CAPÍTULO 31

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Desenterrando os Mortos do Passado


Após ler a última carta, percebeu os reais motivos de Thomas e sito o deixou alarmado e sem saber exatamente o que pensar. Pegou o telefone, indo para a área externa da casa, com o envelope vermelho na mão e um bloco com caneta. A primeira ligação para seu pai:

[- Alô? Pai? Preciso falar com o senhor e é muito sério!]

[- Filho! Claro. Vou me afastar das meninas e já conversamos.]

Carlo aguardou alguns minutos e ouviu o ruído do telefone sendo manipulado.

[- Pode falar, filho.]

[- Pai, me diga uma coisa. Lembra daquele acidente, há muitos anos atrás?]

[- Acidente? Não sei de que acidente, Carlo...]

[- Pai! Puxe a memória! Na saída do jantar de família que eu comemorei meu noivado com Lauren.]

[- Ah! Sim, sim. O que tem? Nunca entendi bem porque você estava tão bêbado, já que quase não bebeu...]

[- Pai! Me escuta! Eu e Lauren bebemos e muito, depois de sair daí! Pai, por favor? Me explica o que aconteceu realmente? Eu não lembro direito. Eu nunca soube ao certo quem eram os ocupantes do outro carro...]

[- Filho, querido! Por que puxar este assunto do fundo do baú? Esquece isto!]

[- O senhor não está entendendo! Me conta o que houve?]

[- Certo. Vocês estavam muito embriagados e você não estava com sua habilitação. Eu e Renato precisávamos agir rápido, filho! Era nossos filhos e não íamos deixar que os dois apodrecessem na cadeia!]

[- Tinha um sobrevivente, pai! Uma criança!]

[- Mas nós pagamos todo o tratamento dele, Carlo! Ele foi adotado rapidamente! Não deixamos ele desamparado!]

[- Como vocês puderam dormir, sabendo que um menino ficou sem a família e sem saber o que houve realmente durante toda uma vida? Como você pode, pai?]

[- Espera! Como você sabe que era um menino?]

[- Não interessa, pai. Você e Renato ao menos o auxiliaram financeiramente?]

[- Filho... Nossa prioridade era vocês. Ele estaria bem desde que tivesse uma nova família! Entenda! Fizemos o que qualquer pai faria!]

[- Até forjar um falso acidente, que invertesse as coisas?]

[- Filho, eu...]

[- Tudo bem, pai. A gente se fala outro dia, ok? Até mais!]

Desligou.

Seu sangue fervia nas veias. Ligou para os sogros e Elaine atendeu. Conversaram rapidamente e Carlo pediu para falar com Renato. Em pouco tempo Renato veio e atendeu, com seu bom humor característico. Mas Carlo não estava nada afim de rir

[- Renato, quero que vá até seu escritório. Precisamos falar.]

[- Aconteceu algo, Carlo?]

[- Apenas, vá e lá tentarei explicar.]

Em seguida, Renato volta a falar com ele, agora trancado em seu escritório.

[- Podemos conversar, agora. O que aconteceu?]

[- O que aconteceu com o menino daquele acidente, há muito tempo atrás? Não me faça perder tempo com rodeios. Apenas, fale.]

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