Tudo se apagou

1 1 0
                                    

   Era sábado de manhã quando o menor acordou.
  Estava aflito para usar o banheiro, e saiu do cobertor rapidamente, agradecendo por ter uma privada particular no quarto do loiro.
  Um pouco depois e ele terminou de se aliviar, foi se limpar com o papel higiênico e estranhou a sensação quente na região. Uma pequena mancha de sangue no papel, sinalizando que na noite anterior fora descuidado durante a relação sexual.
  Depois de se limpar, saiu do banheiro e encontrou o maior o olhando e já se levantando.
  _ Bom dia!
  _ Bom dia, amor! - Ele disse, indo se sentar novamente na cama.
  _ Vou tentar ser rápido lá, ok!?
  _ Tudo bem! Talvez eu durma um pouco mais.
  Wesley sorriu, e foi até ele para o dar um beijinho rápido. Aquele cheirinho de mau hálito matinal era a nova sensação preferida de Júlio.
  A manhã basicamente se foi enquanto o jovem sonhava, e sendo interrompido com a entrada do maior que abriu a porta, todo sorridente. Ele se jogou por cima de seu namorado, e não saiu quando Júlio reclamou pelo peso.
  _ Qual o motivo de tamanha felicidade, Wes?
  _ Advinha!? - Júlio ficou o olhando, esperando que dissesse sem ter de fingir que estava se esforçando para descobrir. _ A casa é nossa!!!
  _ Quê!? Como assim?
  Wesley se endireitou ao seu lado, não recolhendo momento algum aquele sorriso enorme.
  _ A gente conversou com os funcionários, depois fomos ver a nova casa dos meus pais, e minha mãe ficou super animada para já irem!
  _ Nossa, que rápido!
  _ Ela quer ter mais tempo para arrumar tudo do seu jeito, e a melhor forma… é estando lá, não é!? O que quero dizer é que, já marcaram a mudança para segunda feira mesmo.
  _ Perfeito! Você já imaginava que seria assim.
  _ Vamos comemorar!?
  Júlio pensou um pouco.
  _ É claro! Hoje na festa, iremos nos divertir bastante!
  _ A é… Havia me esquecido disso. Só não sei se quero ficar até tarde, tudo bem!?
  _ Tudo certo.
 
