_ Então vamos envenenar ela contra ele, com fez com a gente?
_ Não. Isso é abrir os olhos, antes que aconteça algo de ruim…
_ Entendo sua colocação, mas não sei se devemos.
_ Então deixamos ela ir se iludindo, até cair na real. Da mesma forma que você, com esse colombiano aí…
_ É peruano, Wes! Mas está bem, vou pensar em uma forma de conversar com ela.
_ Grande amiga, ela está sendo. Se apaixonando pelo inimigo.
O maior deixou sua xícara vazia na mesa, e olhou para o movimento lá fora. Júlio César continuou olhando para ele, e admirando seu rosto, sua pele tão sedosa e brilhante sobre aquela iluminação.
_ Queria poder te beijar…
_ O quê? - Wesley o olhou assustado.
_ Foi mal, pensei alto… Vamos indo?
_ Hm… Vamos.
Deixaram a cafeteria e foram para a casa do menor.
_ Quando vou poder ir na sua casa, hein!? - Júlio perguntou, no portão.
_ Já te disse que meu pai é muito rígido, mas minha mãe gostou de te conhecer.
_ Queria poder te visitar mais vezes…
_ Você já foi várias vezes na pizzaria, inclusive hoje tem um show ao vivo lá, vamos!?
_ Não sei…
_ Vou pedir minha mãe para separar uma mesa boa para a gente, e a pizza é por conta da casa!
O menor riu.
_ Tudo bem, eu passo lá!
Júlio César entrou para casa, depois de se despedir do amigo, e quando abriu a porta deu cara com seu pai na sala.
Estava todo confortável na sala, assistindo a um jogo na tv, e encarou quando entrou.
_ Ainda aqui?
_ Senta aqui… - Omar apontou para o outro sofá.
O jovem com má vontade se sentou, armado de toda a artilharia de ironia e sarcasmo que poderia utilizar.
_ O que você quer? O que significa isso?
O pai, abaixou um pouco o volume da TV.
_ Acredito que terá de se acostumar com minha presença, por aqui…
_ Entendo. Tem alguma coisa acontecendo bem debaixo do meu nariz, estou sentindo.
_ Sua mãe e eu conversamos bastante nos últimos dias, ela diz que a parte mais difícil não ser te fazer perceber que eu mudei.
_ Eu não tenho que perceber nada! Um cara que deixa sua família para viver aventuras por aí, como se fosse um garotinho adolescente… Para mim é isso que você é, um pirralho inconsequente!
_ Não fala… Não haja com tanta indiferença! Eu sei o que fiz, e paguei muito por isso!
_ Será que pagou?
_ Minha… A mulher que eu tava, me traiu com nossa faxineira. Mas não fiquei com raiva por isso. Eu percebi só naquele momento o que eu tinha feito, e o que tinha me custado.
O menor escutava com atenção.
_ Se eu tivesse sentado e conversado com Dora, teríamos talvez nos entendido e tudo estaria bem até hoje. Mas eu segui o instinto do macho alfa e fui caçar fora, o que eu já tinha do meu lado.
_ Não é sobre ser macho, ou alfa! Você não teve caráter nem para terminar com minha mãe, simplesmente pegou suas tralhas e saiu. Eu não sabia o que era depressão, até ver minha própria mãe se destruindo, e eu tendo que lutar por dois, para ajudá-la!
_ Eu sei, Júlio! Isso é terrível! Mas eu me arrependo, e já conversamos tanto sobre isso. Dora é uma mulher incrível, e não merecia passar por tanta coisa ruim.
_ E agora você volta, pede desculpas e acha que todos vão engolir isso?
_ Não. Mas espero que você, meu filho, possa dar mais uma chance ao seu pai. Eu te amo muito, Júlio!
O menor ficou em silêncio. Não se passava nada que pudesse dizer, pois mesmo sentindo falta do pai, havia se acostumado a o odiar pelo que fez.
_ Podemos ficar bem? - Omar questionou.
_ Vocês são adultos, o que decidirem não é minha responsabilidade.
_ Talvez isso seja um caminho, para que possa me perdoar com o tempo…
_ Não deixa a TV muito alta, eu vou dormir um pouco.
O jovem entrou para seu quarto, e se jogou na cama, depois de encostar a porta. Seu coração ainda sentia amor pelo pai, mas nenhuma forma de admiração.
Ele dormiu bem pouco, e ficou no celular depois de acordar. Seu pai já tinha ido embora, e sua mãe não havia chegado ainda.
“ Vai mesmo na pizzaria hoje? “ - Uma mensagem de Wesley chegou.
“ Sim, lá pelas 20:00hrs eu chego aí. “
Os ponteiros do relógio não correram seguindo a pressa que estava em chegar na pizzaria, e quando chegou ele já estava pronto a pelo menos 2 horas antes.
Deixou sua casa, e foi andando com tranquilidade em direção à pizzaria da família de Wesley, que ficava há uns quatro quarteirões de sua casa. O maior morava bem ali, mas Júlio nunca entrara de fato, pois sempre o era dito que o pai do outro não aceitava que ele recebesse visitas.
