OLIVER
Carlo fez uma refeição rápida. Estava decidido em terminar a última carta, digitar mais páginas e sair daquele pesadelo todo. Pegou a folha e começou a ler:
FOLHA DOIS, CARTA QUARTA
"Na saída da faculdade, resolvi pegar um caminho diferente naquele dia. Entrei por um bairro que até então, não conhecia e desagradou saber que quase todas as casas tinham câmeras de segurança. Logo pensei que deveria ser um bairro perigoso com moradores desconfiados e cachorros nos quintais.
Percebi que alguns olhares me seguiam através das cortinas e fiquei muito bravo comigo mesmo por decidir entrar naquele bairro. A última coisa que desejava era chamar a atenção das pessoas para mim! Acelerei o passo, saindo por uma trilha, que daria num caminho asfaltado e beirando um lago. Logo lembrei que este caminho ia até o parque.
Segui por ali, olhando os detalhes. Não queria esquecer nenhuma pedra sequer, pois poderia me auxiliar, caso precisasse.
- Oi! Você está perdido??
Olhei na direção da voz e, um rapaz loiro me sorria. Notei pelo seu porte que era atleta ou simpatizante de exercícios físicos. Logo, vaidoso ao ponto de se exibir para alguém como eu, sem nenhum atrativo neste sentido.
- Mais ou menos, amigo. Eu acabei de sair do Cornell, na intenção de conhecer um caminho novo e.... cá estou! – Abri os braços, fingindo resignação.
Ele me olhou demoradamente e percebi que era gay.
- Poderia me ajudar? – Falei de forma inocente.
- Por que não? Qual é seu nome, perdido?
- Me chamo Thomas. Prazer – Estendi a mão.
Ele sorriu mais e apertou a minha demoradamente.
- Me chamo Oliver. Venha! Vou mostrar o caminho certo! Para onde quer ir, Thomas?
- Hum.... Algum que tenha comida! Estou faminto! - Ri discretamente, para ele não me achar enfadonho.
Caminhamos por uns quinze minutos, chegando próximo a um quiosque. Pedimos tacos e suco, sentando mais afastado que as pessoas que ali estavam.
- De onde você é, Thomas?
-Sou de Tampa- Menti.
Ele me olhou, como se soubesse que estava mentindo e isto me fez ter muita raiva dele. Tinha que pensar em alguma desculpa, caso ele me desmentisse. Mas ele nada falou. Ficou comendo seu lanche, olhando o lago. Ele sabia que eu tinha mentindo. Achei melhor contornar e falar algo.
- Ok! Eu não vim de Tampa. Sou do interior do Kansas e odeio ter que dizer isto. Infelizmente me aconselharam a não falar porque o pessoal daqui poderia ter algum tipo de preconceito e....
- Ei! Respira, Thom! - Me interrompeu. - Eu não teria nenhum tipo de preconceito. Não eu! Relaxa, ok?
Ficamos conversando sobre a universidade, sobre meu estágio e meu sonho de ser um biólogo famoso. Por sua vez, ele confidenciou a vontade de ir para a Itália, me convidando para visita-lo, caso eu realmente fosse para a Europa.
- Quer ir no cinema comigo, hoje à noite? – Falou, de repente.
Me peguei dizendo sim. Ele era agradável e poderia ser uma porta de entrada pra mim, quando eu fosse embora. Eu não tinha nenhuma experiência homossexual até aquele momento, mas não me era desagradável a ideia de tentar. Caso me sentisse desconfortável, acabava com ele, simples!
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O ÚLTIMO CAPÍTULO
Non-Fiction🔞 🥇 primeiro lugar concurso Beautiful 🥇 primeiro lugar concurso Corte de Espinhos e Rosas - 1 edição 🥇 primeiro lugar concurso Brooklin Nine-Nine 🥇 primeiro lugar concurso RF 🥈 segundo lugar concurso Com a Coroa Gênero terror/suspense 🥈 segun...