Problemáticos

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   No restante daquele dia os jovens, até mesmo Sara, ignoraram Felicia completamente. Todos se sentiram de certa forma traídos e contrariados, uma situação bem crítica na amizade havia se instalado.
   Quando a tarde chegou eles foram para casa, e o menor foi surpreendido por uma mensagem/convite de Felicia, para ir à cafeteria conversar em particular. É claro que ele não iria perder essa oportunidade, tinha tanto a dizer que transformaria a conversa em um único monólogo. 
  Na hora indicada, ele já estava pronto e caminhando para o local, mas levava consigo uma surpresa.
  Felícia estava sentada em uma das mesas, e tomava seu café com algumas rosquinhas doces.
  _ Me atrasei?
  _ Não. Eu vim mais cedo, precisava pensar um pouco.
  _ Vou só pedir meu capuccino e já venho.
  Júlio se levantou e foi para o balcão, enquanto finalizava o pedido a porta se abriu, e entraram Sara e Wesley. Felicia os olhou incomodada, mas seguiram para o balcão onde também pediram algo para tomar, antes de todos irem juntos para a mesa.
  _ O que é isso? Não sabia que viriam…
  _ Sim. Eu tomei a liberdade de nos reunir, para conversarmos melhor sobre tudo. Deveria ter convidado o Ravi, mas ele não seria bons ouvidos para o que tenho a dizer…
  Todos se sentaram, o casal junto, e Sara ao lado da amiga a encarando.
  _ Gente, eu não quero brigar com vocês!
  _ Quem falou em brigar Felicia? Só queremos conversar, e como um grupo de amigos.
  _ Você consegue ser bem sinico as vezes, Júlio.
  _ Calma aí, Felicia! Você não percebe mesmo a nossa preocupação? - Wesley disse.
  _ Sua? Sua preocupação, Wesley? Me poupe!
  _ Não preciso que acredite em mim. Você também me fez muito mal, e mesmo assim eu estou aqui!
  Ela tentou rir, mas o deboche falhou por se esgasgar com um pedaço da rosquinha que comia.
  _ Amiga, porque está fazendo tudo isso? - Sara questionou.
  _ Tudo o que? Porque vocês, estão fazendo tanto esforço para entenderem algo que é particular meu.
  _ Sempre compartilhamos tudo, porque agora é diferente?
  _ Passou a ser diferente Júlio,  - Ela estava ficando nervosa. _ a partir do momento em que eu comecei a ser vilã e todo mundo achar que pode me controlar…
  _ Ninguém quer te controlar, Felicia! Olha só a merda que está enfiando na sua vida, propositalmente!
  _ Júlio, não vou discutir isso com você! Todos vocês erraram o quanto quiseram, e eu estava lá quieta na minha, só tentando ser uma boa amiga.
  A garçonete chegou com uma bandeja, e deixou três copos na mesa. Eles aproveitaram para respirar antes de continuar.
  _ Que erro estamos cometendo? Será que você não se acha demais, a dona da razão? - Júlio a provocou.
  _ Vamos lá… Sara é só uma garotinha boba e apaixonada, que foi cair no papinho do Wesley e até aceitou o relacionamento de vocês, só para não sair de perto. - Sara quase se enfiou debaixo da mesa, de vergonha. _ Wesley sempre foi assim, não tem muito o que dizer… Mas você Júlio César, é com certeza o cara mais burro que conheço!
  _ Cara, olha as coisas que você está dizendo!
  _ Eu sei o que estou falando! Você viu o quanto Wesley sempre te prendeu em uma coleira, e quando encontrou alguém que o deixava livre para ser quem quiser ser… Você voltou correndo para os braços desse manipulador aí.
  _ Amiga, você não devia falar assim… - Sara estava muito chateada. _ Nós amamos você, por isso a preocupação.
  _ Já disse que estou bem!
  _ Se sente bem, estando nos braços de alguém que a entregou bêbada e drogada para que o amigo apalpasse suas partes íntimas? Bem em dormir com alguém que sempre te ignorou, e agora te tem como um brinquedinho que exibe para os amigos? E não estou falando de exibir com orgulho da mulher incrível que você é! Ele esta te exibindo como uma grande vagabunda, e submissa!
  Felicia se levantou, pegou o copo com o resto de café preto e não pensou duas vezes ao atirar todo o líquido no rosto de Júlio César, respingando um pouco em Wesley. Em seguida ela pulou as pernas de Sara, e saiu andando para fora da cafeteria sem dizer nada.
