Capítulo 87

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Cecília

Ao chegar no condomínio tudo está escuro assim como a cidade inteira. Já são 01:00H da manhã e isso me deixa brava com as meninas. Estefânia decidiu fazer uma caminhada no meio da rua e ainda tive que levar ela pra casa, tive que levar a Fátima e agora tive que me trazer. Vontade de ter deixado as duas sozinha lá pra pedir uber e vir pra casa. Elas não entendem que sou recém casada?

Coloco o carro na garagem do condomínio, pego as sacolas no porta mala, sacolas até demais, mas mereço depois das horas que tive que aturar aquelas três. A gente pode marcar um novo encontro... talvez em 2040 ou 2060, se eu estiver viva até lá. Mas preciso de descanso da Estefânia e da Fátima por agora. Elas falam demais e gastaram todas as minhas energias com esse passeio de sei lá quantas horas.

Subo correndo à procura do meu neném que provavelmente está desesperado andando de um lado para o outro. Eu vi as 48 chamadas perdidas dele e os 9 áudios que ele me mandou.

"Porra, Cecília. Cadê você?"

"Caralho, eu vou atrás de você e vou matar sua irmã e a minha prima."

"Cecília, me responde agora se não vou virar o homem das cavernas."

"Eu vou ligar pra polícia."

"Cecília, agora é sério. Me responde. Eu tô preocupado e já tentei te ligar mil vezes mas você não tem a decência de usar esse seu celular velho!"

"PORRA, SÃO 00:00 NOITE! VOCÊ ME OUVIU, CARALHO? ESSE SALÃO FICA ONDE? NA ROMA?"

...

Na hora que iria ouvir o sétimo áudio meu celular desligou e foi nesse momento que surtei com as meninas e obriguei as três a entrarem no meu carro. Enfim, depois de muita luta eu finalmente estou em casa. Ah, eu comprei um chaveirinho de ovelhinha e obriguei o Gustavo a usar um de bizerrinho que veio junto com o de ovelhinha mas ele se negou e me chamou de doida. Enfim, entro no apartamento mas as luzes estão apagadas. Tiro meus saltos que estão me matando e subo as escadas. Provavelmente ele está no quarto andando de um lado para o outro.

As luzes do corredor estão acesas e a porta do nosso quarto está aberta. Ao chegar no quarto me decepcionei ao ver Gustavo dormindo como uma pedra. Poxa, é assim que ele sente saudade de mim? Garota, você se ligou do horário ou você espera que ele esteja chorando por sua demora? Meu subconsciente atrevido ataca. Tava demorando muito pra ele voltar.

Ele sempre está certo. Só eu que nunca concordo por achar ele rebelde demais.

Subo na cama e dou um selinho nos lábios dele, levei as sacolas para o closet e vou para o banheiro. Pego minha toalha no armário e ligo o chuveiro para tomar banho. Depois desse dia tão puxado eu preciso relaxar. Meus pés estão me matando por causa dos saltos e minhas pernas estão doendo. Ultimamente só venho usando saltos, mas hoje eu comprei umas sapatilhas bem confortáveis e vou usar bastante para poupar meus pés dessa tortura. Faço um coque no meu cabelo mas minhas novas franjas rebeldes não vem me ajudado muito nas últimas horas. Já estou arrependida de as ter feito. Apesar de as ter achado muito bonitas, elas só me fazem raiva. Depois de muitas tentativas falhas eu perco a paciência e pego um grampo na gaveta da pia e as prendo. Tiro minha roupa e entro no box, a água está tão quentinha e o chuveiro daqui é maior que o da casa da Fátima, ou seja, esse chuveiro jorra mais água. Estou amando morar aqui, tudo é mais espaçoso e organizado e eu adoro as coisas no seu devido lugar. Gustavo é totalmente desorganizado e todos os dias quando ele chega do trabalho ele joga o terno para qualquer lado do quarto e eu sempre tenho que pegar os sapatos dele debaixo da cama. Na nossa lua de mel ele tava perfeitinho demais, mas agora faz muita bagunça, apesar dele ser meio complicado em questão da organização, ele é um marido maravilhoso e eu não trocaria por nenhum outro homem.

New Life - Depois Do Casamento (Parte 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora