Capítulo 11

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Capítulo 11
25/02/2020

"É loucura odiar as rosas porque uma te espetou."

     Os pequenos pés tocaram na grama verde de maneira delicada, os mesmo pés estavam machucados e sujos de lama mas ele parecia não se importar. A única coisa que importava era seguir Katsuki pelo bosque.

O loiro carregava consigo um pedaço grande de madeira e falava uma rima estranha enquanto andava.

— Kacchan! Quero ir pra casa...

Ele bocejou cansado colocando a mão na boca. Não estava a noite, mas Izuku tinha um apto de dormir a tarde e dar uma cochilada entre as 14:00 e 15:30. Sempre nesse horário.

— Espera um pouco Deku, já estamos chegando.

— Falta quanto até chegarmos?

O loiro não respondeu, apenas adentrou dentro dos arbustos e o esverdeado o seguiu.

O sol foi se transformando em um céu nublado e com uma neblina horrível. Sons de trovão fizeram o esverdeado tampar os ouvidos sensíveis.

Resmungou de dor enquanto revirava a cabeça. Agora estava estressado, não gostava do barulho e sua rotina de sono estava sendo quebrada.

— Quero ir embora!

— Já chegamos.

Ele entrou dentro do arbusto e o esverdeado correu atrás. Parou em frente a uma rodovia, do outro lado tinha o orfanato o esperando.

O carro de sua mãe estava do outro lado e a mesma enfermeira parada em frente ao portão.

— Kacchan?

— Não achou que eu seria amigo de um autista, não é?

Não disse nada, apenas encheu os olhos de lágrimas.

— Você é defeituoso, deveria saber. Nunca vai ser normal.

— Mentiroso! Katsuki disse que eu sou normal!

— Katsuki? Eu? Eu disse que você é normal?

— Não! Katsuki! Da faculdade!

— Que faculdade? Pelo que eu saiba eu sou o Katsuki. E não estou na faculdade.

Izuku parou por um instante, mordeu o lábio inferior e encarou o chão.

A memória era algo muito incomum. Izuku se lembrava de Kacchan, mas não se lembrava de seu nome. Não se lembrava que Kacchan se chamava Katsuki Bakugou...

As mãos mexiam sem controle e seus pés tremiam.

— Isso é um sonho lúcido?

— Sim.

— Não me diga que você é o Katsuki Bakugou da faculdade...

— Sempre fui.

O loiro se afastou lentamente e entrou dentro da mata, logo voltou. Agora sua versão mais velha e adulta, dos vinte e dois anos.

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