As badaladas do sino

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   Eles desceram do carro, e o jovem teve um pouco de dificuldade em carregar o amigo que era pesado até dentro de casa. Wesley caiu deitado no sofá, e Júlio foi para o banheiro, fazer xixi.
  Quando voltou, viu que o amigo estava tentando se levantar mas suas pernas não o correspondiam.
  _ Vou ter que ficar te carregando pela casa também? Vamos para o banheiro.
  Pela última vez ele puxou o loiro pelo braço, e foi o ajudando a chegar para debaixo do chuveiro. Retirou a carteira dele e seu celular do bolso o fazendo se sentar no chão.
  _ Não, Ju, não.
  _ Você precisa tomar um banho para melhorar um pouco… Isso vai doer.
  Regulando temperatura, ele fez com que uma ducha de água gelada caísse sobre o amigo que ainda estava de roupas, e reclamou no mesmo momento. Ele o forçou a permanecer sentado ali, até que Wesley se acostumasse e começasse a tremer de frio em silêncio.
  _ Está melhorando? - O maior não respondeu. _ Ótimo! Fique aqui por mais um tempo, vou te arrumar uma toalha e uma bermuda minha.
  Passado um tempo, ele veio buscar o loiro o ajudando a se levantar e o passando a toalha para se enxugar.
  Wesley começou a tirar a camisa.
  _ Vou te deixar só para se secar, quando terminar vista a bermuda e vai para o quarto.
  Júlio saiu, e foi até a cozinha pegando um comprimido para dor e tomando, em seguida foi para sua cama, sua visão ainda girava um pouco por conta da bebida. Quando Wesley chegou, estava vestido com sua bermuda e apenas com os cabelos úmidos.
  _ Deite - se, aqui.
  _ Deveria ir para casa.
  _ Sim Wes, na condição que está você não conseguiria atravessar a rua sozinho. E sua mãe vai adorar ver você nesse estado…
  _ Eu estou só um pouco tonto, mas consigo andar.
  _ Por favor, deita aqui comigo!
  O maior jogou a toalha de lado no chão mesmo, e foi até ele se deitando na beira da cama.
  _ Deixa eu te tampar.
  _ Porque está me ajudando, Júlio?
  _ Porque sou seu amigo? Porque você sempre cuida de mim quando pode? - O menor terminou de cobrir ele e e deitou a cabeça do maior, que o abraçou.
  _ Já passou a raiva?
  _ Não vamos falar disso agora, por favor eu preciso descansar um pouco. Não foi só você quem teve uma noite de merda!
  _ Tudo bem, mas… estou arrependido de tudo, caso sirva de alguma coisa.
  O menor ficou em silêncio por alguns instantes, até que Wesley se moveu para o abraçar de frente, ficando cara a cara com ele.
  _ Está querendo dizer algo?
  _ Sim… Estou confuso.
  _ Com o quê, Wes?
  _ Com o que sinto por você… - Júlio César ficou surpreso com a resposta. _ Talvez Felicia tenha razão em, querer que a gente se afaste um pouco.
  _ Eu não estou entendo você.
  Wesley olhava nos olhos do outro, que começava a tremer de nervosismo.
  _ Júlio César vou ser sincero contigo. Eu nunca entendi muito bem dessas coisas mas, tenho certeza de que não sou gay…
  _ Ah por favor! Vamos falar disso a essas horas da noite?
  _ Eu quero te explicar. Não sou isso, mas desde sempre tivemos essa intimidade toda, essa intimidade… E eu há alguns dias, estou tentando entender se isso tem algum propósito.
  _ Precisa ter um? Não podemos apenas ser amigos, está tudo certo?
  _ É que… Caralho minha cabeça está rodando. O lance é que eu, Wesley, não sou bom em compartilhar as coisas e meio que tenho sido meio chato contigo.
  _ Chato você sempre foi… Mas realmente, está tendo sentimentos de posse em relação a mim.
  _ Eu sei. Mas não consigo parar… Eu sinto que poderia matar só para ter você só para mim, que eu me mataria, caso não o tivesse.
  _ Wes, isso é doentio. Não pode ser assim…
  _ Antes era tranquilo porque você não tinha ninguém, mas agora que está saindo com esse menino… Parece que estou te perdendo. Que vou ter de dividir sua atenção o tempo todo, e eu vejo como seus olhos brilham quando ele chega.
  Júlio suspirou.
  _ Estamos tendo algo muito bom. Ele esteve aqui na sexta e estávamos sozinhos, conseguimos conversar sem que você atrapalhasse e foi maravilhoso.
