No outro dia, Júlio César chegou à faculdade e não encontrou o loiro, sentado ali como sempre e sorrindo ao ver entrar. Ele se aconchegou sozinho em sua cadeira e evitou conversar com Felicia.
Outro dia chegou, e novamente ele estava sozinho ali. Não conseguia segurar o nervosismo, e saia constantemente da sala fingindo estar indo tomar água, mas o que inconsciente fazia, era rodar os corredores, esperando sentir o cheiro de pizza em algum lugar.
Ravi o encontrou próximo à saída, no intervalo, e tentou puxar algum assunto.
_ Bom dia! Como está?
_ Bem… - Ele respondeu sem vontade.
_ Faz um tempo que está me evitando. Eu posso saber se fiz algo de errado?
_ Não, não fez. Meus pensamentos estavam uma bagunça e precisava cuidar disso.
_ Ótimo! Então quer dizer que já está bem?
_ Sim. - Ravi sorriu, mas ele não conseguiu o acompanhar.
_ Então posso voltar a te ver? Estou com saudades.
_ Ravi, eu não quero te machucar. Não sei se sou uma boa companhia.
_ Posso pelo menos tentar? Se não quiser tudo bem, eu vou entender.
Júlio não estava bem para pensar nessas coisas, no entanto perder mais alguém poderia ser pior ainda.
_ Vamos marcar de nos ver. - Ele ensaiou um riso.
_ Posso te levar lá em casa se quiser. Pedimos algo para comer e conversamos…
_ Perfeito! Eu irei.
_ Escuta, você me prometeu isso no dia do meu aniversário, e eu não me esqueci. Mas estou te acompanhando de longe, e vejo que está meio triste…
_ Não é nada importante. Vou sim cumprir minha promessa.
Ravi se aproximou e o deu um beijo na bochecha, depois se afastou, retornando para onde estava seu irmão e mais alguns garotos.
No outro dia ele acordou cedo, e por ter dormido mais cedo no dia anterior, estava bem disposto. Tinha uma atividade avaliativa para entregar, e foi caminhando todo feliz com a certeza de que tudo daria certo.
Ele chegou na sala, e novamente a cadeira ao seu lado estava vazia, fria e isso deu uma esfriada em sua animação.
_ Amigo… - Felicia o chamou, e ele tentou fingir não ouvir. _ Júlio, por favor fala comigo! Porque está agindo assim?
Ele olhou para trás, e viu Felicia, que hoje tinha os longos cabelos pretos presos em um rabo de cavalo. Sara estava concentrada, mexendo no celular.
_ O que é?
_ Porque está com raiva de mim? Fiz alguma coisa?
_ Está vendo essa cadeira vazia bem ao meu lado?
_ Eu ia mesmo te perguntar, onde ele está?
_ Vai saber… Não converso mais com ele, e talvez devesse agradecer isso a você.
Ela ficou seria, e abaixou o olhar.
_ Sinto muito… Sei que deve estar difícil.
_ Eu me viro.
_ Quando foi isso?
_ Não te importa. Só acabou! - Ele se virou para frente, novamente.
No intervalo ele se encontrou com Ravi, e foram juntos para o refeitório lanchar. Ele não gostava de estar ali porque era quente, e se incomodava muito com o som das pessoas batendo os talheres nos pratos.
_ Faz um bom tempo que não lancho aqui.
_ Sempre ficam lá fora, não é!? O que houve, tem um tempo que não vejo Wesley por aqui.
_ Não estamos nos falando…
_ Mas porque? - Ravi mordeu sua maçã.
_ Tivemos uma conversa, e decidimos que era o melhor por enquanto.
_ Você disse que ninguém iria separar vocês…
_ E não separou. Como disse, foi uma decisão nossa. Mas não quero falar sobre isso.
_ E Felicia?
_ Não estamos nos falando. - O menor suspirou. _ Nosso trio acabou, é isso que queria saber?
_ Não, quer dizer… Só fiquei curioso. Espero não ter culpa nisso.
_ Escuta!? Você tem algo para fazer hoje?
_ Acredito que não…
_ Ótimo, vou dar uma passada na sua casa. Estou precisando sair um pouco daquele meu quarto.
_ Isso vai ser incrível! - Meu irmão vai estar no trabalho então podemos ficar mais a vontade.
Eles retornaram para suas salas, e na última aula, foi quando entregaram suas atividades avaliativas para o professor.
_ Ele está perdendo pontos, além das faltas…
Felicia disse, pelas costas do menor, que não respondeu.
_ Ele está bem. - Sara respondeu, e saiu para entregar a sua atividade.
Depois disso foram liberados.
