"Eu sou apenas uma garota normal
Às vezes eu sou preguiçosa, eu fico entediada
Eu me assusto, me sinto ignorada
Sinto-me feliz, eu fico boba
Eu engasgo com minhas próprias palavrasEu faço desejos, eu tenho sonhos
E eu ainda quero acreditar
Que qualquer coisa pode acontecer neste mundo"
Ordinary Girl,
Hannah Montana...
Ella Rodrigues
Jogo-me na cama com os olhos fechados e deixo os saltos deslizarem dos meus pés com facilidade. O dia havia sido bem intenso e tenho certeza que dormirei como uma pedra esta noite devido ao cansaço, já que a grade curricular da Collins conseguia ser muito mais pesada que a da Crown.
Na verdade, se for pensar bem, para a minha antiga escola, se você tivesse uma verba considerável, sua aprovação estava garantida. Ou seja, acabaram as saídas para shoppings, tardes de leituras e SPA, tudo que mais prezava quando fugia das aulas para um momento de lazer.
Porém, não irei mentir dizendo que saiu nada de bom nesse primeiro mês de aula... Com a minha entrada no clube de matemática, consegui ter mais contato com Sebastian. Sorrio ainda de olhos fechados.
— Ele consegue ser ainda mais lindo a cada dia. — Falo num suspiro e giro na cama, ficando de bruços para sorrir sem culpa e abafar um gritinho de alegria.
Sebastian é muito antissocial e isso é inegável, mas é um perfeito cavalheiro também. Algo parecido como um glentman misturado a um ar sombrio que me atraia, como uma mariposa malditamente seduzida pela luz. Isso sem contar com o fato de Sebastian ter me ajudado nos meus primeiros dias e esbarrar na minha mão algumas vezes sem querer.
— Você é tão idiota, Isabella. — Murmuro com o rosto abafado pelo travesseiro, mas sou interrompida da minha trouxisse momentânea pela chamada do notebook.
Com um pouco de dificuldade, eu vejo de longe o nome que me faz dar um pulo instantâneo e correr em direção à escrivaninha.
— Pai! — Abro um sorriso do tamanho do mundo quando o vejo trajado somente com o colete social ao invés de um paletó, o qual o envelhecia uns dez anos pelo menos.
— Oi, meu amor. Está bem? O primeiro mês de aula na Collins está sendo produtivo? — Ele é prático nas perguntas, mas só de receber sua atenção (algo difícil de se conseguir, devo dizer) fico feliz e não meço esforços para explicar como tem sido as coisas.
Hoje fariam quase duas semanas que nós não conversávamos e pela cadeira giratória, o ambiente parcialmente iluminado e a pequena imagem de Nossa Senhora ao fundo, consegui supor que ele estava no escritório, provavelmente o da empresa.
— Fico feliz, querida. — Há um sorriso tranquilo em seu rosto quando termino, mas obviamente não cito o fator "Sebastian" fazer parte da minha felicidade. — Afinal, gostaria de te contar uma coisa... Na verdade, queria lhe falar sobre alguém. — Franzo as sobrancelhas, estranhando.
Muito dificilmente meu pai falava sobre qualquer pessoa (incluindo si mesmo). Será que ele finalmente havia arranjado uma namorada e não me contou ainda? A incógnita me faz ficar em alerta aos mínimos detalhes daquela conversa.
— Recentemente revi um velho conhecido, Sérgio Rocci, que já fez diversas parcerias com a RSR. Ele também me apresentou seu filho, o Felippe Rocci, um rapaz muito educado, estudado e focado em assumir a empresa de construção civil da família.
— Pai, onde exatamente quer chegar com isso? Por que eu teria que conhecer esse garoto? — Estou meio confusa, porém tenho uma leve ideia do que seja e, só de ver o modo como o meu pai reage à minha pergunta, descubro tudo. — Não está me sugerindo um casamento arranjado, está?
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Ela é Ella || ✔
Teen Fiction|| LIVRO 01 DA "TRILOGIA RODRIGUES" "As pessoas sempre culpam aquilo que não conhecem... Pensei que você fosse diferente." As patricinhas que conhecemos são sempre as vilãs das histórias ou as garotas que todo mundo odeia por serem superficiais. Só...