CAPÍTULO 27

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Quando a Maldade lhe Sorri

O dia tinha amanhecido ensolarado e Carlo não perdeu tempo, se olhou de novo no espelho e saiu de casa, decidido em ir ver sua esposa e sua filhinha. Já não ligava para que Thomas iria fazer, pois nada no mundo o faria desistir de ir vê-las. Com muito custo, conseguira recuperar a confiança de seus sogros e, mesmo que tudo isto lhe parecesse fora de foco, não queria perder energia, pensando nisto. Queria apenas abraçar Lauren e pedir perdão por tudo que ela tinha passado. Pegar a filha no colo e senti-la em seus braços.

Ter a certeza que estavam sãs e salvas...

Seguiu pela estrada, tentando evitar de olhar para o lado que tudo acontecera. Ligou o rádio e deixou a música encher o interior do carro.

Logo que atravessou a ponte, manobrou para a direita, indo assim em direção da cidade e no hospital geral de maternidade.

Em pouco tempo, estava estacionando no estacionamento, desligou o rádio. Antes de sair, pegou o buquê no banco de trás, olhando sua imagem no espelho do retrovisor. Desafivelou o cinto e saiu do carro, indo para a entrada da maternidade. Estava ansioso e ao mesmo tempo, feliz em saber que logo elas estariam em casa e com as outras meninas. Isto reconfortava seu coração.

Foi até a recepção, cumprimentando a enfermeira, que logo perguntou seu nome e foi verificar na planilha.

Este gesto, foi como uma fagulha em sua memória! O aluno da faculdade!

"um jovem, de óculos de grau e armação vermelha, sorriu ao vê-lo se aproximar:

- Bom dia, senhor? Em que posso ajudá-lo?

Carlo olhou em volta, antes de responder, sem encarar o rapaz"

- Seu desgraçado! Você estava o tempo todo por perto! ...

- Com licença? O senhor falou comigo? – Disse a enfermeira, confusa

- Perdão! Só estava pensando em voz alta.

- Sua esposa está no 225. É no segundo andar, senhor Trevor. É só pegar o elevador – Sorriu

Carlo, seguiu as instruções, pegando o elevador e apertando o segundo andar. Assim que fechou as portas, voltou seus pensamentos para o dia em que fora pegar o embrulho na Universidade. Tentou recordar a fisionomia do jovem, mas estava tão absorto que não conseguia se lembrar. Apenas dos óculos e....

Um cheiro adocicado de mel...

As portas do elevador se abriram, trazendo-o de volta. Ele respirou fundo, saindo em direção ao corredor lilás claro. Podia-se ouvir os chorinhos característicos dos bebês e sorriu, ao se lembrar que esta era a sua terceira vez.

Parou em frente a porta branca, onde um ornamento cor de rosa, com os nomes ANNA, se destacavam. Se ajeitou e bateu de leve, antes de abrir.

Ao entrar, sua mãe e sua sogra já estavam conversando animadas com a pequena. Lauren ao vê-lo, sorriu, cúmplice, esticando os braços, como um gesto de amor.

Carlo esqueceu-se de todo o resto. Nada poderia destruir aquele amor ou acabar com sua família. Abraçou-a demoradamente e deixou que suas lágrimas caíssem livres, finalmente.

- Meu amor...

Foi a única coisa que conseguiu pronunciar. Só ele sabia o inferno que estava vivendo nos últimos meses e, sentir os braços da esposa, depois de tudo, era como bálsamo em sua alma.

Ela o afastou com carinho, apontando para o berço, onde a pequena dormia suavemente. Sorriu. Ela era linda!

- Olhe! – Falou, mostrando o buquê de margaridas

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