Capítulo 44

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                       LUCAS NARRANDO

Esses dias fora do morro foi um inverno.
Era para ser apenas três assaltos, e já tamo no quinto.

- Tu não tem escolha não Lucas... Tu vai trabalhar para mim até eu querer - Vinicinho fala.
Ele pega seu celular do bolso e me mostra um vídeo, onde aparece eu e Yuri contando dinheiro do assalto e outro vídeo em que aparece arrombando um caixa eletrônico.
- Se não quer que caia na mão da polícia, você vai fazer esse assalto amanhã e vai vazar daqui só quando eu quiser...
Puta que pariu.
Se esse vídeo cair na mídia, eu tô lascado. Vão associar ao morro.
Saio de dentro da casa puto, atravesso a rua e vou em direção a praia, estamos em lugar chamado barra do Itabapoana, cerca de oito horas do morro.

- Porra cara... Tamo ferrado - Yuri diz aparecendo atrás de mim.
Me sento na areia, tiro o celular do bolso e vejo mensagem de Geovane.
Dizendo que mais uma vez Luiza encontrou com Rui, todo dia agora essa merda.

- Eu preciso meter o pé daqui... Ele não vai deixar nós sair vivo daqui não cara...

- Tô com vontade de meter dois tiros na cara daquele cara... Dois para ter certeza que ele vai direto para o inverno - Yuri diz fazendo as mãos os gestos, da arma e do tiro.

Pego o celular e ligo para Mateus.

- Diz aí... Tu sumiu - Mateus diz ao atender.

- Vou precisar de uma ajuda sua aí irmão... Sexta tô de volta nessa porra ai... Vivo ou morto...

- Tá maluco irmão...

- É o seguinte... Amanhã vamos fazer um assalto... a cidade chama Itaperuna... Pede alguém para descer o morro e da informação para a polícia sobre o assalto... caixas eletrônicos que ficam na rodoviária...

- Já é cara...

- Amanhã preciso que alguém venha nos buscar... E quero a maior festa do ano aí na sexta...

Desligo não pode dar muito mole na ligação.
Amanhã tem outro assalto e vou aproveitar para acabar com isso.

- Que tá pretendendo chefe?

- Amanhã na hora você vai entender... Preciso que deixa em alerta o Dudu e chumbinho - falo dos caras do morro que tá com nós.

****

Tamo preparado para entrar na cidade.

- O ponto fica a cerca de quinze minutos daqui - fala Vinicinho.
- Lucas? Hoje vamos dividir a sua turma... Como estou com dois homens a menos, hoje vão dois seus para a linha de frete... Yuri e Dudu - ele diz sobre os meninos irem na frente.

- Não... Eles vão comigo, como sempre... Dando cobertura - falo e ele vem até mim, ele segurava um fuzil e com ponta dele com toda a força bateu na minha costela.
Agacho no chão de dor.
Filho da puta eu te mato ainda.

- Você acha que manda alguma coisa aqui - olho com tanta raiva, que me imaginei dando vários tiros na sua cara.

Me levanto com dificuldade o encarando.

- Melhor Yuri ir dando guarda chefe... Ele é firme no gatilho - Chumbinho diz a Vinicinho.
- Eu vou com Dudu - chumbinho olha para Dudu e os dois afirmam com a cabeça.

- Bora lá então... Quero vocês aqui de volta em quarenta minutos...

- Lucas... Só garante a minha dona se algo acontecer comigo - Dudu fala, antes de entrar no carro.

- Deixa comigo...

Manda a localização para Mateus, onde estamos.
- 📍 Localização - 22:45.

- Vão achar Vinicinho nesse lugar, tá ele é um guarda - 22:45.

Ele vai mandar para os agentes, que tá passando informações sobre o assalto.

Entro no banco do carona e me sento ao lado de Guimarães, que dirige o carro.
Yuri senta no banco de trás.
Nosso carro é sempre o último da fila.
Meu plano é, antes de chegar no lugar do assalto, dar um fim no Guimarães.

- Quero ajudar vocês... Dudu disse que posso confiar em vocês - Guimarães diz.
Porra Dudu, que isso mano, tudo ferra nós.
- Eu preciso sair disso aqui... Minha filha nasceu a três meses e até hoje não a vi...
Olho para Yuri e ele passa a mão no rosto.
- Podem confiar em mim, eu só quero sair disso...

- Revista ele - digo a Yuri.
Começo a revistar o carro, ele pode tá com escuta ou celular gravando.
Pego seu celular, abaixo o vídeo e jogo pela janela.
- Próximo sinal vermelho, tu vai trocar de lugar com Yuri...

Eles trocaram de lugar, como os vidros são muitos escuros, não se via do lado de fora.
Pego o cinto de segurança e amarro sua mão.

- Passa direto... Entra na próxima - falo com Yuri quando os outros carros entram a direita.

Pego o rádio.
- Diz que errou o caminho - Digo a Guimarães.

RADINHO ON

- ME DESTRAI... JÁ ALCANÇO VOCÊS...

- APOSTO QUE FOI COM A NOVINHA QUE PASSAVA - fala um dos guardas.

- ACELERA AI FI... QUE JÁ VAMOS CHEGAMO - outro fala.

Após alguns segundos escutamos muitos tiros e sirenes.

- Bora pra casa - digo a Yuri que sorrir.
Olho para trás e vejo Guimarães sorrindo.

Chegamos no morro seis horas depois.

- Fala chefia - o guarda que tá na guarita diz.

- Fala Furão... Sem alarde que tô no morro, quero que ninguém saiba...

- Deixa comigo...

Subimos para a base.

- iai... Vocês tão fortinhos em - Mateus fala aos nos ver.
Engordamos né.
Sem ninguém na base, Mateus mandou geral meter o pé.
Desenrolo a mão de Guimarães do cinto.

- Vem - digo lhe dando as costas.
Abro a porta do quartinho.
- Vai ficar até amanhã... Depois te libero para ir curtir sua filha - ele me olha e entra, fecho a porta e vou para minha sala.

- Busca um café para nós cara... Tô varado... Para ele também - digo apontando para a porta do quartinho.

- Que tá armando? - Mateus pergunta.

- Tô pensando um pouco ainda filhão... Tô com umas ideias aí, assim que tiver com a cabeça no lugar te falo...
- E minha gata?

- Vai dar um treco ao te ver...

- Vamo aparecer só a noite... Quero poder pensar em uns assuntos aí e descansar primeiro - digo.

- Yara tá por aí ainda? - Yuri pergunta.

- Tá lá com minha irmã...

- Saudades da minha branquinha - ele fala todo derretido.

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⏰ Última atualização: Sep 24 ⏰

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