CAPÍTULO 24

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Uma Questão de Honra

Carlo estava olhando o copo de leite a sua frente, sem vontade alguma de ingerir a bebida. Pensava em Lauren e já dera todas as desculpas que podia para seus sogros e seus pais. Sabia que precisava agir e, se sentir de mãos amarradas era a pior emoção que já testara até ali. Sua esposa, provavelmente já dera a luz ou estava muito próximo disto. Olhou o relógio da cozinha e algo estalou dentro dele!

- Levantou como um raio, saindo de casa. Entrou no carro e dançando os pneus, saiu feito um louco pela estrada. Uma visão apenas encheu seu cérebro, naquele momento.

O espantalho!

Ele iria descobrir de onde surgiu e como foi que o infeliz jogou o boneco na estrada. Tinha que ter algo por ali, mas não conseguia pensar. Parou o carro, no meio da estrada e repassou tudo que tinha acontecido naquele dia com seu irmão.

"Thomas deveria estar esperando, escondido nas moitas, para usar a armadilha contra Paul. Vejamos aqui, o que tem por estas bandas... Dois fazendeiros. Ele poderia estar escondido nos celeiros? Mas sem chamar atenção? Não. A resposta seria esta. Preciso pensar como um personagem psicopata..."

Enquanto pensava e olhava o mapa local. Seus olhos pousaram em um ponto. Todo seu corpo gelou.

"Não pode ser.... Seria um lugar perfeito demais..."

Nisto o telefone toca, arrancando –o dos seus devaneios:

- Alô?

Era ele. Carlo se segurou para não mandar o canalha para o inferno. Precisava saber onde sua esposa estava e se ainda respirava

- Como está o desenvolvimento do livro, meu escritor?

- Como está minha esposa? Dependendo do que irá falar, eu digo como está o desenvolvimento do livro, bastardo.

- Vejo que não estás me levando à sério, Carlo.

- Tudo tem limite, seu imbecil! Como pretende que eu trabalhe bem, desenvolva a porra do livro, no estado em que me encontro? Ou você me devolve Lauren ou vou agora para a polícia! Está me ouvindo, seu desgraçado filho de uma...

- Oh, oh, oh!! Olha o que vai dizer! Vá! Pensa que vai ser assim, Carlo? Mas, ok! Vou dá um presente pra você!

- Seu...

- Sua filha nasceu!

Carlo ouviu, se segurando para não gritar

- Vou fazer uma proposta. Direi onde ela está, se você terminar as folhas até amanhã. Tens vinte quatro horas para finalizar a leitura do penúltimo envelope.

- Me diga onde elas estão, Thomas!!

- Calma. Estou falando. Não seja tão ansioso, Carlo. Isto faz mal para o coração, sabia? A probabilidade de você ter um ataque cardíaco é bem alta, levando em conta as merdas que anda comendo e bebendo! Não entendo vocês escritores.... Com tanto dinheiro, comem só lixo industrializado!

- Onde elas estão?

- Você ainda não me prometeu nada.

O longo suspiro que Carlo deu, tentando segurar as lágrimas, fez com que Thomas do outro lado, não segurasse a vontade de rir. De onde ele estava, conseguia ver o carro de Carlo e toda a estrada que dava, desde a casa até a pequena ponte que separava a estrada de chão para a estrada pavimentada.

- Estou esperando, Carlo.

- Está bem! Eu termino! Eu prometo! Agora, por favor! Me diga onde minha mulher e minha filha estão? Por favor!!

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