Capítulo 19

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Capítulo 19
09/04/2003


"As vezes se precisa molhar os pés para atrair os tubarões."


     As nuvens estavam andando mais rápido que o normal no céu, o vento estava mais forte e as árvores estavam cobertas de flores da primavera.

Izuku estava segurando fortemente seu livro sobre dinossauros. Ele folheava o mesmo para ver as figuras dos dinossauros já que ainda não sabia ler.

O carro — no qual Izuku estava dentro — balançava de um lado para o outro a caminho de sua nova casa.

Nós pés não havia sapatos, estava descalço pós não queria colocar meias nos pés. Nunca gostou da textura de meias...

— Animado para conhecer seu novo pai?

O esverdeado não respondeu. Continuou olhando o livro, não era tão interessante mas era melhor do que conversar.

— Bom, seu novo pai é um adulto de trinta e um anos, é personal trainer e tem uma academia no centro.

Ele acenou com a cabeça. Claro, com o tempo Izuku perdeu a sua capacidade de comunicação verbal graças ao autismo, era esperado que acontecesse...

— Eu fico feliz que tenha sido adotado com apenas dois meses com a gente. Comparado as outras crianças isso foi um recorde...

Izuku levantou o olhar para a mulher que se mantinha orgulhosa. Rei Todoroki, a mulher mais gentil que conheceu.

— Te fiz um presente, mas só vou mostrar quando chegarmos lá.

O garoto não se mostrou tão interessado.

A mulher imediatamente se calou de vergonha e começou a olhar a janela do carro. Enfim o carro parou em frente a uma casa velha e assustadora.

A casa era de madeira, a coloração era esverdeada por velhice e as janelas estavam empoeiradas.

Izuku suspirou enquanto saia do carro. Ao longe havia um homen em pé, na frente da casa encostado na porta.

Esse homem era alto, forte, tinha cabelos pretos, tinha olhos azuis e usava uma blusa regata branca bem marcante. Na blusa estava escrito "Train to live" que significa "Treinar para viver".

— Bom, é aqui que a gente se despede.

A mulher carinhosa o entregou uma caixa bem bonita com um laço roxo no topo.

— Acho que você vai gostar... Não só do presente, mas dá sua nova casa também.

O esverdeado desfez o laço e abriu a caixa, lá estava uma toca feita de crochê, era uma toca de sapo com os olhos e a textura era boa e não  o deixou com encômodo.

— Adeus, Izuku.

A mulher se foi.

Izuku se virou para trás e encarou o homen novo a sua frente. Ele deu um sorrisinho de lado e entrou para dentro de sua casa.

Desajeitado o esverdeado fez o mesmo, pegou a sua mochila e entrou dentro do que parecia ser seu novo lar.

Tinha cheiro de poeira e carvão, a cozinha era de um lado e a sala de outro, havia uma escada para o segundo andar e uma porta que levava para o quintal de trás.

Eu Consigo Ouvir O Seu Coração Onde histórias criam vida. Descubra agora