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Izabella Guedes.

— Iza, o café já está na mesa. — ouvi Mavi falar do lado de fora do quarto.

Acordei junto com Bia e ela, mas acabei dormindo novamente quando as duas saíram do quarto.
Não consegui dormir de madrugada.

Não enquanto a voz de Yuri martelava na minha cabeça e a lembrança do seu toque me fazia ter os pensamentos mais impróprios possíveis.
Estar junto dele é confortável e de maneira alguma poderia ser.

Ele parece não se importar com toda essa situação sendo criada.
Eu não nasci para ser amante, mas era exatamente isso que estava acontecendo.

Ao mesmo tempo que odiava essa sensação, por outro lado não conseguia o afastar quando chegava perto.
A razão diz uma coisa enquanto o meu coração implora por outra.

— vou me trocar e já desço. — avisei e ouvi ela soltar um "não demora" antes de descer as escadas.

Levanto da cama meio atordoada e vou até o banheiro. Dou de cara com o espelho vendo a situação deplorável que estava.

Ao redor dos olhos, olheiras. Por conta da noite mal dormida. O cabelo bagunçado e para completar o rosto inchado.

Prendi o cabelo em um coque alto para não molhar os fios e liguei o chuveiro. Deixei a água escorrer no meu corpo, aliviando um pouco da tensão dos últimos dias.

Passo as mãos em meu pescoço quando sinto doer em um ponto específico. Merda.
Toco novamente no lugar e sinto novamente a dor.
É então que tenho a certeza de que ficou a marca do chupão dele na noite anterior.

Termino meu banho e me enrolo na toalha branca pendurada. Saio do banheiro e caminho até minha mala, retiro um biquíni preto e um shorts da mesma cor.

Me visto e então volto para o banheiro para pendurar a toalha e terminar de me arrumar. Desembaraço meu cabelo, passo meu perfume e arrumo minha bolsa.

Combinamos de ir até a praia assim que acabarmos de tomar café. Desci as escadas e encontrei todos reunidos na cozinha.

— até que enfim. — Mavi fala assim que entro na cozinha.

— nem demorei muito Maria Vitória.  — ela me entrega um prato. — bom dia gente! — falo e todos respondem "bom dia" de volta em uníssono. Menos Nathalia.
Feminismo, Izabella, feminismo.

Vou até onde Mavi está, pego duas torradas com requeijão. Sento ao lado da minha melhor amiga e coloco suco em nossos copos.

— alguma coisa te mordeu? — Roger pergunta, tirando a minha atenção do meu prato.

— o.. o que? — pergunto jogando o cabelo para frente, tentando cobrir a marca.

— seu pescoço está roxo. — ele indica com a cabeça.

Esse calvo nunca repara em mim e foi reparar logo hoje?
Quando tinha uns dez anos pintei o cabelo e ele foi reparar três meses depois.

— bati sem querer na ponta da cômoda. — minto, e olho para Yuri, que tem um sorriso sínico estampado.

— tem que tomar cuidado.— Yuri fala e eu fico incrédula. Sinto minhas bochechas queimarem. E vejo Nathalia o encarar.
Mas que filho da...mãe.

𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐂𝐚𝐬𝐨 |Yuri AlbertoOnde histórias criam vida. Descubra agora