Capítulo 27🖤

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Me revirando no sofá, eu olhei para o teto. O tédio estava realmente me matando.

Olhei para Prince, que estava deitado no chão, brincando com seu brinquedo mastigado. Normalmente, nessa hora, Beth e eu assistiríamos a um filme, ou decidiríamos sair e conversar a noite toda.

Todas aquelas pequenas coisas que costumávamos fazer, eu estava sentindo falta. Mas Beth não estava aqui, Mason estava.

Mas Mason preferia trabalhar do que viver um pouco. O homem era viciado em trabalho e, se não pegasse leve, ficaria doente. Nunca consegui entender por que as pessoas que possuíam uma empresa eram workaholics.

Eu costumava pensar que era porque eles não tinham ninguém para quem voltar para casa, e suas vidas eram tão solitárias que a enchiam de papelada e se afogavam nela para não ficar perto de sua janela e perceber como suas vidas eram vazias.

Era muito triste.
Assim, eles não teriam que sentir pena de si mesmos. Ser um workaholic não passava de um encobrimento para isso. Pelo menos, foi o que pensei antes. Mas sendo casada com um, parecia que não era o caso. Mason tinha que voltar para casa, embora não fôssemos próximos nem nada, mas eu ainda estava ali.
Esperando.

Ele perceberia isso sozinho? Não.
Uma grande ideia se formou na minha cabeça e me sentei com
um sorriso, olhando para Prince, que para minha surpresa, estava olhando diretamente para mim, como se soubesse o que eu estava pensando e me avisando para não fazer isso.

- Ouça Prince, você quer que Mason fique doente? - Perguntei ao cachorro, que ainda não reagiu à minha pergunta. Não que eu
esperasse que ele fizesse.

- Eu preciso afastá-lo do trabalho, você não acha? Novamente, o cachorro não respondeu. Eu estava louca em pensar que ele poderia se comunicar comigo, mas eu sabia que
Prince era inteligente.

- Venha aqui, garoto. - Ele bufou e desviou o olhar, voltando para seu brinquedo mastigado.

- Prince! - Ele ergueu a cabeça e rosnou para mim, seus dentes afiados me fazendo inclinar mais para longe dele.

- Cachorro mau! - Eu disse, apontando meu dedo para ele. Ele
se levantou de sua posição e começou a se afastar graciosamente de mim.
Eu acho que Mason não é o único que eu aborreci a ponto de eles sentirem a necessidade de se afastar de mim.

- Prince, espere! - Eu segurei seu colarinho e o parei, agachando-se na frente dele. Corri minha mão sobre sua cabeça e sorri.

- Escute, garoto, você tem que me ajudar. Precisamos tirar Mason de seu trabalho. Você quer que ele fique bem, certo? Você me ajudaria?

- Ele latiu de volta. - Bom menino.
Fui na ponta dos pés até o escritório de Mason com Prince atrás de mim. Não ia mentir, em algum momento, pensei que ele ia começar a latir e estragar meu plano, mas ele ficou quieto e obediente. Ele seguiu minhas ordens.

Ele era mais submisso do que Mason jamais foi. Abrindo a porta com cuidado para que ele não fosse alertado, eu espiei dentro pela pequena abertura, meus olhos caindo em Mason, que estava atrás de sua mesa, trabalhando duro.

A cada cinco segundos, ele franzia a testa e esfregava a testa com as pontas dos dedos. Eu sabia que ele estava estressado. Quanto mais ele trabalhava, pior ficava para ele, mas ele era teimoso demais para fazer uma pausa.

Muito orgulhoso para admitir que ele era como todo mundo, um ser humano normal que se cansa de vez em quando. Ele não era uma máquina. Eu tinha que ser o único a salvá-lo de si mesmo. Prince me cutucou na perna.

- Você sabe o que fazer. Tire os
papéis dele e morda-o se for preciso. Vá em frente. - Eu o empurrei
para dentro e rapidamente me escondi, rindo silenciosamente.
Eu me senti tonta. Eu me senti como uma colegial quebrando
uma regra pela primeira vez.
Quem disse que uma mulher crescida não pode ser infantil às vezes?

O Segredo de MasonOnde histórias criam vida. Descubra agora