CAPÍTULO 21

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Como Sair Deste Labirinto?

Os pneus do carro de Carlo, derraparam na entrada da casa. Estacionou de qualquer jeito, descendo rapidamente, indo em direção ao interior da casa. Foi direto a cozinha, bebendo um copo de água, tentando reorganizar os pensamentos. As ideias fervilhavam em sua mente e só em saber que sua esposa grávida estava nas mãos daquele psicopata, a fúria tomava forma, não deixando com que ele raciocinasse.

Largou o copo na mesa e subiu as escadas, pulando os degraus de dois em dois. Não queria perder mais tempo, indo direto para o seu estúdio, onde a caixa, os envelopes e algumas das cartas lidas sobre o teclado do seu notebook. Ficou olhando e teve um estalo. Não podia violar as possíveis evidências. Teria que ter alguma prova ou indicio que o ajudasse.

Pensando assim, foi até seu banheiro e abriu os armários, procurando tudo que pudesse ajuda-lo em preservar as provas. Pegou toalhas, álcool, luvas plásticas, a touca de banho, pinças e um algodão. Não sabia bem se como ou onde iria usar tudo aquilo, mas queria estar preparado para qualquer coisa que viesse a descobrir. Foi até seu quarto, indo até onde havia lençóis limpos e brancos, caso necessitasse de colher pequenas provas.

Lembrou-se de ir até a cozinha. Desceu até lá e procurou uns saquinhos usados para congelar pequenas quantidades de alimentos e subiu com a mesma rapidez que havia descido. Levou tudo para o estúdio e tirou de seu painel, as anotações básicas de alguns livros em rascunho, esvaziou a mesa, tirando tudo que havia nela, limpou com álcool, estendendo o lençol em seguida. Colocou as luvas, a touca, ajeitou tudo num canto da mesa e pegou a caixa.

Parou diante dela, hesitando um pouco. Não fazia ideia do que estaria lá dentro, esfregou as mãos e colocou-a no chão, ajoelhando em frente a ela. Olhou o interior e viu que, além dos últimos envelopes, continha alguns pacotes em papel pardo e jornal. Precisava agir rápido, mas ao mesmo tempo, não queria estragar tudo. Tirou os pacotes, com todo o cuidado, colocando-os lado a lado sobre a mesa. Juntou as cartas lidas e foi pregando no quadro em ordem cronológica. Fez algumas anotações extras, pregando como observações ao lado da folha descrita. Olhou em volta e lembrou-se dos envelopes e das suas anotações, deixando-os presos da mesma forma. Se afastou um pouco, olhando o quadro, num todo, como se tudo aquilo era uma de suas obras.

De repente, algo chamou sua atenção. Uma das anotações que fizera, após pegar o embrulho na Universidade:

"Um jovem magro, com armação colorida, muito simpático e solicito. Me atendeu na recepção da faculdade: Será que conhece Thomas? "

Veio a memória, Paul comentando sobre um fã de óculos, magro, oriental, perguntando sobre mim e se iria ter alguma obra nova.

"Thomas! Peguei você! "– Pensou!

Tirou uma das luvas, indo até as folhas em branco, escrevendo com letras grandes:

THOMAS: ÓCULOS, MAGRO, ESTUDANTE, ORIENTAL(?)

Se concentrou na caixa e o interior dela. Colocou as luvas, passou álcool e pegou um dos pequenos embrulhos, que deveria ter no máximo o tamanho de uma manga. Depositou sobre a toalha e se sentou em frente, preparando-se psicologicamente para desembrulhar, rezando que não fosse alguma parte do corpo de uma das vítimas. Respirou fundo e foi tirando as camadas de papel pardo, até chegar na de jornal. Abriu a folha, procurando encontrar algum indício da localidade ou data. Nada. Ele escolheu uma página aleatória, sem nada que pudesse ajudar. Mesmo assim, guardou em um dos saquinhos e deixou de lado. Notou logo de cara, que havia várias camadas protegendo o conteúdo, diminuindo assim, consideravelmente seu tamanho. Sentia que aquilo não ia levar a lugar algum, quando conseguiu sentir algo duro embrulhado na última página de jornal velho.

O ÚLTIMO CAPÍTULOOnde histórias criam vida. Descubra agora