CAPÍTULO 08

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O ÚLTIMO PIQUENIQUE

Carlo deitou-se na rede a sombra, próximo a piscina e a mesinha com limonada gelada e salgadinhos. O dia estava perfeito para uma leitura e não perderia mais tempo, com distrações. Abriu a folha dupla dobrada e começou:

FOLHA UM, QUARTA CARTA:

"Na manhã do dia seguinte, era sábado. Acompanhei Doroty até o culto e na volta, deixei-a repousando.

Fui dar minha caminhada até a hora do almoço, pois me era imprescindível realizar este ato, já que assim eu poderia mapear a vizinhança, escolas, clubes e parques. Eu poderia fazer isto mentalmente, já que eu tinha memória fotográfica e uma capacidade de memorizar mais de dez mil números e nomes, evitando assim, anotar tudo e criar provas contra mim, no futuro. Eu fazia anotações, para um planejamento mais detalhado e logo destruía.

Foi neste dia que conheci uma jovem, que levaria a minha decisão de escrever a você. Irei contar agora, em detalhes, como vim a conhecer suas obras, através dela.

Estava próximo a uma livraria simples e a vi entrar. Não resisti e fui até lá, pois os belos cabelos ruivos. O interior cheirava a papel timbrado e cartona, me dirigi até a seção de estilo policial e a vi na prateleira à frente de onde eu estava. Fui até lá.

- Olá? Eu estou procurando um livro para presentear alguém especial, mas não levo jeito. Poderia me ajudar? – Usei meu melhor olhar simpático.

Ela olhou em volta para se certificar que não havia nenhum atendente. Ao perceber que estava só os dois ali, resolveu ajudar-me.

- O que você procura, exatamente? É para um amigo? Namorada?

- Não, não! É para uma senhora que tenho muito apreço.

- Ah! E você sabe do que ela gosta?

-Acredito que histórias de amor. Foi o que notei, certa vez.

A jovem, colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha. Sinal evidente de dúvida. Aguardei que ela pensasse no que indicar, calmamente.

- Bom! Tem um setor bem diversificado sobre romance em vários gêneros.

- E o que você gosta? Teria como me indicar algum em especial? - Tentei ser mais humilde. Sempre funciona.

Ela sorriu e me convidou para ir até lá.

- Uau! Você não exagerou quando disse que era um setor bem diversificado! – Falei, rindo.

Ela me seguiu na risada, se sentindo mais à vontade comigo.

- Eu prefiro leituras mais tórridas! Não é o que estás pensando, ok?

- Não tive tempo para pensar em nada! Me chamo Thomas e você?

- Sou Katarina. Prazer! – Estendeu a mão para mim, timidamente.– Eu gosto de suspense, policial e mistério.

- Você também? Nossa! Eu gosto muito! Eu tenho uma predileção por Carlo Dalanport. – Sorri.

- O estilo dele é leve, sem palavras baixas e uma pitada de suspense noir! Ele consegue deixar o leitor tenso do começo ao fim. Ele tem uma escrita com muita técnica e é muito dedicado ao seu estilo.

- Vendo você falar dele assim, me deu a ideia de ser uma crítica literária! Qual você sugere, pra mim?

- Se for, pegue "A Flor Negra". Ótima leitura! – Sorriu.

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