Capítulo 1

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Capítulo 1
28/06/2005


Uma mulher especial.


A mulher de cabelos esverdeados entrou pela porta nervosa, suas mãos tremiam sobre o corpo rechonchudo e pés andavam trêmulos.

— Com licença.

A mulher pediu enquanto entrava no quarto, ela sorriu delicadamente ao ver um esverdeado no chão do quarto fazendo um trenzinho de blocos de madeira.

Ela mordeu o lábio inferior e encarou as pequenas sardas do mesmo, aquilo era a única coisa que o diferenciava.

— Ele é bonito, né?

Uma cuidadora se aproximou enquanto Inko encarava o pequeno garoto concentrado demais em seu passatempo.

— Ele é calmo, não briga com ninguém, acha que podem se entender?

— Acho.

Inko afirmou, engoliu a seco e entrou dentro do quarto. Se aproximou lentamente do esverdeado que não a deu um mínimo de atenção e se ajoelhou em sua frente.

— Izuku? Olá, meu nome é Inko.

O garoto continuou a brincar fazendo uma fileira de blocos como se fosse a coisa mais divertida do mundo. A mulher riu e segurou um bloquinho, o colocou em fileira e isso tomou a atenção do esverdeado.

O garoto — que antes não dava a atenção para ela e estava super concentrado — olhou gentilmente para a mulher, permaneceu com a expressão calma e seria, mesmo assim a mulher sorriu.

— É um prazer conhecê-lo Izuku.

O esverdeado deu um leve sorriso, quase mínimo, mas não passou despercebido por Inko.

A esverdeada estendeu a palma para um aperto de mão e voluntariamente Izuku colocou dois dedos sobre ela. Como um aperto de mão básico, algo como se dissesse "estou tocando sua mão, já é o suficiente."

Ele balançou afinando o aperto e soltou. Inko estava quase explodindo por dentro de felicidade, as bochechas coram e seus lábios afirmaram o maior sorriso da fase da terra.

A luz do sol alaranjado entrava pelo quarto iluminado o esverdeado, como se ele fosse um anjo, um anjo enfileirado blocos um em cima do outro agora.

— Ele é perfeito.

Inko disse para a cuidadora, a mesma fez uma careta com um sorriso forçado e fez um sinal para que Inko saísse do quarto.

— Deixe-me conta-la algo.

Inko saiu do quarto e foi para fora, o esverdeado resmungou assim que três pequenos blocos caíram no chão o que fez a esverdeada rir.

— Senhorita Inko, temos crianças melhores aqui... O Izuku é... Complicado.

— Não me importo, ele é idêntico ao meu filho, quero ele.

— Sei que lidar com a perda não está sendo fácil, mas podemos procurar outra criança...

— Não, ele é igualzinho, a não ser pela idade. Ele era três anos mais novo.

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