Na saída, Júlio César teve de ir até o estacionamento do outro lado da rua, para aguardar que Ravi retirasse seu carro da vaga e fosse o buscar.
Ele estava apertado para ir ao banheiro, e via de longe Felicia indo embora, sozinha.
_ Oi.
Júlio quase deu um pulo com o susto que tomou.
_ Ah meu deus! Não te vi chegar!
_ Foi mal… Está tudo bem?
Wesley jogou sua mochila por cima dos ombros, e não se aproximou tanto.
_ Sim, e você? Porque tem faltado tanto?
_ Tem sido uma semana difícil para mim. Mas estou aproveitando para ajudar minha mãe na pizzaria, e isso ocupa minha mente.
_ Que bom, mãe você está de mochila… trocou de sala, ou ficou invisível?
_ Só vim entregar o trabalho que o professor pediu, para não perder os pontos e repetir o semestre.
_ Nossa, eu estava preocupado com isso. Mas, que bom que se lembrou.
_ Sara, ela me lembrou e ajudou também a fazer.
_ Ah sim… - Júlio não fingiu gostar.
_ Não estamos ficando, ela só me ajudou mesmo.
_ Não disse nada…
_ Seu olhar diz muita coisa. Inclusive o que está fazendo aqui?
_ Estou esperando o, Ravi. Vou passar na casa dele hoje.
_ Entendi… Que bom que estão se dando tão bem, agora que eu saí.
Wesley riu da forma mais irônica que conseguiu. Depois eles viram o carro chegando por trás e parando.
_ Júlio, vamos? - Ravi perguntou desconfiado.
_ Sim. Bom… até mais, e por favor para de faltar na aula!
_ Vou retornar.
Júlio entrou no carro, e se sentou em silêncio. Quando o carro ia saindo, e pode ver pelo reflexo do espelho retrovisor quando o loiro retirou a mochila das costas, e a jogou longe no estacionamento. Estava visivelmente surtando.
_ Vou entrar no estacionamento, aqui.
Ravi deixou o carro, já dentro da garagem de casa no subsolo, e eles foram subindo por uma escada interna e curta, até o primeiro andar.
_ Quer ir para o quarto? Não tem ninguém aqui agora.
_ Acho que seria melhor.
_ Tá bom, vou pegar um copo de suco para você.
Júlio aceitou, e quando o moreno retornou da cozinha, ele pegou o copo tomando a bebida. Assim subiram as escadas para o segundo andar.
A casa era bem clara, e grande. No andar de cima basicamente tinha uma sala no centro com 4 portas, o que o menor julgou serem os quartos.
_ É bem aqui. - Ravi apontou para uma porta no canto, e a abriu.
Seu quarto era grande, e todo revestido por um papel de parede branco, com detalhes em verde. E sua cama de casal tinha um grande edredom branco, com as almofadas também em verde.
_ É muito lindo aqui… - O melhor olhava atentamente os detalhes.
_ Estou tentando deixar à minha cara, já faz um tempo. Mas gosto, principalmente das cores.
Ele convidou o menor a se sentar com ele na cama.
_ E então, vamos aproveitar um pouco?
_ Como assim?
_ Ué… Tem um tempo que não te vejo. Poderia ao menos te dar um beijo?
_ Claro!
O moreno se aproximou, e empurrou levemente o menor sobre a cama, o deitando. Ele começou dando leves mordidas em seu pescoço, e então foi para a boca, o tomando em um beijo quente e profundo.
_ Fiquei com saudade disso aqui. - Ele disse, se referindo ao beijo do menor.
_ Só do meu beijo?
_ Claro que não. - Ravi desceu a mão, e pegou no membro do menor por cima da calça. _ Isso aqui também!
_ Ravi…
_ Ainda não está pronto?
_ Eu só preciso respirar um pouquinho.
_ Mas você acha que podemos, ir para o próximo passo?
Júlio estava bem nervoso agora, mas também queria no íntimo tentar.
_ Se você tiver paciência, eu nunca fiz isso. Talvez seja ruim…
_ Não seja tão inseguro.
_ Tudo bem. Vamos fazer sexo.
Ravi se levantou sorrindo.
_ Eu vou só tomar um banho rápido, não saia daí!
O menor começou a roer as unhas, e quase ter um ataque de pânico, assim que o outro entrou para o banheiro que ficava em seu quarto mesmo.
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NOSSO PRIMEIRO ASSASSINATO - Parte 1 (Drama Gay)
Lãng mạnUm romance quase inocente, unindo o silencioso Júlio César, aos braços de seu imponente amigo, Wesley Albuquerque. O que o amor cultivou de um lado, se confrontando com a colheita já bem preparada, pela raiva e ódio. Após alguns acontecimentos...