Gustavo •
"Esse foi o pior final de semana de todos." Dulce entra no colégio com o coraçãozinho partido e com razão! Eu sei, eu super entendo as razões da Cecília, mas ela já passou dos limites com essa história de ficar sozinha. A única coisa que ela precisa nesse momento é de carinho e ela tá negando todo amor que eu tenho pra dar para ela.
"Desculpa, minha pequena. A sua mãe realmente não tá legal. Você lembra do que a gente conversou sobre ela não poder ter filhos?" Coloco Dulce no chão.
"Sim. É muito triste, eu queria muito um irmãozinho... Você promete que entrega a rosa que coloquei na água pra ela?"
"Prometo que juro. Agora vai. Se comporta, por favor, minha filha."
"Eu vou me comportar papi... e eu prometo que quando eu ver a mamãe eu vou dar um abraço bem apertado nela e vou dizer que amo ela muito, muito, muito."
"Isso aí, filha. Vai lá. Eu te amo."
"Também te amo," ela beija minha bochecha e sai andando lentamente. Dulce está triste desde que contei que a Cecília está triste porque não poderia ter filhos. Minha pequena chorou tanto que eu precisei pegar ela no colo e dizer que tudo iria ficar bem. Isso não afetou só a Cecília e isso só é mais um motivo pra ela não ter saído de casa.
"Gustavo?" Madre se aproxima e eu me levanto.
"Oi madre, como está?"
"Bem, querido. E você?"
"Pra ser sincero, nada bem."
"O quê aconteceu?"
"Bom... a Cecília descobriu que têm infertilidade."
"Minha nossa senhora! Isso é sério...? Eu sinto muito."
"Obrigado... ela tá péssima e agora ela tá dormindo na casa da Fátima desde ontem... tenho medo que isso afete o nosso relacionamento... mas por esse motivo eu acredito que a Cecília não vai vir trabalhar essa semana."
"Eu entendo. Ela deve estar arrasada! Desculpa se eu estou sendo intrometida, Gustavo, mas... vocês estavam tentando engravidar?"
"Não, não. Ela descobriu por acaso, foi fazer um exame geral e acabou descobrindo isso."
"Entendi... bom, eu espero que ela se recupere."
"Eu também espero, madre. Eu posso te pedir um favor?"
"Claro."
"Eu gostaria que vocês dessem uma atenção maior pra Dulce. Ela tá tão arrasada quanto eu."
"Você contou pra ela?"
"Eu achei melhor. Eu não queria que ela se enchesse de esperança a cada dia, isso seria mais traumatizante para ela lá na frente e a senhora conhece a Dulce. Daqui a pouco ela já estaria pedindo irmãos e a Cecília iria ficar arrasada."
"É. Pensando bem, você fez certo em contar pra ela. Os pais sempre sabem o que é melhor pros filhos. Fica tranquilo que a Dulce vai ter toda atenção do mundo e muito carinho também pra ela superar isso o quanto antes.
"Obrigado pelo apoio, madre. Bom, agora eu preciso ir, qualquer coisa me liga?"
"Pode deixar. Vai com Deus."
"Amém," sorrio forçadamente. Ao chegar no jardim do colégio, eu entro no carro e meu celular toca no bolso da calça. Tiro o celular do bolso com uma certa dificuldade, pois já estou sentado no banco, mas assim que vejo o nome de Fátima na tela meu coração dispara.
"Alô, Gustavo?"
"Fátima! O que aconteceu? Ela tá bem?"
"Não! Ela tá muito mal e eu já não sei o que fazer. Ela não come, não sai da cama, não quer tomar banho e agora ela está chorando aqui desesperada."
"Merda! Eu tô indo pra aí."
"Ok. Mas vem rápido."
"Tá." Assim que desligo o telefone eu corro o mais rápido que posso. Tenho sorte que o colégio não fica tão longe da casa da Fátima o que facilita. Se eu tivesse em casa eu demoraria mais ainda pra chegar na casa da Fátima. Não suporto ver minha garota desse jeito. Odeio saber que ela está passando por isso sozinha!
Assim que chego na casa de Fátima, estaciono meu carro atrás do de Cecília e corro para a casa. Toco a campainha e no terceiro toque Cristóvão abre a porta. "Gustavo. Que bom que você veio."
"Oi Cris. Cadê a Cecí?"
"Ela está no quarto com a Fátima. Vai lá."
"Valeu." Entro na casa e vou direto para o quarto. Assim que chego no quarto, vejo Cecília deitada de lado na cama, com a mão de baixo da cabeça e com as lágrimas nos olhinhos. Assim que ela me vê, ela se vira para o outro lado e isso parte meu coração mais ainda.
"Gustavo!" Fátima levanta da cama.
"Oi."
"Eu... bom eu vou sair pra vocês conversarem." Fátima coloca a mão no meu peito, sorri e sai do quarto.
"Princesa...," me sento na ponta da cama e tento colocar a mão na perna dela, mas ela puxa suas pernas para cima impedindo nosso contato físico. "Não faz assim, por favor..."
"Você... eu tô destruindo o seu sonho."
"Você não tá... não diz besteiras... eu amo você e nada vai mudar... deixa eu me aproximar de você... não me mantém longe de você, por favor."
"OLHA PRA MIM, GUSTAVO! VOCÊ ACHA MESMO QUE A GENTE VAI SUPERAR ISSO? EU NÃO POSSO TER FILHOS E MESMO QUE VOCÊ DIGA QUE NÃO SE IMPORTA AGORA UM DIA VOCÊ VAI OLHAR PRA MIM E VAI SE CANSAR, SABE POR QUE? PORQUE VOCÊ PRECISA DE UMA FAMÍLIA!"
"Não... você é a única coisa que me basta, não fala assim!"
"Gustavo, vai embora daqui, tá legal? Eu quero ficar sozinha... qual parte você não entendeu?" Encho meus olhos de lágrimas, me levanto da cama e saio do quarto derrotado... com o coração despedaçado.
"E aí?" Fátima e Cristóvão perguntam ao mesmo tempo.
"... eu juro que tentei, Fátima! Eu acho melhor eu ir embora e dar o tempo que ela precisa."
"Tudo bem. Obrigada por tentar."
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New Life - Depois Do Casamento (Parte 1)
FanfictionA história se conta da mesma maneira que CDA foi contada até o casamento Gucilia. Irei fazer minha versão de como a história poderia ter cido contada após o casamento de Gustavo e Cecília. SINOPSE Após Cecília deixar a vida religiosa a vida da mes...