Tudo o que eu vejo são sinais
Tudo o que eu vejo são cifrões
O dinheiro está na minha mente
Jogue-o
Veja-o cair do céu [...]E quem se importa como vocês que me odeiam se sentem?
(E eu ainda tenho dinheiro)
Chame o seu valete e me desafie
Pour It Up,
Rihanna...
Tâmara Cardoso
— Asher Walker Davis, você está condenado à prisão perpétua por stalking, obsessão doentia, crime premeditado, sequestro, calúnia, mantimento em cárcere, agressão física, agressão psicológica e violência sexual de seis mulheres menores de idade ao longo dos últimos quatro anos pela lei dos Estados Unidos da América. — O juiz bate o martelo uma última vez, encerrando o julgamento e definindo o futuro do rapaz ruivo, que acaba de se levantar com o rosto mais vermelho que os próprios cabelos numa clara expressão indignada.
Ele tenta se soltar do aperto dos policiais, mas é inútil. Além de terem pelo menos cinco homens o arrastando à força, seu ombro e sua perna estão claramente debilitados — provavelmente por causa dos dois tiros que levou. Entretanto, isso não impede de parecer que sua vontade é explodir esse lugar, enquanto o rosto cheio de hematomas se contorce, deixando-o ainda mais feio e repulsivo.
Sorrio discretamente por detrás do leque preto que foi melimetricamente escolhido para combinar com minha saia lápis e blusa social da mesma cor. Além do salto alto vermelho-sangue, obviamente.
Sendo bem honesta, a cena é deliciosa de se ver, porque eu me identifiquei com aquelas garotas de certa forma. Juliano Mouro — meu antigo e falecido "dono" — fez da minha vida um verdadeiro inferno por quase dezenove anos e fui burra o suficiente para envená-lo e matá-lo ao invés de tornar seus crimes públicos.
A mídia conseguia ser como um bando de abutres em busca de carne pobre quando as fofocas envolviam grandes figuras nacionais.
Leo Dias é o meu favorito.
Logo, ter o prazer de ver outro ser tão miserável quanto Mouro sendo condenado e preso é similar a ganhar uma bolsa original da Gucci.
— Vocês não podem fazer isso! O meu filho é inocente! Ele sofre de transtorno parafílico, não tem culpa dos próprios atos! — Uma mulher pomposa, que suponho ser a mãe do réu, levanta-se com o semblante desesperado, querendo, a todo custo, salvar o garoto da sentença.
Torço os lábios.
— Ergh! Parece uma baleia de tão gorda e ainda é estúpida. — Sussurro para mim mesma, deixando que apenas os olhos fiquem expostos atrás do leque.
— Senhora Davis, ou cale a boca, ou será condenada a passar o resto de seus dias dentro da cadeia em vez de pagar a multa que lhe foi imposta, junto ao pai do seu filho, por desacato à autoridade penal! — O juiz grita lá de cima, olhando-a com seriedade e uma pitada de nojo.
A mulher puxa os próprios cabelos com força e começa a gritar incessantemente como uma louca.
Enquanto isso, o pai do garoto — que descobri ser um político importante no país — é levado algemado pelos policiais, porque foi pedida uma prisão provisória, uma vez que descobriram o seu envolvimento indireto nos crimes do filho, então também será julgado, mas em outro momento.
— Que peninha... — Sorrio um pouco e ergo as sobrancelhas, analisando as feições soberbas do homem ruivo mais velho.
Seria interessante investir em sua pessoa. Ele não é feio completamente e adoraria sair do meu país, passar as férias nos Estados Unidos e extorquir alguns velhos ricos.
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Ela é Ella || ✔
Teen Fiction|| LIVRO 01 DA "TRILOGIA RODRIGUES" "As pessoas sempre culpam aquilo que não conhecem... Pensei que você fosse diferente." As patricinhas que conhecemos são sempre as vilãs das histórias ou as garotas que todo mundo odeia por serem superficiais. Só...