  A tarde foi passando, enquanto eles se distraiam com filmes e música. Até que começaram a se arrumar para sair, próximo das 20:00 horas. O céu estava estrelado e não tinha uma nuvem se quer, o que os indicava do porque a noite estar tão quente.
  Já dentro do carro, Wesley os guiou em direção à faculdade, e agradeceu por conseguir uma vaga no estacionamento em frente ao prédio, visto a quantidade de carros parados ali.
  _ Estão atrasados! - Gritou Sara, correndo para abraça - los.
  _ Qual é! Tem muita gente lá dentro?
  _ Acabei de chegar Wesley, só estou brincando. Mas, vamos entrar para ver o que eles aprontaram.
  O trio saiu juntos e abraçados, contentes. Adentraram pela porta principal e seguiram em meio aos outros convidados que também chegavam, em direção ao ginásio que ficava nos fundos do primeiro piso mesmo.
  Sem muita decoração, além de alguns balões de festa dourados, e umas cinco lâmpadas de led colorido que giravam sem parar, dando o aspecto de balada ao lugar. Inevitavelmente Wesley reclamou com o menor, sobre  quanto estava escuro na pista de dança, onde a maior parte das pessoas dançavam uma música eletrônica não tão alta.
  _ Será que estão servindo algo que preste, aqui!? - O maior perguntou para Sara, tendo de elevar a voz para que ela entendesse.
  _ Vamos ver!
  Indo até um balcão de bebidas improvisado, eles pegaram um cardápio para escolher o que tomar.
  _ Pelo menos não colocaram preços absurdos, não é!? - Júlio tentou animar o namorado, que não olhava com cara boa para o papel.
  _ Já é um absurdo ter que pagar. - Sara respondeu. _ Metade das pessoas que estão dando essa festa, tem dinheiro para bancar todo o resto.
  O menor riu, sem graça, e voltou a atenção para um garçom que os atendeu e um tempo depois os trouxe as bebidas.
  Eles saíram para o outro lado, andando e as vezes parando para dançar enquanto bebiam, estava gostoso a energia do local.
  _ Oi!
  Júlio ouviu Sara cumprimentar alguém, e quando se virou, viu se tratar de Felicia. Elas se abraçaram e começaram a conversar, quando por trás veio Dilan a agarrando pela cintura e cumprimentando Sara, também.
  Um pouco depois o casal voltou a atenção para o menor, e antes que pudesse fingir não estar ali, Felicia o chamou em um cumprimento.
  _ Olá! - Ele respondeu.
  _ Está tudo bem?
  _ Sim! Estamos adorando a festa! - Ele tentou ser o mais simpático possível.
  _ Fala, Julinho! Como você está!?
  Dilan não só teve a ousadia de o cumprimentar, como ergueu uma mão para o menor que, ficou a olhando por menos de 2 segundos, antes que Wesley entrasse em sua frente e desse um tapa na mão do outro.
  _ Ei, ei, ei! Que pensa que está fazendo!? - Dilan se irritou, e Felicia o segurou atrás de si.
  _ Não encosta a mão, nele! Entendeu!?
  Wesley ordenou, e o outro saiu para a multidão, mas antes soltando um sorriso suspeito.
  _ Porque você arruma briga, onde quer que esteja?
  O maior olhou para Felicia, agora frente a ela pela primeira vez em muitas semanas.
  _ Se alguem ousar se aproximar do Júlio, eu juro que…
  _ Jura o quê, Wesley? Pelo amor de deus! Você está fazendo é vexame no seu namorado.
  Ela saiu andando, e o maior olhou para Júlio César, que não parecia estar feliz.
  _ Amor, me desculpa eu…
  _ Está tudo bem, Wes! Você não me envergonha. Vamos para outro lugar.
  Sara os seguiu, mas sem dizer qualquer coisa. Indo para bem distante do palco, agora eles se encostaram na parede e pareciam estar calmos novamente, ficando ali entre brincadeiras e danças. E não demorou muito, para que um jovem alto e musculoso se aproximasse da amiga, para flertar.
  _ Parece que ela realmente gosta, de caras altos e fortes…
  _ O quê? Aquele ali? Ah, Júlio! Eu sou bem melhor que ele, não é!?
  _ Você é!
  _ Amigos, acho que vou dar uma voltinha ali fora. Tudo bem a gente se encontrar depois?
  Sara deu uma piscadinha e foi saindo com o affair para ficarem, mais a vontade. Júlio aproveitou a oportunidade para dar um beijo no maior, agora a sós.
  _ Quer mais bebida? - Wesley perguntou.
  _ Vamos buscar!
  Andando de mãos dadas, eles chegaram até o balcão e pediram a bebida anterior ao garçom, que prontamente os atendeu.
  Começaram a beber alí mesmo e dançavam juntos, até que uma mão puxou o ombro do menor.
  _ Oi Ravi! Como está?
  _ Estou bem! - Eles se abraçaram, e o moreno ergueu a mão para cumprimentar o loiro, que o encarava com o copo na boca.
  Com medo de chatear o namorado, Wesley apertou sua mão, sem dizer nada.
  _ Chegou tem muito tempo? - Júlio, continuou.
  _ Na verdade, não. Mas, estou procurando meu irmão para… Bom, não importa! Daqui a pouco nos vemos novamente!
  Ravi sorriu e saiu andando, deixando o menor com uma alegria no coração.
  _ Está sorrindo muito, senhor Júlio!
  _ Amor, não começa! Depois de tudo o que aconteceu, eu fico sim feliz em estar bem com ele.
  _ Eu entendo, por mais que quase faleça de ciúmes…
  Os dois riram e se abraçaram.
  Outra mão no ombro do menor, ele já se virou sorrindo.
  _ Oi, Júlio!?
  Uma garota que ele nunca vira na vida, o cumprimentava sorrindo. Educadamente ele respondeu.
  _ Sim, sou eu. Nos conhecemos?
  _ Ah não. Eu só vim dizer que o Dilan está esperando por você e seu namorado no estacionamento.
  _ Como, é? - Wesley já ficou nervoso.
  _ É isso que você ouviu, seu gayzinho. No estacionamento!
  A garota sorriu enquanto o casal a olhava, incrédulos. Antes de sair, jogou um copo com bebida na roupa do menor, molhando sua camisa e parte do rosto. A única coisa que ele conseguiu fazer foi respirar fundo, não iria agredir uma mulher. 
  _ Que merda, foi essa? - Wesley estava em estado de choque, com o ataque inesperado.
  _ Relaxa, amor. Não vai sair brigando com mulher!
  _ Com ela, não…
  O maior saiu andando na frente com passos largos e empurrando todos a sua frente. Júlio César ia atrás, já prevendo a confusão armada.
  Saindo pelo gramado, o menor tentou parar o namorado, mas sem sucesso.
  Dilan estava mesmo no estacionamento, do outro lado da rua, tinha um pedaço de pau na mão.
  _ Então você veio mesmo! - Ele provocou.
  _ Vai usar isso aí para brigar? Porque não vem na mão!? - Wesley vociferou.
  _ Cala a boca, seu cão raivoso! Vou te ensinar quem é que manda aqui.
  _ Wesley, vamos voltar para dentro!
  Júlio tentou, o maior seguiu em frente se aproximando de Dilan que ergueu a madeira para se defender.
  _ Toma!
  Uma voz gritou atrás de Júlio, e ele teve pouco tempo para se virar e ver que se tratava de Bruno, também armado com uma madeira. O golpe acertou sua cabeça e o tonteou na mesma hora.
  Antes de sua visão escurecer totalmente, ele pode ver, quando Wesley se virou para o ver caindo e também fora atingido por um golpe, dado por Dilan.
  Tudo se apagou.

NOSSO PRIMEIRO ASSASSINATO - Parte 1 (Drama Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora