CAPÍTULO 12

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UM PRESENTE PARA CARLO

Carlo Já estava pegando as chaves do carro para ir até a agência de correios, quando seu celular tocou. Olhou seu relógio de pulso, impaciente.

[- Alô?]

[- Carlo, o escritor! Ainda não foi pegar as cartas? Quer que eu visite sua família?]

Aquilo tirou ele do sério:

[- Olha aqui, seu desgraçado! Se você não tivesse ligado, provavelmente estaria dentro do carro, me dirigindo até os correios!]

[- Ótimo! Outra coisa.]

[- O que foi, agora?]

[- Sua família deve se manter longe de você. Não faça a bobagem de mandar Lauren as meninas irem para onde está. Entendido?]

Ele sentiu uma bola de ácido na traqueia. Tinha que convencer sua esposa a mudar de ideia, antes de sair.

[- Ok! Posso ir agora ou vais me dar mais alguma ordem?]

Ouviu a risada sarcástica do outro lado.

[- Então, por que estou vendo elas, saindo de casa, com mochilas e ursinhos?]

[- Lauren... Não se atreva a chegar perto da minha família! Está me ouvindo?] 

Sussurrou.

[- Ligue para ela, agora!]

Desligou.

Carlo sentia as lágrimas deslizar pelo rosto, enquanto ligava para a esposa. Seus dedos trêmulos e a visão embaçada dificultava a ligação.

- DROGA! DROGA! 

Gritava, na tentativa de expulsar a frustração e raiva que sentia naquele instante.

[- Alô, amor? Já estamos entrando no carro. Acho que chegamos a tempo de fazer um jantarzinho para nós! Que tal?]

[- Lauren, Lauren! Calma, por favor, amor! Me deixa falar!]

[- Carlo, você realmente está me assustando! Fala, vai!]

[- Amor, sei que pareço fora do eixo, mas por favor, acredite em mim, assim que terminar este livro, vamos viajar de férias!]

[- Parece, não! Você totalmente fora do eixo!]

[- Meu amor, você precisa voltar para dentro de casa. Acredite em mim, você precisa retornar para dentro de casa, agora!]

[- Carlo, eu arrumei as crianças para irmos para casa de praia, ficar com você, como me pediu! Agora, devo dizer a elas que o pai delas mandou que não fossem mais? Carlo! Quer explicar? Porque eu não estou entendendo nada!]

[- Eu sei, eu sei! É complicado! Não posso explicar assim! Não agora!]

[- Sim! Você pode, sim!]

[- Não! Eu não posso!!]

Carlo suspirou. Não sabia mais o que fazer, para convence-la. Foi quando, de repente, lembrou-se de um dos capítulos, onde alguém vigiava um dos personagens.

[- Lauren. Seja discreta, amorzinho. Seja muito discreta. Olhe em volta, sem chamar a atenção e veja se tem algum tipo de veículo próximo da nossa casa? Mas, não deixe que ninguém perceba, amor.]

Ele esperou alguns minutos. Cada segundo pareciam horas.

[- Carlo, tem apenas uma van de tv à cabo, mas está a um quarteirão e meio daqui.]

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