  _ Está se apaixonando por ele?
  _ Talvez sim.
  _ Mas porque?
  _ Como assim porque? Gosto dele, é um cara bacana, engraçado. Temos um gosto musical parecido e, ele beija muito bem… sei lá!
  Wesley pensou um pouco, segurou a cintura de Júlio e o desafiou.
  _ Beija bem? Será que consigo fazer melhor?
  _ Como assim?
  Wesley segurou a cabeça do menor por trás, ele tinha um hálito de álcool e estava cada vez mais próximo. Num segundo conseguiu grudar seus lábios nos do outro.
  Júlio se assustou com o toque, a boca de Wesley preencheu a dele, e ambos respiraram ao mesmo tempo para buscar fôlego. O menor sentiu aquele toque e o mundo parou, tudo fez sentido, todos os mistérios do planeta, toda a ilusão rasgando o véu e se tornando realidade. Era bom, mas proibido, e era bom por isso.
  Não durou mais que 5 segundos, Júlio César o empurrou para trás e seus lábios se soltaram.
  _ O que significa isso!?
  _ Quero experimentar… Não fica ofendido, por favor!
  _ Wesley, caralho! Você acabou de dizer que não é gay!
  _ E que mal tem em eu querer saber como é? Poxa, você é meu melhor amigo e o cara que mais confio.
  _ Cara que merda se passa na sua cabeça? Está tão bêbado assim?
  Wesley levantou um pouco o corpo, colocando o tórax encima do peito do menor.
  _ Eu não estou tão bêbado assim, e se estivesse eu iria conseguir revelar que preciso de você. Você me pertence, Júlio César!
  _ Seu doente! - Ele gritou.
  Wesley riu, se movimentou um pouco mais e segurou os braços do outro, em seguida foi para cima dele, o dando outro beijo na boca.
  Júlio tentou recusar, mas todos os esforços eram impedidos, porque Wesley era mais forte, e porque… pouco a pouco ele ia se rendendo.
  O maior forçava sua boca na do outro, até que não foi mais preciso e ele pediu passagem com sua língua para entrar e preencher todo aquele espaço, com todo o seu desejo e curiosidade. Júlio abraçou as costas dele, enquanto era quase enforcado por Wesley, que apertava sua garganta ao mesmo tempo em que rodavam juntos as línguas uma na outra.
  _ Chega… Espera! - Júlio parou para respirar.
  _ Quero continuar. Isso é bom.
  _ Isso é errado! Somos amigos, e você está fazendo só porque eu disse que fiquei com Ravi, está fingindo.
  _ Fingindo? Acho que sou uma das pessoas mais autênticas que você conhece.
  _ Você não gosta de homem.
  _ Então me explica isso aqui…
  O maior puxou a mão do menor para baixo a direcionando, até que tocou em seu membro ereto. Júlio se assustou com o quão grande e duro estava ali, mas não demorou para que começasse a apertar e segurar sentindo, toda a vibração.
  _ Você gosta, não gosta? O tamanho é bom para você?
  _ We-wesley eu… não…
  _ Estou sem cueca, pode enfiar a mão no calção.
  Júlio sentia seu interior explodindo como os fogos de artifício em noite de réveillon. Nunca em nenhum momento da sua vida havia experimentado uma sensação de êxtase tão grande e potente, quase não conseguia segurar o coração, que palpitava como as badaladas do sino da catedral de Roma.
  Preso em um mundo cinza e inseguro, não estava habituado com tamanha emoção.
  Sua mão já estava escorregando para dentro do pano, tocava a virilha do maior que estava lisa e molhada. Rapidamente ele encontrou o dote de Wesley, com a ponta babando líquido pré - gozo. Ele massageou a ponta da uretra com o dedão, sentindo aquele pênis expelir mais do líquido e molhar seu dedo.
  Wesley apertou a mão do menor em seu membro, e soltou um breve gemido.
  _ Não faz isso… Eu sou sensível demais na cabeça.
  _ O que você quer…?
  O maior o olhou e sorriu, aqueles dentes tão brancos e luminosos. Retirou sua mão do seu membro e chupou a ponta do dedão do menor, que estava molhada. Júlio César estava quase pedindo clemência, tamanho o tesão que sentiu. 
  _ Eu quero dormir.
  _ O que!!!??? - O jovem estava incrédulo.
  _ Está tarde. Você precisa cuidar da sua dor.
  _ Wesley, eu estou quase derretendo de tesão agora, não ouse fazer isso!
  _ Você já fez.

NOSSO PRIMEIRO ASSASSINATO - Parte 1 (Drama Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora