Cecília •
"Chega, chega, chega! Meu corpo não aguenta mais."
"Meu bem, a gente não deu nem uma volta por toda praça ainda."
"Mas eu não aguento, Gustavo." Me inclino e coloco as mãos no joelho. Eu tô toda...
"Fudida?" Gustavo se vira e começa a correr de costas para poder me ver.
Rio. "Eu não ia falar isso! Eu ia falar quebrada."
"Eu sei, meu amor. Quer sentar?"
"Quero... compra um picolé pra mim, neném?"
"Claro, princesa. Eu já volto," ele corre até o carrinho de picolé e eu me sento no banquinho. Como ele consegue correr tanto? Eu já estou morta. Quando percebo uma moça se senta ao meu lado com um carrinho vermelho e preto. O bairro onde eu estou morando agora é coisa de outro mundo, só tem pessoas bem vestidas, o bairro é tão... limpo! Aqui tem bastante árvores e pracinhas e isso faz do bairro ser muito bem elegante.
A moça tira seu neném do carrinho e meu coração se aquece na mesma hora. "Meu amorzinho. Eu sei que você está com saudade do papai mas logo ele estará de volta."
O bebê de olhos castanhos me olha e sorri para mim. Eu sorrio de volta e ele solta uma gargalhada para mim. "Olha só, o Ezequiel gostou de você."
"Sério?" Meus olhos brilham.
"Aham. Sabia que quando um neném rir pra você significa que ele está se sentindo acolhido?"
"É sério? Eu não sabia."
"Pois é. Muito prazer, Fernanda."
"Cecília."
"Nome lindo. Olha filho, essa é a Cecília."
"Oi Ezequiel. Tudo bem?" Pego na mãozinha do bebê e ele aperta meu dedo indicador.
"Ele realmente gostou de você. Ele estava chorando agora pouco por causa do pai. Meu marido trabalha no exército e ele teve que ir para uma missão."
"... entendo."
"Não tem filhos?"
"É... não. Eu sou madrasta de uma garotinha de 6 anos mas nossa relação é maravilhosa."
"Você com certeza vai se dar muito bem quando tiver seus bebês."
"Amor...," Gustavo se aproxima com dois picolés na mão. "Olá."
"Oi." Fernanda sorri educadamente para Gustavo.
"Acho que ele gostou da minha mão!" Digo. Em toda minha vida eu nunca peguei um neném. Sempre ouvi dizer que os bebês tem uma força incrível nas mãoszinhas. Agora percebo que realmente é verdade. Fico me perguntando se um dia eu vou ter o meu próprio bebezinho nos meus braços.
"É impossível não se apaixonar por você, né princesa? Mas eu acho melhor a gente ir, a gente não combinou de ir lá naquele bendito salão de dança?
"Sim, é verdade. A gente precisa ir. Foi muito bom conhecer você, Fernanda. Seu filho é lindo." Com delicadeza consigo me livrar da mãozinha de Ezequiel e me levanto do banquinho. Gustavo me entrega o picolé e o neném faz uma carinha de choro. Aí não! Eu não posso pegar ele. Eu não sei segurar um bebê.
"Filho, não chora. A Cecília precisa ir." Fernanda diz fazendo carinho em seu lindo bebê. Eu faço carinho no rostinho de Ezequiel e Gustavo cruza os braços e começa a me olhar com um sorriso radiante.
"Bebê, eu amei conhecer você e eu tenho certeza que seu papai logo vai voltar pra casa." Sorrio e beijo a testa de Ezequiel. "Fernanda, foi um prazer te conhecer." Sorrio e me levanto.
"O prazer foi todo meu, Cecília." Fernanda diz. Gustavo também se despede e finalmente saímos dali. Começamos a caminhar pela calçada da rua para podermos chegar no salão de dança que não fica muito longe. Estou feliz que vamos fazer aulas de dança.
"Eu estou surpreso."
"Ae? Surpreso por quê?" Pergunto chupando meu picolé de morango.
"O bebê te adorou. Isso me lembrou quando a Dulce nasceu." Gustavo envolve o braço na minha cintura.
"Mesmo? Por quê?"
"Bom, a Dulce desde bebê era encantada com a Teresa. Se a Dulce tivesse no colo da Teresa e eu pegasse ela por um segundo ela já começava a berrar."
Rio. "Disso eu não sabia." Rio mais ainda ao imaginar o Gustavo tentando acalmar a Dulce.
"Pois é. Não me dava bem com a Dulce quando ela era bebê. Acho que nunca levei jeito para cuidar de bebês. A Dulce sempre chorava por tudo e ela tinha um hábito terrível de jogar a mamadeira pra longe quando o leite acabava."
Caio na gargalhada. "Sério?"
"Sim. Ela fazia isso." Gustavo ri. "Não sei com quantas mamadeiras eu gastei com a Dulce... acho que não aproveitei o suficiente. Eu sempre trabalhei muito, eu gostaria de passar mais tempo em casa do que no trabalho."
"... tenho certeza que você vai conseguir. Você se julga muito não ser um bom pai, mas você é o melhor."
"Você acha?"
"Claro. Tenho certeza que com os nossos filhos você vai aprender cada vez mais." Digo sem pensar e Gustavo me olha. Quando percebo o que acabei de dizer meu coração dispara e meu rosto fica vermelho na mesma hora. "Desculpa.. eu... eu acho que me precipitei demais..."
"Não, não... A coisa que eu mais quero nesse mundo é ter filhos com você, meu amor. Já pensou uma Cecizinha correndo pela casa?" Gustavo para no meio do caminho e olha no meu rosto.
"'Cecizinha'?"
"Sim. Quantos filhos você quer ter? A gente pode ter 13, pra formar um time de futebol com a Dulce."
"Você é louco, Gustavo? Nem no meu pior sonho eu teria 13 filhos!"
Ele ri. "Eu tô brincando, meu amor. Mas eu quero ter pelo menos três filhos."
"Combinado. Três filhos?"
"Três filhos. Dois meninos e uma menina. Talvez gêmeos."
"Gêmeos? Meu Deus! Você só pode tá querendo me matar de sofrimento."
Gustavo joga a cabeça para trás e ri. "Mas com todo carinho que eu vou te dar, você vai ter a melhor gravidez desse mundo."
"Hmm, desse jeito eu vou ficar louca pra engravidar."
"A gente pode programar esse bebê pra hoje se você quiser."
"Hahaha, engraçadinho. Vamos logo."
"Tá bom."
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New Life - Depois Do Casamento (Parte 1)
FanfictionA história se conta da mesma maneira que CDA foi contada até o casamento Gucilia. Irei fazer minha versão de como a história poderia ter cido contada após o casamento de Gustavo e Cecília. SINOPSE Após Cecília deixar a vida religiosa a vida da mes...