Capítulo 33

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Luiza narrando

Escroto, filho da puta.

- Aiiiiii que ódio - me jogo na cama.

- Ei? - escuto e olho para Lucas vindo em minha direção.
- Desculpa? - senta na cama.

Me viro de costas para ele, segurando meu choro e minha respiração.

- Eu não aguento mais Lucas... Não aguento... Não aguento mais desculpas, não aguento mais essa prisão - falo pousadamente tentando me controlar.
- Por favor me deixa sozinha - me viro pra ele.
- Puta dançou muito ontem... Puta tá cansada - falo.
Nem se move, apenas me observa.
- Por favor Lucas - peço apontando para a porta.
Ele sai.

Fiquei deitada o resto do dia.
Levantei já era quase nove da noite.
Barriga roncava de fome.
Tomo banho e escovo os dentes.
Visto um vestido simples preto, bem colado no corpo e um chinelo.
Passo perfume e hidratante no rosto.
Vou sair para buscar lanche.
Quanto abro a porta dou de cara um dos valores encostado do muro, um buquê enorme de rosas na mão e na outra uma caixa.
Ele vem em minha direção.

- Patrão mandou entregar essa encomenda - ele diz.

- Leva de volta e manda enviar no cú...

- Faz isso comigo não Dona... Tem duas horas que tô aqui mofando... Ele vai fazer eu ficar até você aceitar - ele fala e me convence a receber.

- Obrigada - entro e coloco o buquê e a caixa sobre a mesa.
Abro o cartão.

"Eu não sei como te pedir desculpas.
Você é muito especial pra mim meu amor.
Chegou na minha vida de uma forma inexplicável."

Senti nem um pouco de sentimento lento isso.
Abro a caixa e vejo chocolates que eu gosto.

- Huuuuum... Chocolate? Buquê? - Mateus entra pela cozinha.

- Pode ficar para vocês - falo.
Dou um beijo nos dois e saio.

Saio de casa.
Vou andando até a lanchonete.
Peço um lance enorme e um guaraná.
Me sento para esperar.
Lucas me liga, uma, duas, três vezes e não atendo.
Distraída mexendo no celular assunto com alguém sentando ao meu lado.

- Não vai me atender? - pergunta e nem o olho.
- Que você quer Luiza? Que eu fiquei correndo atrás de tu... Igual cachorro - ele fala, me levanto saindo dali e indo para fora.

- Você acha que pedir desculpas resolve? Eu já te falei que não... Pede desculpas toda vez e nunca muda, é desculpas... Desculpas... Desculpas... Isso é coisa séria Lucas, mágoa pessoas, fere e desculpas não tá resolvendo mais - digo.
Ele me observa sem dizer nada.
- Tá foda pra caralho aguentar - acrescento.
Você tinha que ter dado um tiro no babaca lá? Nossas vidas já não tá difícil, tanta coisa já está acontecendo...

Ele me puxa e me envolve num abraço.
Beija minha cabeça.
Juro que essas desculpas não estão valendo de nada mais.

- Vou descer...

- Não quer ir lá pro barraco?

- Hoje não tá...

- Não sai do morro já é? - ele fala e finjo não escutar.

Ele sabe que estou magoada e então nem se esforçou muito para me levar para casa dele.

Como meu lanche na cama, assistindo continência do amor, filme maravilhoso.

Nos braços de um traficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora