CAPÍTULO 34: O grande final de Jason Gustav Beaufort Samers

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Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Mais Uma Vez,
Renato Russo

...

Jason Samers

O  que é a vida?

Eu sinceramente não sei, mas tenho uma leve ideia... A definição de vida pode ter duas respostas: ou ela é a razão do seu viver, ou ela é a razão do fim da sua essência.

A primeira opção poderia se se encaixar para a maioria — ou pelo é o que esperamos — das pessoas e o porquê é mais simples do que vocês imaginam, na verdade. Para aqueles que esperam, vivem, acordam, conquistam, lutam e choram, a vida é uma eterna montanha-russa, ou seja, uma eterna aventura até o final do nosso crescimento.

Só que, sinceramente, nós só paramos de crescer quando o ar não nos for mais possível de agarrar.

Do que adianta ter vinte, trinta, quarenta, oitenta anos e estar parado no tempo, esperando que as coisas caiam do céu? Esperando que o amor da sua vida venha bater na sua porta sem fazer o mínimo de esforço? Sempre procastinando as próprias decisões? Ou, o pior de todos: se colocando para baixo simplesmente porque alguém disse que você não era capaz de fazer aquilo?

E aí, se encaixa a segunda definição de vida... Se a sua resposta for "sim" para todas as minhas perguntas, sinto em lhe dizer, mas você vive a vida como um bundão.

Anular a própria essência é o mesmo que viver uma vida sendo o fantoche de outras pessoas para, no final, no seu último suspiro, perceber que a sua vida não passou de uma ridículo e grande show de mentiras.

— Capitão, está na hora. — Adam aparece ao meu lado com uma expressão séria, o que me surpreende ligeiramente.

Essa foi a primeira vez que ele se dirigiu dessa forma.

— Já estou indo. — Respondo e pego meu capacete para ir com um sorrio mínimo no rosto. Apesar de todos os nossos desentendimentos, saber que Adam Grey está confiando em mim, mesmo com três pés atrás, é reconfortante.

Preciso de todos os meus jogadores prontos para entrarem naquele campo hoje, pois será uma verdadeira guerra ali. Aos vencedores, é a glória, bolsas de estudos, prêmios em dinheiro e troféus. Aos perdedores, restará um abraço de conforto e uma humilhante ida para casa.

— Tudo bem, pessoal. Hoje é o nosso último jogo antes de entrarmos para a universidade. — Começo meu discurso ao entrar na rodinha que nós fizemos dentro do vestiário masculino. Todos prestam atenção e me olham com confiança. — Quero que saibam que vocês se tornaram a minha família durante esses anos no futebol americano e que nunca esquecerei das nossas aventuras. Sentirei saudades até mesmo dos peidos matadores do Lopez e das comidas saudáveis e estranhas da dona Harper, a mãe do Edward.

Falo para descontrair e todos riem pelas constatações. Ninguém estava inerte sobre essas coisas, tanto que é um fato que Lopez come ovo de propósito para nos matar dentro do vestiário.

Sorriso ladino e aperto o capacete nas mãos, mostrando a eles a coruja, o mascote da Collins, desenhada ali.

— Estão vendo isso?! É o nosso símbolo e a lembrança do que vivemos dentro dessa escola, seja dentro do campo, seja pelas dificuldades que enfrentamos nos corredores e até mesmo as coisas externas a isso. — Pauso para olhar rapidamente nos olhos de cada um. — Olhem para esse símbolo e lembrem-se de onde vieram e onde querem chegar. Coloquem a vida de vocês nesse jogo, ao menos uma última vez!

Ela é Ella || ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora