'boneco de neve', é diferente."
"Ta. E por que 'Tavinho'?"
"Porque ele é lindo assim como você."
"Meu Deus, isso doeu, tá?" Ele se faz ofendido.
Caio na gargalhada e ele larga a minha cintura "Ah, não fica bravo."
"Você é muito brega, Cecília."
"'Brega'? Essa é a declaração de amor mais linda." Brinco.
"'Declaração'?" Ele ri.
"Vai lá. Fica lá do lado do boneco pra mim tirar uma foto de vocês; vocês são parecidos."
"Cê tá brincando comigo?... É assim?" Ele coloca o celular no bolso, se abaixa, pega neve do chão e joga em mim.
"Gustavo!" Grito e ele ri da minha cara. Minha roupa está ensopada de neve e logo vai ficar toda molhada.
Pego um pouco de neve com as mãos e ele corre para não ser atingido. Corro atrás dele mas minhas botas não ajudam muito, então caio de bunda no chão. "Aí!" Solto um gemido e ele corre até mim.
"Amor, se machucou?" Ele diz com uma voz preocupante.
"Claro, seu bobo! Culpa sua!" Minha voz sai mais fina que o normal. Isso não soa muito bem. Não acredito que caí que nem uma lagartixa no chão. Tô parecendo uma minhoca à procura de um ninho de baixo da terra. A toca cobre meus olhos e eu só vejo um preto infinito.
"Vem aqui, princesa." Ele pega nas minhas mãos e me puxa sem nenhuma dificuldade. Adoro essa força que ele tem nos braços. "Desculpa, tá?" Ele ajeita a toca que desceu sobre meus olhos e olha pra mim com um sorriso de canto. Meu rosto está corado de nervosismo pela queda. O olho feio e sua expressão logo muda para séria. "Desculpa mesmo. Não quis que você caísse."
"Tudo bem. Eu acho melhor irmos embora pra casa. A minha bunda tá doendo." Ele prende a risada e logo em seguida morde o lábio inferior para gargalhada não sair. "É sério!" Digo.
Ele não aguenta e cai na gargalhada. Não gosto de ver ele rindo da minha cara, mas é melhor do que fazê-lo chorar. "Vamos embora?"
"Tudo bem. Não quer tirar foto do Olaf?"
"Eu vou te bater!" Esbravejo e ele ri.
"Tá bom, eu parei. Vamos embora." Ele pega na minha mão e saímos dali.
VOCÊ ESTÁ LENDO
New Life - Depois Do Casamento (Parte 1)
FanfictionA história se conta da mesma maneira que CDA foi contada até o casamento Gucilia. Irei fazer minha versão de como a história poderia ter cido contada após o casamento de Gustavo e Cecília. SINOPSE Após Cecília deixar a vida religiosa a vida da mes...