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Isabella Guedes.

A língua de Yuri invadiu minha boca com urgência. Eu sei que poderia recuar, o empurrar ou fazer qualquer outra coisa. Mas não consegui. Não tinha forças para lutar contra algo que estava sentindo, mesmo sem querer assumir. Algo impróprio e errado, mas que naquele momento pareceu totalmente mágico.

Minhas mãos subiram para sua nuca me entregando ao beijo. Suas mãos firmaram em minha cintura, seu cheiro me invadia pela proximidade, sua pele na minha estava me causando arrepios e  foi quando retomei minha consciência.
O afastei lentamente quando ficamos sem ar.

— isso não é certo. — eu colei nossas testas, ainda sentindo suas mãos em minha cintura.

— eu não sei o que aconteceu comigo. — ele falou baixo, tentando controlar a respiração. — minhas mãos subiram para o seu rosto o acariciando.

— eu te peço para que não se repita. Eu sei que não vou ter o controle que tive agora. Não é certo comigo e muito menos com ela. — beijei sua bochecha e então me afastei dele.

Peguei minha bolsa que estava no banco de trás e respirei fundo antes de sair do carro fechando a porta.

Senti minhas bochechas queimarem, ainda sentia o toque dos seus dedos na minha cintura e o gosto do seu beijo, o cheiro dele grudou em mim.

Caminhei com pressa até a porta da casa de Roger, entrei para dentro e ouvi ele arrancar com o carro do lado de fora.

Me sentei no sofá da sala, sentindo o meu coração acelerado. Há muito tempo não me sinto desse jeito, eu nem sabia exatamente no que pensar, ainda estava sem reação alguma.

A única certeza que tinha era de que isso não poderia voltar a acontecer.

(...)

— bom dia dona Iza, a senhorita Mavi está aqui na portaria. — seu Zé, o porteiro do prédio avisou no interfone.

— bom dia seu Zé,pode liberar.  — pedi, dando pulinhos por dessa vez ela não ter se atrasado

Duas semanas se passaram desde o dia do jogo que definiu a semifinal da copa do Brasil.

A minha animação pela manhã era algo raro de acontecer, a não ser quando tinham comemorações especiais.
Sim, chegou o dia da inauguração da minha  loja.

Em alguns minutos, Mavi bateu na porta.

Me mudei para o meu apartamento há cinco dias, a obra terminou antes do previsto. Ainda faltam algumas coisas para organizar, mas está ficando do jeitinho que sempre quis.

cadê o amor da titia cadê? — Mavi foi recebida com Billy pulando em cima dela.

Billy. O cachorrinho que ganhei da minha mãe e Roger como presente de casa nova.
Um presente que destrói tudo que encontra pela frente.

— oi amiga. Hoje vai ser especial. — a loira me cumprimentou com um abraço quando Billy saiu de cima dela, começando a morder a bolsa sem que ela percebesse.

Passamos o dia inteiro juntas como o planejado, pedimos o almoço, maratonamos "Brooklyn 99". E então começamos a separar as roupas e os acessórios que vamos usar.

—eueyurinosbeijamos — solto, falando rapidamente.

— você fez o quê? — a loira me encarou com os olhos arregalados.

— Eu. E. Yuri. Nos. Beijamos. — falo devagar dessa vez.

— COMO É? VOCÊ ESTÁ FICANDO MALUCA DA CABEÇA IZABELLA? você vai ficar careca se a Nathalia descobrir, eu vou ter uma amiga careca meu Deus. — ela levantou da mesa com um pulo e começou a andar de um lado para o outro.

𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐂𝐚𝐬𝐨 |Yuri AlbertoOnde histórias criam vida. Descubra agora