Já tinha passado da cafeteria, e ia por uma rua mais movimentada bem distraído.
_ Júlio!?
Uma voz familiar o gritou, e ele pensou em fingir que não tinha escutado, mas pelo impulso já tinha olhado.
Ravi vinha com o carro quase ao seu lado, mas do outro lado da rua. Por ter diminuído a velocidade, um motorista atrás buzinou, e ele deu seta para estanionar em um canto.
“ Aí que merda… “ - Ele pensou, antes de ir até a faixa de pedestres próxima e atravessar.
_ O que está fazendo por aqui? - O menor perguntou ao se aproximar da janela.
_ Entra aí!
Júlio entrou, com pouca vontade.
_ Estava terminando um trabalho na faculdade, até pensei em passar na sua casa…
_ Ah sim! Assustei ao te ver a essas horas…
_ Está indo para algum lugar? Está todo cheiroso.
Júlio não queria mentir.
_ Vou a uma pizzaria ali… Mas não é nenhum encontro especial.
_ Ótimo! Eu te levo lá, e te acompanho!
_ Ravi, não precisa! Sério!
_ Que isso! Onde fica?
O moreno saiu com o carro, e Júlio só pode bater as mãos no rosto desgostoso, e então deu a direção a ele.
Chegando ao local, ele viu que não tinha muito movimento mas já via alguns casais do lado de fora.
_ Que lindo aqui! Nunca tinha visto essa pizzaria.
_ Vamos logo…
Ele estava bem chateado, mas ainda sim teve de pegar na mão de Ravi, e entrar no local.
Era uma pizzaria gourmet, e bem frequentada. Os garçons uniformizados e um cheiro particular de pizza em todo lugar.
_ Quer se sentar aqui fora, ou lá dentro?
_ Não gosto de ficar na área externa… Na verdade acho que quero ir embora.
_ Mas por q…
_ Júlio?
Era tarde demais.
Wesley apareceu atrás deles, e estava terrivelmente lindo, ao mesmo tempo que surpreso. Ravi o olhou de cima a baixo, e dele para o menor, como se fizesse alguma ligação.
_ Oi…
_ Júlio, o que está fazendo? - Wesley o perguntou.
O menor estava estranhamente deslocado.
_ Porque ele está aqui? - Ravi questionou.
_ Ah… É que…
_ Eu sou dono dessa pizzaria! O que você, está fazendo aqui?
Ravi se sentiu ameaçado.
_ Acompanhando meu namor…
_ Ravi! - Júlio o cortou, precisava contornar a situação. _ Eu… Vou jantar hoje com, Ravi. Você poderia nos servir?
Wesley não estava acreditando no que estava acontecendo.
_ Claro. Escolham sua mesa, rapazes.
Ravi olhou para Júlio, e o menor foi andando para uma mesa qualquer e se sentou. Wesley veio em seguida, com o cardápio e não tirou o pé até decidirem o que iam comer. Era visível a sua raiva.
_ Pode ser essa pizza de camarão, por favor!
_ É isso mesmo que quer, Júlio? - Wesley provocou. _ Você sempre comia a de Caprese?
_ Traga a que ele pediu, por favor Wesley!
Ele queria se jogar debaixo da mesa e nunca mais sair.
_ O que vão pedir para tomar?
_ O que servem aqui? - O moreno perguntou.
Wesley riu, debochando.
_ Temos alguns sucos naturais, e refrigerantes. Se você for alfabetizado, pode tentar ler o cardápio de bebidas à sua frente.
_ Wesley!
_ Relaxa, Júlio. Estou acostumado a lidar com esse tipo de gente…
O menor viu quando Wesley fechou a mão. Ele ia explodir a qualquer momento.
_ Um suco natural para mim de laranja, e você Júlio?
_ Pode ser o mesmo, tanto faz…
_ Anotado. Já trago os refrescos!
Wesley saiu calmamente andando, deixando um clima pesado para trás.
_ Que porra foi essa? Você sabia que ele estaria aqui?
_ Ravi, eu…
_ Ele não está usando uniforme… Júlio, você marcou um encontro com ele? É isso?
_ Não! Quer dizer…
_ Tá na cara que foi! Mas por que estão agindo como se fosse alguma coisa secreta?
_ Ravi eu não vou ficar me explicando. Eu ia vir sim ver ele, porque estamos nos falando e ia ser só um encontro de amigos…
_ Amigos? Cara, olha só para você, veja a reação dele quando me viu! - Ravi estava matando a charada. _ Vocês tem um… caso?
_ Quê? Claro que não!
_ Senhores? - Wesley retornou com apenas um copo de suco, se aproximou silenciosamente e foi até onde o moreno estava. _ Espero que esteja adoçado como gosta.
Erguendo o copo, ele o virou todo sobre Ravi.
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NOSSO PRIMEIRO ASSASSINATO - Parte 1 (Drama Gay)
RomanceUm romance quase inocente, unindo o silencioso Júlio César, aos braços de seu imponente amigo, Wesley Albuquerque. O que o amor cultivou de um lado, se confrontando com a colheita já bem preparada, pela raiva e ódio. Após alguns acontecimentos...