CAPÍTULO 41: Deve-se pensar duas vezes antes de tocar na nossa princesinha

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De joelhos, eu pedirei
Última chance para uma última dança
Porque com você, eu resistiria
A todo o inferno para segurar sua mão

Eu daria tudo por nós
eu daria qualquer coisa, mas não desistirei
Porque você sabe que eu te amo
Far Away,
Nickelback

...

Algumas horas antes...

Jason Samers

Eu não sei mais o que fazer.

Todos os policiais disponíveis, os homens de Guilherme e inclusive eu mesmo de forma clandestina estamos numa busca incessante a sete dias por Isabella, mas não encontramos um mísero sinal dela ou de Asher — que, sem dúvidas, assim que o encontrar, irei querer matar por tirá-la de mim.

Nem me importar com a porcaria do baile de encerramento do High School tem sentido mais. Do que adiantaria ir naquela merda sem... Ela? Além disso, estou pouco me fodendo se perdi os últimos dias na escola ou nos meus outros compromissos. Ir atrás de Isabella é infinitamente mais importante.

Procuramos por parentes do ruivo e históricos familiares duvidosos para fazermos uma medida protetiva e "caçarmos" Ethan Walker e Ava Davis, uma vez que são os pais do psicopata.

Entretanto, não adiantou de muita coisa.

Nenhum dos dois nem mesmo sabia que Asher estava na cidade... Porém, o pior não foi isso ou o fato deles responderem às perguntas que fizemos com um claro cinismo e prepotência na voz — o que quase faz com que Guilherme cometesse um estrangulamento se não fosse por mim, Antônio e Murilo o segurando. O pior foi cavar mais à fundo e descobrir que, realmente, o segredo guardado a mais de um ano por Andrew estava certo.

Asher Walker Davis violentou duas meninas, tentou agredir a minha namorada e foi isentado da culpa graças a favores políticos do seu pai — o que chega a ser "engraçado", porque Willian já era o delegado na época, mas não soube do caso.

— Filho da puta. — Soco o espelho do banheiro, sentindo os ossos dos meus dedos doerem absurdamente, mas nada se compara ao ódio que sinto daquele desgraçado.

Uma lágrima de ódio desce.

A cada minuto que passa, menores são as chances de encontrarmos Ella viva, e isso está me consumindo! Se pudesse, colocaria fogo nessa cidade para que alguém — qualquer um — se pronunciasse e contasse onde está a minha namorada, a minha princesa, a única por quem já me apaixonei de verdade e uma das pessoas mais temidas de Sunset Ville.

Ergo os olhos vermelhos de raiva para ver o meu reflexo: há olheiras profundas e quase roxas devido às noites mal dormidas e estresses constantes dos últimos dias; gotas de água gelada caem pelo meu tronco graças ao banho que acabei de tomar; meu semblante está mais duro e sério que o normal graças aos resquícios de barba que não fiz questão de tirar por cima das diversas sardas; e o cabelo está grande demais. Na real, já passou da hora de cortá-lo a muito tempo, mas...

— Preciso dar um jeito nisso. — Sopro as palavras e olho para a pia com o objetivo de achar a tesoura que trouxera antes de entrar no chuveiro. — Se não posso encontrar Ella sozinho, tenho que ao menos parecer um ser humano decente.

Pego o objeto com precisão e ameaço cortar pouco acima dos ombros como de costume, mas paro no mesmo instante, olhando fixamente a minha pior versão física dos últimos anos.

Além disso, o cheiro de sanduíche queimado vindo lá de baixo — provavelmente graças ao meu irmão mais novo e boboca tentando fazer algo na cozinha — e os pouquíssimos raios do pôr-do-sol que entram pela janela do banheiro também compõem a cena caótica e melancólica, fazendo-me refletir brevemente. Já fiz muita coisa boa e ruim na vida; mas, sem dúvidas, ter sido honesto sobre meus sentimentos por Isabella foi uma das melhores.

Ela é Ella || ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora