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Izabella Guedes.

— acho que o melhor a se fazer agora é sair daqui. Não é?  — tia Flávia, pergunta e todos nós concordamos.

Yuri me abraçou de lado, acabando com o resto de consciência que ainda tinha.
Se é que ainda me sobrou alguma.

A dor de ter perdido o título ainda era muito grande. Por ter visto de perto, pelo menos desde que cheguei, o esforço e dedicação do time era visível, eles treinavam todos os dias sem exceção, deixavam de sair para focar na competição e infelizmente não saímos com o melhor resultado.

Os meninos foram para o vestiário tomar um banho rápido e trocar o uniforme suado do jogo.
Esperamos alguns minutos no estacionamento e logo depois eles saíram com a permissão da comissão técnica.

O clima não era dos melhores, mas tia Flávia nos convenceu a passar em uma barzinho antes de voltar para casa.
Chegamos ao local, passando por alguns torcedores do flamengo que estavam na entrada e claro soltaram algumas provocações para os meninos, mas continuamos andando até encontrar uma mesa.

Pedimos o jantar junto de algumas bebidas. Já que o estabelecimento também funcionava como um restaurante.
Continuamos conversando até que Tia Flávia, tio Carlos e minha mãe decidiram ir embora por conta do cansaço.

— está tudo bem Mavi? — Du pergunta arrancando a atenção de todos na mesa quando Mavi começou a tossir.

— está tudo ótimo. A comida que desceu errado. — ela explica, mas não com muita convicção.

— quer que eu peça uma água? Você está vermelha. — pergunto.

— não precisa amiga. Já estou bem. — ela respira fundo quando termina de falar.

Posso estar enganada, mas essa tosse com certeza não foi por conta da comida. Roger sussurrou alguma coisa na orelha dela, antes da minha amiga se engasgar. Até hoje não entendo a relação dos dois.

— Yuri! — ouço uma voz feminina se aproximar da onde estávamos.

Me viro em direção à voz e meus olhos encontram uma mulher de cabelos loiros e lisos na altura dos ombros. Era quase impossível não descer o olhar para o vestido que ela usava. Na verdade, o tamanho do decote.

— Ayla. Quanto tempo! — Yuri responde um pouco surpreso. Enquanto todos da mesa ainda esperavam uma apresentação.

Vejo a mulher se aproximar de Yuri e o puxar para um abraço.
Abraço esse que é retribuído, as mãos dela param na cintura dele, quando os dois se afastam.

— eu sabia que a final seria aqui, mas é uma surpresa te encontrar. — ela fala, com animação.

— digo o mesmo. — Yuri sorri, se afastando um pouco dela. E a atenção dele enfim volta para a mesa em que estávamos.

— esses são meus amigos: Roger, Eduardo, Mavi, Bia, Paula, Lucas e Iza.

Ela sorri forçadamente quando todos a cumprimentam, tento controlar todos os meus julgamentos que não são poucos somente ao ver a forma que ela age. Sinto o meu coração esquentar e uma vontade imensa de sair do meio dessa situação. Percebo que estou com a cara fechada.
Não, não pode ser ciúmes Izabella.

— te admiro muito. Você foi incrível jogando. Que pena que não tivemos o resultado esperado. — a loira volta a atenção para o jogador em sua frente.

— obrigado mesmo. — Yuri agradeceu, retirando a mão dela do ombro.

— estou hospedada em um hotel próximo daqui. Se você quiser pode passar lá, podemos conversar com mais calma e relembrar os velhos tempos. — ela baixou o tom de voz para que ninguém ouvisse. Mas foi em vão.

𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐂𝐚𝐬𝐨 |Yuri AlbertoOnde histórias criam vida. Descubra agora