Dando Um Basta na Dor
Carlo chegou em casa, olhando em volta. A sensação que o trauma se apossou dele, não o deixava relaxa nunca. Trancou o carro e entrou em casa, passando a chave por dentro. Repetiu o gesto em todas as portas e janelas da casa e foi tomar um banho, para comer algo, antes de reiniciar de onde parou e acabar logo com aquele tormento.
No banho, relembrou a imagem da esposa machucada, sangrando e agarrando a filha nos braços, entre o que ainda restava das suas roupas.
Sentou-se, derrotada, no box do banheiro. Deixando suas lágrimas se misturar com a água impassível do chuveiro. Ficou assim, por um bom tempo, até que se sentiu recuperado e fechou a torneira, resoluto que precisava agir ao invés de sentir pena de si mesmo.
Bem depois, já vestido e alimentado, entrou no estúdio e juntou tudo que havia anotado, todas as cartas, envelopes e embrulhos e socou tudo na caixa de onde vieram. Olhou a carta vermelha ainda intacta e deixou-a sobre a mesa. Ainda iria ler e saber, afinal o que tinha no seu interior. Ligou para Régis, seu editor:
- Carlito! Fiquei sabendo do nascimento da sua terceira pequena! Parabéns, amigo!
- Obrigado, cara!
- E como está o livro? Sei que precisará de uns dias de folga pra curtir a recém chegada, mas sabe como é.... o prazo. Não quero que pense que estou pressionando você, mas preciso de uma data, meu amigão!
- É sobre exatamente sobre o livro que eu liguei. Precisamos conversar, com calma. Mas não quero falar por telefone. Mandarei um e-mail na sua conta pessoal, ok?
Silêncio.
- Régis? Está me ouvindo?
- Sim, sim! Claro! Eu só fiquei preocupado. Você está estranho demais e já faz um tempo. Desde que resolveu escrever este livro. Mas, está indo tudo bem, não?
- Eu mandarei um e-mail pra você, meu amigo. Realmente não ando no meu estado normal, mas é apenas a pressão e estresse. Vai passar!
- Compreendo...
- Então é isto! Eu liguei porque precisava dar uma explicação pra você de tanta demora
- Não quero que se sinta pressionado, cara! Relaxa! Precisa de umas férias!
- Exatamente isto que pretendo fazer, depois de todo este inferno acabar.
- Inferno? É sério, Carlo! Termine e vá viajar com sua família pra uma ilha paradisíaca!
- Obrigado, Régis. Você me conhece e sabe que nunca deixei você na mão. Mas, preciso de um stop.
- Claro!
- Então é isto, meu amigo. Vou lá para o estúdio. Mais uma vez, obrigado por tudo!
- Não agradeça. Se precisar é só me ligar! Até mais e boa sorte!
Carlo olhou telefone, antes de desligar. Ficou pensativo, mas determinado.
"É isto mesmo que você quer, Carlo? É sem volta, cara! " – Pensou
Respondendo ao seu próprio pensamento, subiu em direção ao estúdio e se trancou lá. Estava decidido ir até o fim, antes de colocar seu plano em prática.
Pegou a caixa que continha tudo que recebera de Thomas, deixando apenas o envelope vermelho imaculado sobre o notebook. Hesitou por um momento se deveria ou não colocar também na caixa de papelão junto com as demais. Mas, sua curiosidade de escritor não o deixava. Resolveu deixa-la lá. Abriria quando tivesse tempo e além disso, já não lhe interessava mais o que continha nela.
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O ÚLTIMO CAPÍTULO
Non-Fiction🔞 🥇 primeiro lugar concurso Beautiful 🥇 primeiro lugar concurso Corte de Espinhos e Rosas - 1 edição 🥇 primeiro lugar concurso Brooklin Nine-Nine 🥇 primeiro lugar concurso RF 🥈 segundo lugar concurso Com a Coroa Gênero terror/suspense 🥈 segun...