O Envelope Vermelho
Os efeitos da noite passada, estavam cobrando seu preço a Carlo que sentia a enxaqueca e náusea a todo instante. Levou a mão até os olhos e as têmporas, esfregando os indicadores, na tentativa de amenizar a cefaleia. Um gosto amargo na boca, fez com que corresse até o banheiro e expeliu tudo que havia ainda em seu estomago.
Se olhou no espelho e não gostou do que viu, decidindo entrar no box e tomar um banho demorado. A água fria batia em sua nuca, pra desperta-lo. Ficou assim, até que se sentisse revigorado.
Depois de se secar e comer algo leve, saiu para o quintal e nem acreditou no que fizera.
"Carlo, seu louco... Espero que saiba realmente o que fizera! " – Pensou
Apesar de tudo, não se sentia arrependido e sim, como se estivesse expurgado um tumor da consciência. Agora, iria terminar a última carta e tentar de tudo pra salvar o jovem Oliver. Rezava para que este ainda estivesse respirando, mas vindo daquele psicopata, tudo era possível.
Um tempo depois, já recuperado, deitou-se no sofá, com os pés esticados. Lá fora a chuva caia mansamente, dando ao resto do dia, um ar quase lúdico.
Carlo, abriu o envelope e além da folha, caiu uma ficha com um clipe, onde uma foto de uma família estava preso. Ele olhou, intrigado e ao olhar para ela, algo dentro dele deu um alarme.
A família da foto não era totalmente desconhecida...
Deixou a foto de lado, espertigando todo o corpo e pegando a folha dentro do envelope e iniciando a leitura, rezando que não fosse o que estava pensando:
FOLHA ÚNICA, ENVELOPE VERMELHO:
"Tudo começou há muito tempo atrás.
Senhor e senhora Chuang Yun e seus dois filhos estavam felizes, pois era Ano Novo chinês e eles iam passear com a família. Ele, um apicultor reconhecido na pequena comunidade e a mãe, uma mulher bondosa, dona de casa, que na juventude era uma eximia jogadora de xadrez. Largou tudo para cuidar dos dois filhos, um casal de gêmeos ao qual se esmerava em tratar com muito amor e sempre ensinando tudo que podia.
O pai não era diferente. Passou aos filhos, o amor e a arte da apicultura, além do hábito da leitura em idiomas diferentes. O filho, apaixonado e aplicado, aprendida com muita facilidade e logo se mostrou um menino tão talentoso e inteligente quanto a mãe.
Passearam pelo zoológico, foram ao parque de diversão e em seguida, foram jantar. Tudo tinha ocorrido bem, naquele dia e, após as festividades, o senhor Chuang mostrou aos filhos, seus envelopes vermelhos, que era uma tradição chinesa, presentar a quem se ama, um envelope vermelho no Ano Novo.
- Assim que chegarmos em casa, vocês poderão abrir os seus envelopes, está bem?
Os filhos o reverenciaram e, ansiosos se entreolharam. Era nítida a felicidade de ambos e a cumplicidade entre eles. O irmão pegou na mão da irmã, feliz com o dia maravilhoso que havia passado e logo se sentiu sonolento, deitando no banco, colocado a cabeça no colo da irmã.
Chovia muito naquela noite e o senhor Chuang dirigia com cuidado na estrada. Sempre temia e protegia a família acima de tudo.
Mas nem todo mundo pensava assim.
Um carro a toda velocidade, na contramão, invadiu a pista onde o carro da família vinha e bateu de frente com muita violência. Senhor Chuang tentou desviar, mas não deu tempo. A batida fora tão forte, que arremessou o casal através do vidro do carro, jogando-os a muitos metros de distância. Morte fulminante, onde o corpo da mulher foi dividido ao meio, com o impacto e o senhor Chuang teve todos os ossos do corpo quebrado e seus órgãos esmagados.
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O ÚLTIMO CAPÍTULO
Non-Fiction🔞 🥇 primeiro lugar concurso Beautiful 🥇 primeiro lugar concurso Corte de Espinhos e Rosas - 1 edição 🥇 primeiro lugar concurso Brooklin Nine-Nine 🥇 primeiro lugar concurso RF 🥈 segundo lugar concurso Com a Coroa Gênero terror/suspense 🥈 segun...