CAPÍTULO 32

16 5 2
                                    

O ÚLTIMO CAPÍTULO: NÃO SUBESTIME UMA ABELHA


Carlo já estava se aproximando do local, quando avistou o telhado da cabana. Era escuro e esverdeado formado pela ação do tempo e a falta de manutenção, dava um ar de tétrico e abandono. Não conseguia imaginar alguém morando lá e por conta disto, seria um ótimo lugar para esconder alguém.

Manobrou o carro para fora da estrada, tentando dirigir até mais próximo possível, sem chamar atenção, caso aquilo também fosse uma armadilha. Desligou o carro, atrás de algumas árvores e ficou pensando se deveria avisar alguém que estava lá. Ligou para seus sogros, pedindo pra falar com sua esposa e aguardou que ela atendesse:

[- Carlo? Onde você está? Estou preocupada...]

[- Amor, estou próximo de uma cabana, onde provavelmente Oliver se encontra. Só não sei se está realmente vivo a esta altura. Deixarei meu celular no carro, com o localizador ligado ao laptop. Transfira para o computador de onde você e se eu não retornar a ligação dentro de duas horas, chame a polícia e mande que venham para cá?]

[- Mas, Carlo! Por que você foi sozinho? Por que não avisou a polícia antes? ]

Lauren, falava, quase chorando.

[- Lauren, eu preciso que me escute, amor. Lembra daquele acidente de carro, no nosso noivado? Pois havia uma criança sobrevivente e nossos pais simplesmente de descartaram dela. Espero estar vivo para contar os detalhes.]

Ele tentava manter uma calma, que já havia lhe abandonado algumas horas atrás

[- Nossa..., mas, como? Por que meu pai faria isto? Eu nem sei o que dizer! Esta criança é ele?

[- Exatamente, Lauren. É Thomas e de alguma forma, ele quer se vingar. Preciso ao menos salv]ar a única pessoa que teve mais tempo com ele e, espero que esteja vivo e que isto não seja tudo uma grande armadilha de bosta!]

[- Pense em mim e nas meninas! Saia daí! Chame a polícia! Você não precisa consertar o que foi feito no passado, Carlo!!] 

Gritava em prantos.

[- Me dê duas horas!]

[- Uma hora! Você tem uma hora pra ver e sair daí e vir embora, ver sua esposa!]

[- Eu te amo, querida. Uma hora, amor.]

Desligou, respirando fundo.

Abriu o porta-luvas, pegou seu revólver e desceu do carro. Tinha uma hora para resolver tudo e não queria perder o foco. Olhou em direção a cabana. Deveria estar a quase cinquenta metros de distância, mas tinha a visão completa dela. Foi se aproximando devagar e se escondeu em uma das várias macieiras e, assim teria uma visão de como entrar, sem ser percebido.

Encolheu o corpo, quando ouviu um barulho característico de porta sendo aberta. O ruída de dobradiças enferrujadas, denotava que há muito não era usada. Queria espiar para ver quem era, mas o medo o congelou. Esperou um pouco e resolveu espiar.

Lá estava ele.

"Thomas! "- Pensou ao avistar o rapaz.

Carlo sentiu seu coração acelerar de forma descompassada e um suor frio gotejava da testa até o queixo. A mão que segurava a arma, tremia, úmida. Era a chance dele! A única coisa que passava em sua mente era para mirar e atirar logo.

"Vamos, Carlo! Coragem! Atira neste verme! "

Após pensar nisto, lembrou-se do real motivo de estar lá. Oliver. Não podia atirar, sem saber como Oliver estava. Se ainda estava vivo. Esperou mais um pouco e aguardou ele sair.

O ÚLTIMO CAPÍTULOOnde histórias criam vida. Descubra agora