  As poucas pessoas que estavam presentes, olharam sem entender a cena, e os jovens ficaram boqueabertos com a atitude da amiga. A garçonete chegou correndo com alguns guardanapos e entregou a eles, para se secar.
  _ Meu deus! - Exclamou Sara, passando um papel na mesa também molhada.
  _ Eu disse alguma coisa, demais!?
  _ Não amor. Ela está apaixonada por ele, não tenho dúvidas agora. Mas sinceramente… Acabou para mim!
  _ Wesley, não! Sei que ela fez e disse coisas ruins mas, não podemos a abandonar com aqueles caras em torno dela.
  _ Isso! Vamos a proteger, como der! - Sara confirmou.
  Wesley estava reflexivo, isso incomodou o menor.
  _ Que foi, hein!?
  _ Nada… Só estava pensando no que ela disse. Será que eu sou tão manipulador assim, como ela disse?
  _ Será que eu apoiei o namoro de vocês, porque sou perdidamente apaixonada, e não quero sair de perto de você Wesley? - Sara o respondeu, dando um gole no suco que pediu. _ Ela não está falando, nada com nada…
  _ É isso mesmo, amor! Não fica triste por isso. Quando ela estiver mais calma, a gente tenta conversar e tenho certeza de que vai se desculpar.
  _ Júlio, quando você viu Felicia se desculpar por algo? O que me irrita, é ela saber o quanto aqueles caras são terríveis, e ainda assim ter coragem de basicamente cuspir nas nossas caras para os defender.
  _ Vamos para casa, eu preciso tomar um banho e tirar essa açúcar do meu rosto.
  Júlio foi se levantando, e os outros dois o seguiram. Sara se despediu do lado de fora, e o casal seguiu para a casa do menor.
  _ Não vai trabalhar hoje?
  _ Vou sim. Mas, vou me permitir faltar na limpeza (da pizzaria) hoje.
  Eles seguiram, e assim que chegaram Júlio foi correndo pegar sua toalha e entrar no banheiro. O maior o acompanhou, se sentando na privada, enquanto conversavam, e via seu namorado se banhar.
  _ Ela me chateou muito hoje, Wes. Mas falei sério sobre não desistir da nossa amizade.
  _ Eu sei que você irá permanecer, com ela. Está tudo bem! Mas, não conte comigo sempre…
  _ Entendo também a sua decisão. Também não é fácil para mim, a ver agindo dessa forma. Só que como ela disse, eu dei uma chance a alguém bem problemático, então preciso deixar ela se dar essa chance.
  _ Está me chamando de problemático?
  _ E não é!? No entanto, a questão é que ela não tem culpa de nada e o meu foco é, arrumar alguma forma de acabar com aqueles malditos!
  _ Você fica engraçado quando fala assim…
  _ É para ser sério! Não estou brincando com isso.
  Wesley se levantou e começou a tirar a roupa. Júlio César fez uma força descomunal para manter o foco no assunto, e não se perder naquele corpo sarado.
  _ Já disse, para não ficar se enfiando em confusões… Afinal, até eu estou as evitando agora.
  _ E porque? - Wesley o abraçou pelado, se molhando na água quente do chuveiro. _ Se fosse há alguns dias atrás, você já teria quebrado a cara de todos eles, sem nem precisar de um motivo.
  _ Porque você me pediu para mudar, e eu estou levando a sério isso! As vezes da a entender que você minimiza a dor que eu senti quando me expulsou da sua vida…
  _ Não amor, de forma alguma! Me desculpa se fui rude contigo. Mas, sim eu gostaria que me ajudasse a dar um jeito neles.
  _ Cara sim mas, vamos esquecer um pouco disso!
  _ Você pode se esquecer, se manter calmo e tudo mais… - Wesley foi se abaixando dando beijos no pescoço do menor, depois no peito. _ Só que eu não vou descansar até entender uma maneira de… - Wesley chegou com os beijos na virilha, e em seguida lambeu todo o membro já ereto do menor. _ Uma maneira de fazer eles entenderem que não podem abusar de uma pessoa para o resto da vida, como … - O loiro começou chupar, e estava muito bom sentir aquela boca macia. _ Como bem entenderem. Amor está prestando atenção?
  _ Sim, claro! E você prestou atenção quando eu disse que podemos esquecer isso agora, e fazer outras coisas mais interessantes?
  Júlio sorriu. Ele ergueu Wesley novamente, e pegou um pouco do condicionador que estava próximo, lambuzando o membro do maior.
_ Vamos nos divertir então!

NOSSO PRIMEIRO ASSASSINATO - Parte 1 (Drama Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora