Capítulo 34

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Gustavo •

Não quero machucar a Cecília, muito menos assustá-la, mas, eu não vejo outra alternativa a não ser mostrá-la tudo que sei fazer. Minhas palavras não ajudam e eu preciso fazer ela se sentir uma mulher amada, preciso fazer com que ela se sinta confiante e sei que a nossa "noite de núpcias" não foi lá das melhores coisas. Não tão dizendo que foi ruim e que a Cecília se saiu mal. Ela foi ótima, mas eu não dei meu máximo exatamente para não machucá-la. Talvez se eu mostrar pra ela o delírio completo ela possa se sentir melhor e mais confortável. Na nossa primeira vez fiquei apreensivo por ela, eu não sou o tipo de cara que sente vergonha quando se trata de sexo, mas foi a primeira vez dela e fiquei com medo dela não gostar ou se sentir mal. Enfim, acho que só assim ela vai perder a vergonha de vez. Eu preciso fazer isso, não hoje, depois da nossa segunda vez. As mulheres geralmente sentem muito desconforto nas primeiras vezes. Amanhã talvez eu tento fazer isso. 

"Cecí, não precisa me dar satisfação. Eu entendo sua envergonha. Eu vou te ajudar com isso." Digo para acalmá-la. Ela está apreensiva demais, seu rosto está vermelho e ela parece não se sentir muito bem. "Vem cá, princesa." A puxo pela cintura e ela se ajeita em meus braços. Aos poucos a tensão da minha menina desesperada desaparece. 

"Desculpa, tá? Eu te prometo que vou fazer de tudo pra mudar…"

"Você não precisa mudar, você só precisa confiar mais em si mesma. Você é perfeita e você não tem necessidade de sentir vergonha por uma coisa que já aconteceu. Seu corpo é lindo e único. Você precisa de confiança e ousadia. Só isso. Você precisa parar de esconder seu corpo de mim, ou você esconder seu corpo de min por toda a vida?" Não consigo conter a risada ao me lembrar das vezes que a Cecília tentou esconder seu corpo maravilhoso. 

Ela me olha feio e se afasta um pouco dos meus braços para me olhar. "Não. É que… Eu acho isso tão íntimo. Como um casal consegue olhar um para outro, sem roupa, como se fosse algo normal?" Ela volta para os meus braços mas desta vez coloca as mãos na minha cintura. 

"Porque é algo normal. Não seria normal se um casal ficasse se escondendo um do outro. O casamento envolve muita intimidade. Aos poucos você vai se acostumar com isso." 

" Sim... Eu te prometo que isso vai…" Ela começa a dizer mas para de falar e sai dos meus braços rapidamente, como se tivesse acontecido algo extremamente horrendo. "Meu arroz!" Ela grita e rapidamente desliga a panela e assim que tira a tampa um cheiro de queimadura se espalha pela cozinha. 

"Meu Deus!" Mordo o lábio inferior para risada não sair. Ela suspira de um jeito desesperador e isso me dá pena. 

"Não acredito que o arroz queimou com nós dois aqui, na cozinha!" Ela se lamenta. 

"Comemos a parte de cima. É normal isso acontecer, meu amor." Tento confortá-la. 

"Normal? Estamos ao lado do arroz e não percebemos!" 

Rio eufórico ao me lembrar do nosso almoço de domingo. Foi um desastre muito grande. 

"Isso só prova que não devemos ficar juntos na cozinha." Digo num tom brincalhão. Ela revira os olhos e não consegue conter a risada. É tão bom fazer ela rir até nos momentos desnecessários. 

"É. Não damos mesmo. Pelo menos nosso jantar tá pronto... Hoje você vai lavar a panela queimada." Ela finge seriedade. 

"O quê?" Sei que está brincando mas finjo indignação para sua brincadeira ser interessante. Ela cai na gargalhada e eu rio junto. Cecília tem um sorriso tão perfeito que aquece qualquer um. Parecemos dois jovens namorados de ensino médio, isso pode parecer bobo e infantil para muitas pessoas, mas estamos felizes e isso é o que importa. Prefiro fingir ser um jovem adolescente que vive num amor perfeito do que encarar a realidade de muitos casais secos que tem por aí; que vivem trabalhando, brigando, que se estranham no próprio casamento e na própria casa. Isso seria terrível e eu quero ser o mais bobo e mais infantil ao lado dela! 

New Life - Depois Do Casamento (Parte 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora