Capítulo 5

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Capítulo 5



"— Não podes passar!
Disse o troll a pular de baixo da ponte.
— Tens que pagar pedágio."



     O rosto vermelho e fino da mulher revelou o seu desespero ao ser algemada, os policiais falavam coisas sem sentido enquanto Inko olhava tudo sem um pingo de pena.

Sua garganta estava seca e seus pés tremendo mais que uma vara de pau, ainda chorava mas com pouca intensidade comparada a antes na sala de aula.

Inko suspirou enquanto saia de perto daquele lugar. Precisava de ar fresco e de calmaria.

Se dirigiu até o parque mais próximo, havia crianças brincando e pais observando as mesmas. Aquilo a trazia lembranças tão ruins quanto boas.

Ah, como odiava parques...

Se sentou em um balanço e começou a olhar os próprios pés. As sandálias estavam sujas de barro e as unhas com o esmalte rosa descascando.

Novamente se pós a chorar. Seu corpo se tremia em tristeza e seu rosto mantinha uma expressão curta de tristeza e decepção.

— Por que tá chorando?

A esverdeada levantou o olhar encarando a criança a sua frente. Cabelos loiros espetados e olhos vermelhos, usava uma camisa vermelha com um carro estampado e uma bermuda jeans.

— Hum?

— Minha mãe disse que adultos não choram.

— As vezes... Ele choram...

— E porque tá chorando?

A criança era curiosa, levantava a sombrancelha em pergunta e mantinha um sorriso amarelo no rosto. Tentava ser acolhedor, do seu jeito.

— Porque perdi meu filho...

Sua voz saiu triste e rouca, o loiro se sentou no balanço ao seu lado e começou a balançar.

O balanço fazia um barulho agoniante rangendo e rangendo, se Izuku tivesse ali ele iria odiar o barulho.

— Que pena, eu também perdi meu amigo.

— Seu amigo?

Inko perguntou confusa.

— Sim, tive um acidente na praia e me afoguei. Quando acordei ele não estava mais lá...

— E onde ele está?

— Eu não sei...

O loiro encarou os próprios pés.

— Perguntei pra minha mãe, ela disse que também não sabia...

— Sinto muito pelo seu amigo...

O garoto pareceu não se importar muito, mas no fundo se importava... Se importava bastante até.

— Hum. Ele é forte, sei que está em um lugar bom.

Eu Consigo Ouvir O Seu Coração Onde histórias criam vida. Descubra agora