Park Jimin e Kim Taehyung tiveram uma infância difícil, mas sempre puderam contar um com o outro. Decididos a deixar o passado para trás, eles se mudam para Seoul, onde encontrar novas amizades, mais desafios, e possíveis amores.
💥 AVISO: O CAPÍTULO PODE CONTER CENAS QUE CAUSAM GATILHO OU CENAS INADEQUADAS PARA MENORES DE 18 ANOS.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Na manhã seguinte Taehyung acordou com beijos molhados no rosto, e não eram de Jimin. Ao abrir os olhos o jovem se deparou com uma pequena bolinha de pelos, apoiada com os pés traseiros em seu peito e lambendo seu rosto. Apesar de todo babado, ele riu.
Yeontan era a nova adição da família Kim-Park, um filhotinho de pomerânia, resgatado junto da mãe em uma operação contra criadouros clandestinos. O pequeno tinha falhas no pêlo, fazia as necessidades em sua própria caminha e comia até vomitar, mas era a coisa mais fofa que Tae tinha visto em toda sua vida. Feliz, Kim se levantou da cama e pegou o pequeno no colo, seguindo em direção a cozinha, mas parou, antes de chegar lá.
– Eu preciso conversar com o Taehyung primeiro mãe, ele é meu colega de quarto, tenho que avisar para ele sobre os meus planos. Tenho que falar também com os meus chefes, não sei se posso simplesmente pegar uma folga assim do nada. – Falava a voz vindo da cozinha. – Mãe, eu não posso pedir demissão, não é tão simples assim, eu preciso desse emprego para pagar a faculdade e as outras contas. – Disse a voz, respirando fundo. – Eu não vou trancar a faculdade, eu não pretendo passar muito tempo aí, só quero saber como ele está. – A voz fez uma pequena pausa, escutando o que a pessoa do outro lado da linha dizia. – Mãe, isso é importante para mim... – Pausou, parecendo ter sido interrompido. – Claro que não é mais importante que o meu irmão. Eu vou dar um jeito, amanhã estou aí. Se cuida.
Quando viu que a ligação havia acabado, Kim entrou na cozinha, procurando pelo amigo. Jimin estava sentado no sofá, com a cabeça baixa.
– Chimy, o que houve? Você vai pra casa? – Questionou o mais novo.
– Tae... – Falou Park, sendo pego de surpresa pelo amigo. – Parece que meu irmão está no hospital, ele teve uma convulsão forte ontem pela manhã, minha mãe me mandou voltar para ajudar a cuidar dele.
– Mas e o seu trabalho? E a faculdade? – Questionou, enquanto acariciava o pêlo de seu bichinho para se acalmar.
– Vou ver se consigo uma folga no trabalho, e vou conversar com meus professores, explicar a situação. – Respondeu o outro, massageando as têmporas.
– Se você for, eles só vão pedir mais dinheiro, e jogar as coisas em cima de você.
– Mas eu preciso ir ver o meu irmão, saber como ele tá.
– Eu vou com você então, vou ser seu apoio emocional. – Disse Tae, com um sorriso falso nos lábios.
– Você sabe muito bem que isso não vai acontecer. Eu vou ter que ficar na casa dos meus pais, e não quero você lá, ir para a sua casa também não é uma opção, e não temos dinheiro sobrando para pagar um hotel. – Disse Jimin, sendo o mais racional possível,
– Eu também não quero você lá sozinho.
– É a minha família Tae, eu tenho que aguentar.
–Sério? Então acho que eu vou voltar para casa também, e tentar aguentar as surras e humilhações do meu padrasto.
– Não é o que eu quis dizer, meus pais nunca me bateram Tae.
– Mas fizeram quase tanto estrago quanto.
– Eu não quero discutir isso Tae. Vão ser só alguns dias, antes que você perceba eu já vou estar de volta.
– Se não tem opção...Eu só espero que você não deixe eles entrarem na sua cabeça de novo. Você vai ter que me ligar todos os dias, quero atualizações diárias,e se você não voltar em três dias, eu chamo a polícia, o exército, a tropa de choque, qualquer um, e vou atrás de você.
