Ela é Ella || ✔

CAPÍTULO 35: Curvem-se diante da princesa de Sunset Ville, perdedores

Eu sinto a adrenalina
Correndo pelas minhas veias
Holofotes em mim
E estou pronta para arrasar
Sou como uma estrela
Circus,
Britney Spers

...

Ella Rodrigues

— Fala logo, garoto!

Pulo de susto e coloco as mãos sobre o peito, quando o grito estridente de Angel seguido de surtos de raiva atingem o mais íntimo do meu ouvido. Para piorar, há vários outros gritos da mesma natureza vindos de outras garotas que, pela visão periférica, consegui perceber serem as outras líderes de torcida da Collins.

Todas — literalmente todas — as cheerledears estão amedrontando um nerdzinho baixinho e magricela com roupas xadrez e óculos horrorosos, prensando-o na parede de cortesia.

Enrugo o nariz.

— Que brega. — Faço careta. — Aquela roupa era moda em quê? Nos anos 2000?! — Bufo nenhum pouco discreta e volto a observar a parede de troféus, sem dar nem um pingo de importância para a situação.

O nerdzinho que se vire! Afinal, é a lei da natureza: ou você é o poder, ou o poder destrói você.

Sorrio discreta, observando os prêmios da Collins e um dejavú instantâneo percorre cada célula do meu corpo. Eu me lembro das ocasiões em que a Crown perdeu por pouco e outras que a minha atual escola foi humilhada por nós, os riquinhos e trapaceiros da cidade.

Não irei mentir, era extremamente divertido massacrar os sonhos de algumas pedras no sapato, as quais eram os nossos inimigos mortais.

Entretanto, foi impossível não nutrir uma certa antipatia pela Crown quando vi eles roubarem descaradamente de Jason e dos outros jogadores no fim de semana... Como eles ousaram mexer com o meu namorado e na minha presença? Aquilo era tão incabível que já planejava pisar em alguns vermes da classe alta antes mesmo do guruzinho me ligar.

Seu pedido só foi o pontapé que faltava para colocar meu plano em ação.

Além disso, algo ficou muito bem nítido na minha cabeça depois daquele dia: sem mim, a Crown não passa de um bando de amadores.

Eles nem sabem jogar com as peças certas!

Os mesmo são tão incompetentes que nem cogitaram a possibilidade de deixar menos explícito que estavam subornando os juízes. Tenho certeza que, se minha humilde presença estivesse do lado deles, teriam ganhado de lavada e ninguém perceberia a trapaça.

Reviro os olhos e começo a admirar o troféu que ganhamos na competição de matemática e o troféu do futebol que dei minha ajudinha para chegar às nossas mãos.

— Eu sou muito incrível mesmo. — Falo convencida com um sentimento de superioridade no peito. — Para esse ano ficar perfeito, só preciso da minha coroa de rainha do baile, destruindo a pug da Aurora no processo. Ninguém mandou ela se candidatar ao meu prêmio de realização pessoal. — Aposto que meus olhos devem estar brilhando num misto de vingança e satisfação.

Isso será incrível!

Empino o nariz, imaginando todas as possibilidades do grande dia e vendo cada detalhe de como as coisas irão acontecer.