CAPÍTULO 13

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Olhos verdes, ladrilho vermelho

Carlo, acordou cedo e pegou o pacote embalado para presente. Se sentia tenso e, não estava afim de atender o telefone. Suspirou fundo e abriu o cartão de boas-vindas e leu o pequeno texto que continha nele, só que desta vez, estava datilografado por alguma máquina de escrever antiga. Lia-se:

"Seja bem-vindo, meu querido escritor!

Estamos na reta final, não é?

Espero que esteja tão ansioso e emocionado quanto eu!

Dentro da caixa está mais envelopes.

Cada envelope com duas folhas

Cada folha uma morte especial

Você perceberá que há um envelope vermelho

Não abra antes dos outros, certo?

Não estrague a surpresa

Feliz por participar de sua obra de arte

Seu fã número"

Dentro da caixa, estava os cinco envelopes brancos, um envelope vermelho e um pequeno embrulho pra presente do tamanho de uma caixa de joia. Ele pegou o envelope que dizia:

QUINTA CARTA, DUAS FOLHAS

Abriu o envelope e lá estava, como em todas as outras:

FOLHA UM, QUINTA CARTA

"Ok! Lá vamos nós!"

Se aproximou da janela, olhou a estrada, o céu e foi em direção a sua poltrona cativa, sentando-se quase em total derrota:

"Havia se passado dois dias e eu não atendi as ligações de Oliver. Não iria deixar que uma distração como aquela estragar meus planos de criar uma obra prima e, é claro, me divertir um pouco.

Saí em direção ao parque, onde as pessoas tinham o habito de correr, antes do sol nascer, para aproveitar bem a temperatura amena e não atrapalhar suas agendas ridículas. Fui andando e observando, me esgueirando para não chamar atenção e, quando alguma testemunha inventar de prestar ajuda às autoridades, jamais se lembraria de mim. A ideia de ser "invisível" me excitava. Me sentia com superpoderes!

Quando achava que já não teria mais sorte, vi dois adolescentes conversando, com seus skates nas mãos. Um deles, ruivo, usava fones e levava seu skate debaixo do braço e, tinha estatura pequena. Presa fácil! O outro, era mais corpulento, negro e percebia que era mais velho e, talvez seria mais ágil que o colega.

Pronto! Eu já sabia quem seria o próximo capítulo do seu livro! Esperei que eles se sentassem ou fossem para a parte abandonada do parque. Era o lugar preferido dos skatistas, por ter piscinas públicas vazias e abandonadas, escadas com corrimão e paredes usadas para grafismo. O que outrora era um clube de verão público, hoje servia para usuários de droga, jovens e bêbados.

Melhor que loja de doce, não?

Fiquei de longe, escondido. Uma hora, um deles iria se afastar. De um jeito ou de outro. Eu tinha todo o tempo do mundo.

Algum tempo depois, o jovem ruivo se afastou, deixando o skate com o amigo e seu celular com os fones também. Provavelmente fora urinar. Entrou no pequeno túnel que deveria ter banheiros. Fui até lá, discretamente, mas acelerei o passo assim que entrei na escuridão.

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