– Tudo bem. – Respondeu o mais velho rindo. – Agora vai se arrumar que ainda temos que ir pra faculdade.
Mesmo sem estar completamente convencido, Kim resolveu deixar o assunto de lado, Jimin já era adulto, sabia tomar conta de si mesmo, e se Tae percebesse que ele não estava bem, ele pegaria o primeiro avião para ir atrás do amigo.
Os dois se arrumaram e partiram em direção a faculdade, Jimin tinha um sorriso no rosto, e saltitava pela calçada, mas Tae sabia que o mais baixo só estava fazendo aquilo para esconder o que realmente se passava em sua mente. Entretanto, assim que passaram pelos enormes portões, a expressão de Park mudou completamente.
– Tae! – gritou o mais novo, se virando para o amigo com uma cara de puro terror. – Tae! – Ele gritou uma segunda vez, conseguindo 100% da atenção do amigo. – Eu beijei o Jungkook. – Disse, puxando o amigo para perto e sussurrando em seu ouvido.
– Eu sei! – Taehyung sussurrou de volta. – Como eu disse antes, eu tava lá.
– Eu tô fodido. – Falou Park, passando a mão pelo cabelo. – Como eu vou encarrar ele? – Disse desesperado. – Tae? – Terminou, olhando para o amigo com cara de choro.
– Nem vêm Chim, foi você que beijou ele, eu não posso fazer nada. – Falou ele, rindo da cara do amigo, mas seu sorriso sumiu assim que ele avistou Yoongi, a poucos metros de distância. – Hyung, eu tenho a impressão que eu também fiz alguma coisa que eu não devia.
– Relaxa Tae, mesmo que você tenha bebido demais, eu sei que você não beijou ninguém. – Disse Jimin, dando batidinhas nas costas do amigo.
– É verdade, mas eu ainda tô com a impressão de que eu fiz... Deixa pra lá. – Yoongi-hyung! – Gritou Tae, saltitando até o amigo.
Yoongi olhou para os dois, com cara de poucos amigos, mas o sorriso no rosto do mais novo fez sua expressão suavizar.
Os amigos se cumprimentaram e depois seguiram para suas aulas, se encontrando novamente na mesa de almoço. Na mesa, todos já estavam sentados, exceto Jimin e Tae, que tinham acabado de chegar. Jungkook, assim que viu os amigos se aproximando da mesa, abaixou a cabeça e escondeu seu rosto, mais vermelho que um pimentão. Em resposta, Jimin desviou o olhar, e procurou por algum buraco para se esconder, mas no fim, acabou só pegando sua comida e indo para a mesa. Os amigos conversavam normalmente, rindo ao lembrar de diversos acontecimentos da festa, mas Jeon e Park evitavam, a todo custo, cruzarem seus olhares.
– Jin! – Exclamou Jimin, chamando a atenção do amigo. – Será que você pode fazer um favor para mim?
– Claro! – Respondeu Seokjin, se virando para o amigo e oferecendo toda sua atenção.
– Você consegue gravar as aulas do sr. Choi pra mim? Não vou conseguir ir na próxima aula dele. – Disse Jimin, enquanto comia um pedaço de sua sobremesa, nem notando os olhos esbugalhados que observavam-no devorar o mochi.
– Você vai viajar? – Questionou Namjoon, preocupado com as faltas do amigo.
– Vou sim, mas só por uns três dias, minha mãe me pediu para ir visitá-la. – Respondeu, ainda comendo seu doce.
– Que bom, você deve estar com muita saudade da sua família. – Comentou Jin.
Taehyung riu de forma sarcástica e espetou com força o último pedaço de carne em seu prato.
– Sim, morrendo de saudades. – Disse ironicamente.
Jimin nada disse, e sentindo algo errado, Namjoon decidiu mudar de assunto, levantando uma discussão sobre o último filme que havia assistido.
O resto do dia passou correndo e logo Jimin e Taehyung estavam na rodoviária se despedindo. Assim que o ônibus de JImin partiu, Tae se arrependeu de ter deixado o amigo ir, algo dentro de si dizia que nada de bom sairia daquela viagem mas, tentando ignorar o mau presságio, ele voltou para casa e tentou dormir.
