New Life - Depois Do Casamento (Parte 1)

Capítulo 78

Cecília •

A manhã passa mais rápido que o normal e na hora de Frida pedir desculpas para Dulce eu vou junto para me certificar que ela não queira magoar minha pequena. A Dulce já está bem chateada por ter sido enganada, de novo e ela não merece um ataque de fúria. Nas aulas conto as minhas alunas como foi divertido minha lua de mel e depois dou uma passadinha na casa da Diana para ver como ela está e para contar sobre minha lua de mel também. À tarde tenho mais algumas aulas e decido ficar mais para ajeitar todas as coisas do colégio, eu só quero chegar em casa e ter um momentinho com Gustavo. Quando olho no relógio já são 19:00H. Eu preciso ir! Do jeito que o Gustavo tá grudado em mim, ele já deve estar pensando que fui sequestrada.

Junto minhas coisas e saio da sala de aula. Quando chego no pátio, lá está Dulce Maria sentada na cadeira.

"Oi, meu amor. O que faz aqui sozinha?"

"Queria me despedir de você, mas não quis entrar na sala pra não te atrapalhar."

"Ah meu anjo, você nunca me atrapalha." Me abaixo na frente dela e beijo a mãozinha da minha pequena, ela recua um pouco mas não impede o beijo. "O que foi?"

"Nada... A Frida só me disse uma coisa agora pouco que me deixou chateada."

"O que ela disse pra você?"

"... ela disse que agora que você se casou com meu papai... você e ele vão me deixar de lado."

"Mas... Dulce, isso nunca vai acontecer. O que eu e o seu papai sentimos por você é mais forte que qualquer coisa."

"Mas vocês se amam muito também e uma hora vocês vão se esquecer de mim."

"Isso é impossível de acontecer. A gente te ama e seu papai só quer te ver em casa todos os dias."

"Mesmo?"

"Mesmo. Mas ele entende que você quer ficar aqui, mas quando você decidir ir para casa todos os dias ele vai ficar muito feliz e eu também."

"Tudo bem... me perdoa! As coisas que a Frida diz pra mim grudam na minha mente como chiclete."

"Você não deve dar ouvidos pra essa garota. Nós te amamos muito e isso nunca vai mudar."

"Eu também amo vocês... Sabe, eu tava pensando. Por que não convidamos a tia Rosana pro jantar no final de semana? É que a Juju tem quase a mesma idade da Cassandra."

"É uma boa ideia, minha pequena. Eu vou falar com seu pai sobre isso, mas eu acho que não vai rolar, é que esse jantar é pra família, talvez no próximo jantar seja melhor."

"Tá bom então."

"Então eu vou indo. A gente se vê amanhã. Amo você."

"Também te amo." Dulce diz. Eu beijo a testa dela e me levanto para sair, mas ouço uma frase que faz meu coração se encher de emoção: "Tchau, mamãe."

Paraliso na mesma hora e encho meus olhos de lágrimas. Quando me viro vejo minha pequena sorrindo toda emocionada. "O que foi? Não gostou?" Sua expressão muda de emocionada para preocupada. Volto para onde minha pequena está e me abaixo na frente dela novamente. Minhas lágrimas escorrem e Dulce passa a mão contra meu rosto. Eu amo tanto essa garotinha!

"Não é isso... é que... ninguém nunca me chamou assim."

"De mamãe?"

"É. De mamãe." Nem quando o Gustavo me chamou de meu amor pela primeira vez fiquei tão emocionada assim. Eu fiquei muito feliz, claro. Mas ser chamada de mamãe, assim, de repente... isso é tão lindo. Só me faz lembrar da família maravilhosa que Deus me deu. Não saí do internato para criar uma família, eu saí porque eu já não sentia a mesma paixão de antes e o Gustavo só veio me confirmar que minha vocação não era ser freira. Apesar de ainda adorar a vida religiosa, não é a mesma coisa. A melhor sensação do mundo é trabalhar e no final do dia ir pra minha casa, onde minha história de amor está sendo construída, onde ela está sendo escrita e eu não trocaria essa por nada.